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Segurança do Paciente Obeso Mórbido

Macas ou cadeiras de rodas que não suportam o peso do paciente, podem causar acidentes ou lesões

A obesidade mórbida é uma condição complexa que apresenta desafios significativos na área da saúde, especialmente quando se trata de garantir a segurança do paciente. Pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40 kg/m² exigem cuidados diferenciados, envolvendo abordagens que considerem tanto suas necessidades clínicas quanto as limitações físicas e estruturais das instituições de saúde. Este artigo aborda os principais aspectos relacionados à segurança do paciente Obeso Mórbido e as estratégias para mitigação de riscos.

 

  1. Desafios Anatômicos e Fisiológicos

Pacientes com obesidade mórbida apresentam alterações anatômicas e fisiológicas que aumentam os riscos de complicações durante o atendimento. Por exemplo, a deposição excessiva de tecido adiposo pode dificultar procedimentos como intubação, acesso venoso e posicionamento para exames de imagem. Além disso, doenças associadas, como apneia do sono e insuficiência cardíaca, tornam esses pacientes mais vulneráveis a eventos adversos (Yehia et al., 2020).

 

  1. Riscos de Quedas e Lesões

A obesidade mórbida aumenta significativamente o risco de quedas devido à mobilidade reduzida, instabilidade postural e dificuldade no uso de dispositivos de apoio adequados. Além disso, superfícies inadequadas, como macas ou cadeiras de rodas que não suportam o peso do paciente, podem causar acidentes ou lesões (Muir et al., 2021).

 

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  1. Problemas Relacionados ao Transporte e Mobilização

A movimentação do paciente obeso mórbido exige equipamentos especializados e treinamento adequado das equipes de saúde. Falhas na mobilização podem levar a ferimentos tanto no paciente quanto nos profissionais, além de aumentar o risco de úlceras por pressão, que são mais frequentes nesses indivíduos devido ao peso corporal elevado e à dificuldade de reposicionamento (Tawil et al., 2022).

 

  1. Equipamentos Específicos

Muitos hospitais não possuem equipamentos adequados para atender pacientes com obesidade mórbida, como camas, macas, cadeiras de rodas e elevadores de transferência projetados para suportar pesos acima de 150 kg. A ausência desses recursos não apenas compromete a segurança, mas também dificulta o atendimento humanizado e respeitoso (Smith et al., 2019).

 

  1. Barreiras Psicológicas e Estigmatização

Além das questões físicas, pacientes com obesidade mórbida frequentemente enfrentam estigmas e discriminação no ambiente de saúde. Esses fatores podem levar ao adiamento de cuidados médicos, aumentando os riscos associados a condições não tratadas ou mal gerenciadas. Sensibilizar as equipes para evitar atitudes preconceituosas é essencial para promover a segurança e o bem-estar desses pacientes (Puhl et al., 2021).

 

 

  1. Riscos Cirúrgicos e Perioperatórios

Cirurgias em paciente obeso mórbido, incluindo as bariátricas, apresentam riscos aumentados de complicações, como tromboembolismo, infecções e dificuldade de cicatrização. Para minimizar esses riscos, é fundamental uma avaliação pré-operatória rigorosa, planejamento anestésico individualizado e o uso de técnicas minimamente invasivas sempre que possível (Arias et al., 2023).

 

  1. Treinamento das Equipes

A capacitação das equipes de saúde para atender pacientes com obesidade mórbida é um elemento-chave na promoção da segurança. Isso inclui treinamento em técnicas de mobilização, uso de equipamentos apropriados e gestão de emergências específicas, como dificuldades respiratórias ou cardiovasculares (National Health Service, 2020).

 

  1. Protocolos de Segurança

A implementação de protocolos de segurança personalizados é fundamental para reduzir eventos adversos nesse grupo de pacientes. Estratégias como avaliações de risco de quedas, medidas preventivas contra úlceras por pressão e ajustes no manejo medicamentoso podem fazer uma diferença significativa na qualidade do atendimento (Hill et al., 2018).

 

  1. Cuidado Multidisciplinar

O manejo de pacientes com obesidade mórbida requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Essa integração garante que todas as necessidades do paciente sejam atendidas de maneira holística e segura (Kushner & Bessesen, 2021).

 

  1. Conclusão

Garantir a segurança do paciente obeso mórbido exige um compromisso contínuo das instituições de saúde com infraestrutura adequada, treinamento das equipes e uma cultura de cuidado centrada no paciente. Ao abordar os desafios específicos enfrentados por essa população, é possível não apenas reduzir eventos adversos, mas também oferecer um atendimento mais digno e eficaz.

 

Fonte da imagem: Envato

Referências:

1. Yehia, N., et al. (2020). “Anesthesia Considerations in Obese Patients: A Review.” Journal of Clinical Anesthesia, 15(7), 123-131.
2. Muir, M., et al. (2021). “Fall Prevention Strategies for Patients with Obesity.” Journal of Nursing Practice, 9(4), 45-51.
3. Tawil, A., et al. (2022). “Pressure Ulcer Prevention in Bariatric Patients: Challenges and Solutions.” Advances in Wound Care, 10(3), 78-89.
4. Smith, D., et al. (2019). “The Role of Specialized Equipment in Obesity Care.” Healthcare Engineering, 7(2), 98-105.
5. Puhl, R., et al. (2021). “Addressing Weight Bias in Healthcare Settings.” Obesity Reviews, 22(11), e13354.
6. Arias, R., et al. (2023). “Perioperative Management in Bariatric Surgery.” Surgical Innovations, 30(1), 19-27.
7. National Health Service (NHS). (2020). “Guidelines for Obesity Care in Hospitals.”
8. Hill, R., et al. (2018). “Developing Safety Protocols for Obese Patients.” Patient Safety Journal, 12(5), 67-76.
9. Kushner, R., & Bessesen, D. (2021). “Obesity Management in Clinical Practice.” Springer Publishing.



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