- 7 de outubro de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Uma nova publicação com histórias de sucesso e inovação no combate a doenças infecciosas negligenciadas (disponível em inglês e espanhol) apresenta as melhores práticas nos países das Américas para controlar e eliminar 11 doenças que afetam principalmente as pessoas que vivem em extrema pobreza, grupos indígenas, comunidades rurais e áreas urbanas marginalizadas de grandes cidades.
Publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o livro descreve esforços eficazes para eliminar a transmissão de doenças como oncocercose, filariose linfática, doença de Chagas e tracoma. “As iniciativas coletadas neste documento servem como exemplo para outras regiões”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análises de Saúde da OPAS/OMS.
As 11 doenças são consideradas “negligenciadas” por estarem associadas à pobreza e marginalização e também porque, historicamente, não têm recebido atenção suficiente por parte dos governos. Caso não sejam detectadas e tratadas em tempo oportuno, essas enfermidades podem apresentar efeitos irreversíveis nas pessoas infectadas. Algumas delas podem causar deficiências em longo prazo, que afetam as perspectivas de emprego dos indivíduos, perpetuando assim o ciclo de pobreza.
De acordo com a publicação, mais de 33 mil novos casos de hanseníase e 51 mil casos de leishmaniose cutânea são notificados nas Américas a cada ano. Além disso, 70 milhões de pessoas na região correm risco de contrair a doença de Chagas, 25 milhões sofrem de esquistossomose e 12,6 milhões têm filariose linfática.
Pobreza e outros fatores sociais são os principais determinantes das doenças infecciosas negligenciadas. Habitações em más condições, por exemplo, facilitam a entrada de mosquitos e outros insetos vetores em casas e também a transmissão de doenças como a malária, Chagas e leishmaniose. A falta de água potável e saneamento básico também favorecem a propagação de doenças parasitárias como esquistossomose e fasciolose.
Para controlar e eventualmente eliminar estas doenças nas Américas, a OPAS/OMS promove e apoia estratégias como a distribuição em massa de antiparasitários e outros medicamentos, controle de vetores integrado e educação em saúde nas comunidades.
A OPAS tem facilitado o acesso dos países a medicamentos doados para o controle ou eliminação de oito doenças infecciosas negligenciadas por meio da OMS, outros parceiros e indústria farmacêutica.
Histórias de sucesso
• O Haiti realizou um projeto para eliminar a filariose linfática (também conhecida como elefantíase). O foco central das estratégias tem sido a distribuição de medicamentos preventivos nas escolas, igrejas e outros locais de convivência.
• Os países da América Central deram um exemplo com seus esforços para impedir a transmissão da doença de Chagas, utilizando uma estratégia integrada que combina o uso de inseticidas em casas com medidas de controle de vetores, além de esforços para melhorar a higiene.
• O Brasil implementou uma estratégia inovadora que aborda três doenças negligenciadas simultaneamente em mais de 800 municípios com população em situação de pobreza. Essa estratégia utiliza a administração em massa de medicamentos preventivos para tracoma e helmintos e identifica os casos individuais de hanseníase em escolas e grupos que vivem em condições de vulnerabilidade.