- 1 de outubro de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Um novo modelo de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que 92% da população mundial vive em locais onde os níveis de qualidade do ar excedem os limites da OMS*. A informação é apresentada por meio de mapas interativos, destacando áreas dentro dos países que excedem os limites estabelecidos pela OMS.
“O novo modelo da OMS mostra aos países onde estão os locais de perigo em relação à poluição do ar e fornece uma linha de base para monitorar progressos no combate ao problema”, disse Flavia Bustreo, Diretora-Geral Assistente da OMS.
Tratam-se dos dados de saúde mais detalhados em relação à poluição do ar, por país, já relatados pela OMS. O modelo é baseado em dados provenientes de medições por satélite, modelos de transporte aéreo e estações terrestres de monitoramento para mais de 3 mil localidades rurais e urbanas. Ele foi desenvolvido pela OMS em colaboração com a Universidade de Bath, no Reino Unido.
Poluição do ar e os prejuízos para a saúde humana
Cerca de três milhões de mortes por ano estão relacionadas à exposição à poluição do ar em ambientes externos (outdoor). A poluição do ar em ambientes internos (indoor) pode ser igualmente fatal. Em 2012, estimou-se que 6,5 milhões de mortes (11,6% das mortes em nível global) estavam associadas à poluição do ar indoor eoutdoor.
Quase 90% das mortes relacionadas à poluição do ar ocorrem em países de baixa e média renda; duas em cada três acontecem no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental da OMS.
Noventa e quatro por cento das mortes acontece em decorrência de doenças não transmissíveis – particularmente doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e cânceres de pulmão. A poluição do ar também aumenta o risco de infecções respiratórias agudas.
“A poluição do ar continua a cobrar um alto preço sobre a saúde da maioria das populações vulneráveis – mulheres, crianças e adultos mais velhos”, acrescenta Bustreo. “Para serem saudáveis, as pessoas devem respirar ar puro desde sua primeira respiração até a última.”
Entre as principais fontes de poluição do ar estão modos ineficientes de transporte, combustível doméstico e queima de resíduos, usinas de energia movidas a carvão e atividades industriais. No entanto, nem toda poluição do ar se origina da atividade humana. A qualidade do ar, por exemplo, também pode ser influenciada por tempestades de areia, especialmente em regiões próximas aos desertos.
Dados sobre poluição do ar aprimorados
O modelo calibrou cuidadosamente dados do satélite e das estações terrestres para maximizar a confiabilidade. As exposições à poluição do ar nacionais foram analisadas em relação à população e os níveis de poluição em uma resolução de grade de cerca de 10 km X 10 km.
“Este novo modelo é um grande passo à frente em direção a estimativas ainda mais confiáveis do enorme fardo global de mais de 6 milhões de mortes – uma em cada noves mortes registradas no mundo – relacionadas à poluição do ar indoor eoutdoor”, afirmou Maria Neira, Diretora do Departamento de Saúde Pública e Determinantes Ambientais e Sociais de Saúde da OMS. “Mais e mais cidades estão monitorando a poluição do ar neste momento, os dados do satélite são mais abrangentes e estamos ficando melhores em refinar as estimativas de saúde relacionadas.”
Mapa interativo
O mapa interativo fornece informações sobre a exposição da população ponderada a partículas com um diâmetro aerodinâmico de menos de 2,5 micrômetros (PM2.5) para todos os países. O mapa também indica dados sobre estações de monitoramento para valores PM10 e PM2.5 de cerca de 3 mil cidades.
“Uma ação rápida para combater a poluição do ar pode não vir em breve”, adicionou Neira. “Existem soluções como transporte sustentável nas cidades, gestão de resíduos sólidos, acesso a combustíveis domésticos limpos e fogões de cozinha, assim como energias renováveis e redução nas emissões industriais.”
Notas para editores
Em setembro de 2015, líderes mundiais definiram um objetivo dentro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) para reduzir o número de mortes e doenças derivadas da poluição do ar até 2030.
Em maio de 2016, a OMS aprovou um novo roteiro para uma ação rápida em relação à poluição do ar e suas causas. Nele, o setor de saúde é convocado a aumentar o monitoramento local de poluição do ar, avaliar os impactos na saúde e assumir um melhor papel de liderança nas políticas nacionais que afetam a poluição do ar.
*Orientações da OMS sobre a qualidade do ar ambiente
O modelo de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que 92% da população mundial vive em locais onde os níveis de qualidade do ar excedem as diretrizes de qualidade do ar ambiente da OMS para a média anual de partículas com um diâmetro inferior a 2,5 micrômetros (PM2.5). As diretrizes da OMS para média anual de PM2.5 são de 10 μg/m3.
PM2.5 inclui poluentes como sulfato e nitrato, que penetram profundamente os pulmões e no sistema cardiovascular, colocando a saúde humana em grandes riscos.
Campanha BreatheLife
A OMS está lançando a BreatheLife, campanha de comunicação global para sensibilizar o público em relação à poluição do ar como um grande risco para a saúde e para o clima. A BreatheLife é liderada pela OMS em parceria com UNEP-hosted Climate and Clean Air Coalition to Reduce Short-lived Climate pollutants.
A campanha enfatiza tanto as medidas práticas de políticas que as cidades podem implementar (por exemplo: melhores sistemas de habitação, transporte, resíduos e energia) quanto as medidas que podem ser adotadas por comunidades e indivíduos (por exemplo: parar de queimar resíduos, promover caminhadas/ciclismo e espaços verdes) para melhorar nosso ar. Saiba mais em www.breathelife2030.org.
Link
Acesse o relatório “Ambient air pollution: A global assessment of exposure and burden of disease” (em inglês).