- 11 de outubro de 2018
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Gestão, Notícias
O atendimento ao paciente torna-se cada dia mais complexo e os recursos continuam encolhendo…porém, mais as expectativas dos clientes das organizações de saúde têm aumentado. As instituições estão descobrindo que as abordagens tradicionais do que é a “qualidade” para o cliente (exemplo: abordar a satisfação em detrimento da experiência) não são mais tão adequadas.
Torna-se necessário um consenso organizacional sobre o que significa qualidade, quem é responsável por isso, e como realizar benchmarking e manter-se atualizado sobre questões de qualidade.
A melhoria contínua da qualidade visa ajudar organizações a melhorar o desempenho através da eliminação da má qualidade durante a produção ou entrega do produto (exemplo: o medicamento) ou serviço (exemplo: a cirurgia realizada), em vez de tentar corrigir os resultados
após o produto ter sido feito ou o serviço prestado. Isso exige o compromisso da alta direção com a autoavaliação organizacional constante e a inovação.
Um número grande de organizações de saúde brasileiras, nas útlimas duas décadas (alinhados ao movimento de Acreditação, especialmente), comprometeram-se com programas de gestão da qualidade baseados explicitamente em melhoria contínua da qualidade. Os princípios da melhoria contínua da qualidade são aplicados visando atingir a maior qualidade possível ao menor custo possível. Esta prática depende que os resultados do sistema sejam definidos explicitamente de uma maneira mensurável (por exemlo, através de indicadores gerenciados).
O objetivo da gestão da qualidade é melhorar, mas isso deve ter um “custo acessível” que permita não dar foco à resolução de falhas/erros após o paciente sofrer seus danos, mas mudar os processos a fim de evitar que estas falhas/erros aconteçam. Para isso, é necessário que a organização responda às perguntas:
- Nós estamos fazendo as coisas certas?
- Nós estamos fazendo as coisas certas da maneira correta?
É importante a organização estar ciente das formas em que a gestão da qualidade se relaciona com o custo:
- Perda da qualidade: representa os recursos (em geral, financeiros) exigidos para se resolver o processo de produção (ou entrega de serviços) quando há uma falha na qualidade. Além dos custos ligados diretamente à essa falha, há os custos associados.
- Baixa produtividade: quando se consome mais recursos (do que seria esperado) para alcançar um resultado. Assim, há desperdício de recursos que poderiam ser úteis a outros pacientes;
- Aquisição de novas tecnologias: geralmente, implica no aumento de custos, mas também melhora os resultados assistenciais. Um produto melhor, às vezes, agrega um custo maior, porém justificável. Exemplo: a incorporação de um sistema de prescrição e dispensação eletrôncia de medicamentos.
As primeiras duas áreas citadas (perda da qualidade e baixa produtividade) têm bastante potencial para redução de custos com a manutenção ou até melhora da qualidade.
Veja também: O que funciona para engajar médicos na Gestão da Qualidade
http://www.ibes.med.br/o-que-funciona-para-engajar-medicos-na-gestao-da-qualidade/
Além dos pontos mencionados acima, as seguintes áreas agregam valor na qualidade do cuidado na visão do paciente:
- Infraestrutura física;
- Infraestrutura profissional;
- Resultados do tratamento (conforme o esperado).
Uma Política de Gestão de Custos bem definida, disseminada e implementada pode fazer com que os líderes e equipes se envolvam mais com o tema, realizando análises críticas importantes a fim de se identificar opoetunidades de redução de custos e melhoria da qualidade.
A associação entre custo e qualidade dos cuidados de saúde (diferentemente de outras indústrias, onde a mensuração é mais fácil, sem muitas variáveis) ainda é pouco compreendida e há poucos estudos bem estruturados sobre o tema. Pela importância desta questão, são necessários estudos adicionais que investiguem a associação entre custo e qualidade dos cuidados de saúde, ao mesmo tempo em que abordem o estado de saúde do paciente.
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