- 22 de julho de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: vigilância
O Distrito Federal registrou um aumento de 108 casos de caxumba entre o dia 30/6 e 8/7, aponta balanço da Secretaria de Saúde. O número de notificações da doença cresceu 14%, passando de 757 para 865 em uma semana. Vitória (ES), também apresenta aumento nos casos da doença, mas, em sua maioria, em adolescentes e adultos. Para combater o surto, é preciso focar na vacinação da população, que deve ser imunizada com a tríplice viral (caxumba, rubéola e sarampo), produzida por Bio-Manguinhos.
A Secretaria de Saúde de Vitória recomenda que os adultos com até 49 anos tomem a vacina. A recomendação da prefeitura foi reforçada por causa do surto de caxumba ocorrido recentemente em São Paulo. Só três cidades somam 21% dos casos de caxumba registrados no Estado de São Paulo, que já chegam a 842. Segundo as secretarias de Saúde dos municípios, em Araraquara são 63 registros, enquanto em Rio Claro, 3. Já em São Carlos, são 115 no total, sendo 26 deles contabilizados na rede pública e 89 na rede particular.
Até quinta-feira (14), a Vigilância Epidemiológica da cidade de Rio Grande (RS) registrou 31 surtos da doença – quando mais de três pessoas são infectadas em um mesmo local. Esse ano, foram 1.190 casos notificados. A Secretaria de Saúde afirma que todas as unidades têm doses da vacina tríplice viral, mas, por precaução, novas remessas foram solicitadas à Coordenadoria Regional de Saúde.
Segundo o pediatra Dr. Reinaldo de Menezes Martins, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e consultor científico sênior de Bio-Manguinhos, a população não deve ver esses casos como alarmante. “A caxumba é doença, em geral, benigna. Antes da vacinação, a incidência da enfermidade era muito maior”, afirma.
Os colégios que tiverem jovens com suspeita de caxumba devem promover uma campanha de vacinação de contenção, assim como as empresas devem fazer com os adultos. “A melhor conduta é imunizar os que nunca foram, adolescentes e adultos que não sabem/não dispõem de comprovação, e revacinar os que só tomaram uma dose”, recomenda Dr. Reinaldo.
Sobre a doença
A caxumba é uma doença infecciosa causada por vírus. Sua transmissão acontece através das secreções respiratórias e saliva. Algumas pessoas não apresentam sintomas, mas, quando eles aparecem, são, no geral, dor e inchaço nas glândulas salivares, febre, dor de cabeça, cansaço e falta de apetite. O tratamento é apenas com alívio dos sintomas, e a recuperação leva cerca de duas semanas. É preciso bastante repouso.
O que fazer, então, para confirmar a doença? “Em geral, o diagnóstico é apenas clínico, mas em estudos clínicos e epidemiológicos podem ser feitos exames de sangue. Esta constatação pode ser feita em qualquer Unidade Básica de Saúde”, respondeu o especialista.
Muitos têm dúvidas se é possível adquirir a doença mais de uma vez. “O vírus da caxumba não imuniza tão bem quanto o da rubéola e do sarampo (na vacina tríplice viral). É possível, mas raro, ter esta enfermidade duas vezes. A efetividade protetora de uma dose é de aproximadamente 70% a 80%, e com duas doses de 80% a 90%. Não há experiência de três doses na rotina, e não se recomenda a administração de uma terceira dose para controlar surtos”, esclareceu Dr. Reinaldo.
A caxumba é de fácil prevenção por meio da imunização, que faz parte do calendário de vacinação. Deve ser aplicada a partir de um ano de idade em duas doses, com intervalo de um mês entre elas, em qualquer posto de saúde. O Ministério da Saúde informa que o estoque deste imunizante se encontra normalizado em todo o país.
FONTE: Bio-Manguinhos/Fiocruz