- 25 de setembro de 2017
- Posted by: Grupo IBES
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A fim de assegurar o correto atendimento e encaminhamento dos pacientes com disforia de gênero (transtorno caracterizado pela desconformidade entre o sexo biológico e a identidade de gênero), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou importante de documento científico produzido pelo Departamento Científico de Adolescência da entidade.
Segundo o estudo, é impossível prever se uma criança com sinais de desconformidade entre o sexo biológico e a identidade de gênero persistirá com esse problema na adolescência e na vida adulta. Pesquisas mostram que cerca de 90% das crianças voltam a ficar satisfeitas com o gênero biológico próximo à adolescência. Apenas em alguns indivíduos – chamados transgêneros ou transexuais – permanece a percepção de incongruência entre o sexo biológico (características genitais presentes ao nascimento) e a identidade de gênero.
De acordo com o documento, por volta do segundo ano de vida as crianças já conseguem se identificar como meninos ou meninas e apresentam brincadeiras relacionadas ao seu gênero. Entre os dois e três anos, no entanto, é que tem início a construção da identidade de gênero que, segundo o texto, é uma experiência pessoal e profunda que abarca aspectos emocionais, psíquicos, culturais e sociais. Entre os 6 e 7 anos, as crianças passam a ter consciência do seu gênero e de que ele permanecerá o mesmo.
Acompanhamento multiprofissional – “Cada caso que se apresenta é único e, por isso, os pediatras não devem fazer indicações de condutas sozinhos. É necessário acompanhamento por equipe experiente – pediatra, psicólogo, psiquiatra, endocrinologista, assistente social, cirurgião, educador, enfermeiro e fonoaudiólogo. O pediatra deve ter tranquilidade para ouvir as questões e apoiar o paciente de modo individualizado”, afirma a presidente do DC de Adolescência, Alda Elizabeth.
Parecer do CFM – Em 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM) também se manifestou sobre o assunto. Diagnosticar transtornos de identidade de gênero (TIG) é uma atribuição médica de elevada responsabilidade que depende da atuação eficaz de qualificada equipe multidisciplinar. Através do Parecer nº 8/13, o CFM orienta a conduta a ser adotada no tratamento com terapia hormonal para travestis e transexuais desde a infância até a fase adulta.
O diagnóstico de transtornos de identidade de gênero exige o envolvimento de médicos clínicos, pediatras, endocrinologistas e profissionais da saúde mental.
Caso a disforia persista até os 16 anos, o CFM recomenda que a puberdade do gênero desejado seja, a partir de então, gradativamente induzida conforme protocolos detalhados no Parecer nº 8/13. Ressaltando que os pacientes devem ser informados até um nível adequado de compreensão sobre os riscos do tratamento de cada estágio terapêutico para que o consentimento seja válido.
Para ter acesso ao documento na integra clique aqui
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