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Segundas vítimas em cuidados de saúde mental

Esses profissionais podem experimentar sentimentos de culpa, vergonha, ansiedade e depressão após eventos adversos

O estudo intitulado “Second Victims in Mental Health Care” de Deborah Oyine Aluh e Jesus David Cortes, publicado no Journal of Patient Safety em dezembro de 2024, aborda o fenômeno das “segundas vítimas” no contexto da saúde mental. O termo “segunda vítima” refere-se a profissionais de saúde que, após estarem envolvidos em eventos adversos, sofrem consequências emocionais e psicológicas significativas.

Os autores destacam que, embora o conceito de segunda vítima seja amplamente reconhecido em outras áreas da saúde, sua manifestação e impacto no campo da saúde mental ainda são pouco explorados.

 

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Profissionais de saúde mental frequentemente enfrentam situações desafiadoras, como agressões por parte de pacientes, suicídios ou tentativas de suicídio de indivíduos sob seus cuidados, o que pode resultar em traumas emocionais profundos.

A pesquisa revela que esses profissionais podem experimentar sentimentos de culpa, vergonha, ansiedade e depressão após eventos adversos. Além disso, há uma tendência a questionar suas competências profissionais, o que pode levar ao burnout e até mesmo ao abandono da profissão. Essas reações não apenas afetam o bem-estar individual, mas também podem comprometer a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.

 

 

Aluh e Cortes enfatizam a necessidade de estratégias de apoio específicas para profissionais de saúde mental que atuam como segundas vítimas. Programas de suporte psicológico, grupos de apoio entre pares e treinamentos focados em resiliência são algumas das intervenções sugeridas para mitigar os impactos negativos desses eventos.

Os autores também apontam para a importância de uma cultura organizacional que reconheça e aborde o fenômeno das segundas vítimas. Ambientes de trabalho que promovem a abertura para discussões sobre erros e eventos adversos, sem atribuição de culpa, podem facilitar a recuperação emocional dos profissionais e a implementação de melhorias nos processos de cuidado.

Outro aspecto relevante abordado no estudo é a necessidade de pesquisas adicionais que explorem as particularidades das segundas vítimas no contexto da saúde mental. Compreender as especificidades desse campo é crucial para desenvolver intervenções eficazes e adaptadas às realidades enfrentadas por esses profissionais.

Em conclusão, o trabalho de Aluh e Cortes lança luz sobre um tema crítico e frequentemente negligenciado na saúde mental. Reconhecer e apoiar as segundas vítimas é essencial não apenas para o bem-estar dos profissionais, mas também para garantir a segurança e a qualidade do atendimento aos pacientes.

 

Fonte da imagem: Envato

Fonte: Aluh, Deborah Oyine PhD; Cortes, Jesus David PhD. Second Victims in Mental Health Care. Journal of Patient Safety 20(8):p e144, December 2024. | DOI: 10.1097/PTS.0000000000001277



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