[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]
[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]

Partos cesáreos: associados a risco maior de mortalidade na infância

Um estudo liderado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Cidacs/Fiocruz) concluiu que os partos cesáreos estão relacionados ao aumento do risco de mortalidade nos primeiros cinco anos de vida em 25% das crianças, em comparação àquelas que nasceram por parto normal.

Infelizmente, no Brasil, as taxas de nascimentos por cesáreas estão acima de 15%, o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O país está em segundo lugar no ranking das cesarianas, com uma taxa em torno de 90%, quando se trata do setor privado. Essas cesarianas que acontecem sem uma indicação clínica clara podem estar gerando um aumento da mortalidade na infância em comparação àquelas que nasceram por via vaginal. A intervenção cirúrgica traz um risco de morte seis vezes maior nos casos em que não é indicada clinicamente.

É necessário que sejam realizadas novas investigações na área considerando os ambientes de baixa e média renda para confirmar os resultados. Se confirmada, as intervenções dirigidas às grávidas, profissionais de saúde e sistemas de saúde do Brasil devem ser reforçadas pelas políticas públicas de Saúde para reduzir as taxas de parto cesáreo não indicado e assim os riscos de mortalidade em bebês.

Leia também: Prática Padrão Ouro criada em parceria pela SOBRASP e IBES, com as Melhores Práticas em Segurança Obstétrica

As cesáreas apresentam risco sete vezes maior de recém-nascidos desenvolverem doenças respiratórias. Em termos financeiros, Rattner também alertou para o aumento do ônus ao Estado. A cada 1% de aumento de cesáreas realizadas no país, há um custo adicional de R $15 milhões aos cofres públicos.

O estudo cruzou dados das bases de nascimento e mortalidade de crianças do Ministério da Saúde, registrados entre 2012 e 2018. As descobertas foram publicadas na primeira quinzena de outubro na revista científica internacional PLOS Medicine (EUA), em parceria com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Enny Paixão explica que o estudo considerou que alguns nascimentos precisam de fato ocorrer por meio da cesariana. Por isso, utilizou-se a classificação de Robson, que agrupa as mulheres em categorias mutuamente exclusivas, com base em características obstétricas, como idade gestacional e condições de saúde do feto.

Assim, os nascimentos foram divididos em três grupos. No primeiro, os nascimentos sem indicação médica para cesariana. No segundo, uma comparação entre aquelas mulheres que tinham uma cesariana anterior com aquelas mulheres que repetiram a cesariana no segundo filho ou tentaram por um parto vaginal. Por fim, no terceiro, os nascimentos com indicação médica para cesariana. “Quando comparadas, crianças nascidas por cesariana com aquelas crianças nascidas por parto vaginal, observou-se um aumento de 25% na mortalidade na infância no grupo das nascidas por cesariana”.

Fonte da imagem: Freepik

Fonte: Fiocruz



Deixe um comentário