- 10 de abril de 2017
- Posted by: Grupo IBES
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#AbrilPelaSegurançadoPaciente
Ao contrário do que se pensa, os envolvidos com a segurança do paciente vão muito além do enfermeiro e do médico.
Vários fatores impactam na segurança do paciente: ambiente de trabalho, cultura de segurança, dimensionamento de pessoal, falta de políticas e padrões adequados, fragilidade no gerenciamento do uso de equipamentos e medicamentos, recursos, treinamento efetivo, liderança, entre outros. Cada um dos profissionais de saúde precisa ter a real noção do seu impacto neste contexto, através da aplicação de seus conhecimentos, habilidades e experiência para cuidar das diversas necessidades dos pacientes.
Organizações que possuem culturas de segurança e implementam práticas baseadas em evidências oferecem condições de trabalho favoráveis aos profissionais e se dedicam a melhorar a segurança e a qualidade dos cuidados. É essencial melhorar os sistemas de cuidados de saúde para permitir que os profissionais possam fornecer os cuidados certos e garantir que os pacientes irão se beneficiar de cuidados seguros e de qualidade.
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Erros de Diagnóstico e o impacto na Segurança do Paciente
O Instituto de Medicina (IOM) declarou que a segurança era dependente dos sistemas e organizações de saúde e que os pacientes deveriam estar a salvo de lesões causadas por interações dentro de sistemas e organizações de cuidados. Portanto, para evitar erros, as organizações em que os seres humanos trabalham precisam ser adaptadas às suas forças cognitivas e fraquezas e devem ser projetadas para amenizar os efeitos de qualquer erro humano.
ENFERMEIROS
Uma grande parte das exigências do cuidado do paciente é centrada no trabalho do enfermeiro. Os enfermeiros assumem grande parte da responsabilidade. Isso reflete a contínua má compreensão dos efeitos maiores dos numerosos e complexos sistemas de saúde e dos fatores ambientais do trabalho. Entender a complexidade do ambiente de trabalho e engajar-se em estratégias para melhorar seus efeitos é primordial para cuidados de maior qualidade e mais seguros.
FARMACÊUTICOS
Devem estar atentos ao gerenciamento do uso de medicamentos em toda a organização, compreendendo a responsabilidade do planejamento, compra, aquisição, recebimento, armazenamento, fracionamento, manipulação, dispensação, controle de estoques satélites e centrais e devolução. Além disso, devem atuar como educadores sobre uso de medicamentos junto aos médicos prescritores, enfermeiros e pacientes.
NUTRICIONISTAS
Além dos controles necessários para a produção de alimentos (dietas orais, enterais e parenterais), devem atuar com ênfase clínica, realizando efetivamente a triagem nutricional e a avaliação e reavaliação nutricional do paciente, contemplando a identificação de interações fármaco-nutrientes junto à Farmácia. Evitar a desnutrição do paciente deve ser um foco primordial.
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MÉDICOS
De acordo com o Institute of Medicine (EUA), os erros de diagnóstico ainda ocorrem com uma frequência bastante grande, de forma que o médico deve estar atento para este assunto. A capacitação continuada em sua especialidade também ajuda no melhor diagnóstico e terapêutica, medicamentosa ou não, ao paciente. Envolver os médicos em comissões de qualidade e segurança do paciente faz toda a diferença na eficácia das estratégias de segurança e gerenciamento de riscos institucionais.
FISIOTERAPEUTAS E TERAPEUTAS OCUPACIONAIS
Gerenciar riscos relacionados às condições físicas e limitações específicas de pacientes é primordial. A fisioterapia respiratória tem mostrado grande impacto nas ações de prevenção de pneumonia associada à ventilação e gerenciamento de risco de broncoaspiração.
PSICÓLOGOS
Cuidar do aspecto emocional dos pacientes e famílias é tão importante quanto o cuidar dos aspectos físicos. O gerenciamento de riscos de depressão (exemplo: pós-parto), auto-agressão, hétero-agressão, suicídio, entre outros, deve ser foco deste profissional.
BIÓLOGOS E BIOMÉDICOS
Além do gerenciamento efetivo do diagnóstico laboratorial de doenças, através da gestão da estrutura física e funcional dos laboratórios, bem como os controles de qualidade inerentes à prática, estes profissionais, muitas vezes, também estão envolvidos em pesquisas clínicas nas organizações, que possuem riscos importantes a serem gerenciados.
OUTROS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
De forma geral, todos os profissionais de saúde precisam estar atentos e altamente envolvidos na implantação da Política de Segurança do Paciente, na participação em Comissões e Núcleos (incluindo o de Segurança do Paciente), bem como na notificação e análise de eventos adversos e quase-erros, com foco na melhoria contínua e eliminação de danos aos pacientes e colaboradores.
Aléxia Costa – Diretora de Ensino e Capacitação do IBES
Farmacêutica pela Universidade Católica de Santos. Mestre em Genética e Genomas pela UNIVAP. MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade pela Escola Politécnica da USP. Monitora de Pesquisa Clínica pela Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica. Avaliadora de Sistemas de Saúde, através da metodologia ONA e Accreditation Canada. Docente da disciplina Gerenciamento de Riscos aplicado à Gestão da Qualidade, no MBA da Escola Politécnica da USP. Experiência em Gerenciamento de Farmácia Hospitalar e Oncológica em instituições de saúde. Fellow ISQua.