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Alguns tipos de anticoncepcionais estão relacionados ao aumento do risco de trombose. Esse risco é bastante conhecido pela medicina, por isso a prescrição de um contraceptivo deve levar em conta se a mulher tem outros fatores de risco para a doença. Apesar disso, mulheres que tiveram trombose enquanto usavam pílula relatam não terem sido informadas sobre esse risco por seus médicos.
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Entidades médicas são contra exame de rotina
Associações médicas alertam que esse tipo de exame não deve se tornar rotina. Na semana passada, a Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) emitiu uma nota afirmando que avaliar o histórico familiar e pessoal da paciente, além de outros fatores que possam aumentar o risco de trombose, é melhor do que recomendar o exame para todas as mulheres.
Exames de rotina para rastrear trombofilias não são adequados por causa da raridade das condições e o alto custo dos exames, dizem entidades médicas
“O fato de o resultado do exame não mostrar alterações não significa que o risco não existe. Isso levaria a uma falsa sensação de segurança. Existem famílias com vários casos de trombose em que os exames de trombofilia não mostram nada”, diz o médico Daniel Dias Ribeiro, coordenador do Comitê de Trombose da ABHH.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) tem uma posição semelhante. “Cabe ao médico, na consulta inicial, fazer todas as perguntas para avaliar, através da anamnese, os antecedentes pessoais e familiares da paciente, que indiquem possíveis riscos ou contraindicações ao uso de qualquer contraceptivo hormonal que será prescrito”, afirma a entidade, em nota assinada pela médica Marta Franco Finotti, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo.
A entidade observa ainda que, segundo os Critérios Médicos de Elegibilidade para uso de Métodos Anticoncepcionais da Organização Mundial de Saúde (OMS), exames de rotina para rastreamento de trombofilias não são adequados, por causa da raridade das condições e o alto custo dos exames.
Veja perguntas e respostas sobre anticoncepcionais e trombose:
O uso de anticoncepcionais aumenta o risco de trombose?
Sim. Estudos mostram que mulheres que usam anticoncepcionais orais têm mais risco de ter trombose.
O hematologista Daniel Dias Ribeiro explica que, no sangue, há proteínas que atuam a favor e contra a coagulação. Em uma situação normal, elas devem estar em equilíbrio. Quando há um desequilíbrio, o excesso de proteínas pró-coagulantes podem aumentar o risco da formação de coágulo. Os hormônios presentes nos anticoncepcionais podem provocar esse desequilíbrio.
Segundo a Febrasgo, o aumento do risco do tromboembolismo venoso em usuárias de anticoncepcionais é menor do que aquele associado à gravidez, por exemplo.
O que o médico deve observar antes de prescrever um anticoncepcional?
O médico deve fazer uma anamnese para verificar se a paciente tem um histórico familiar ou pessoal de trombose. Além disso, deve ser avaliado se a mulher tem outros fatores de risco associados à trombose, como tabagismo, sedentarismo, obseidade e hipertensão. Caso a paciente tenha um perfil de risco para uso de anticoncepcional oral, outras alternativas de contracepção podem ser indicadas, como o DIU.
Que exames podem detectar um risco maior para trombose?
Não há um exame único capaz de prever o risco aumentado de trombose. Há sete exames principais que podem ser feitos para identificar a trombofilia, entre os quais exames genéticos, que identificam mutações associadas a esse risco.

 
FONTE: FEBRASGO