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A Anvisa adverte: interromper tratamentocom antimicrobianos sem antes discutir com o profissional prescritor nunca é uma boa ideia, pelo simples fato de que a doença pode não ser curada adequadamente e o microrganismo pode desenvolver resistência aos medicamentos 

De forma resumida, podemos entender a resistência microbiana como um fenômeno caracterizado pela capacidade de microrganismos (bactérias, fungos, parasitas etc.) resistirem à ação dantimicrobianos. O resultado disso é a diminuição ou eliminação da eficácia do medicamento para curar ou prevenir infecções, ou seja, não se obtém o sucesso esperado com a terapia antimicrobiana 

As consequências desse problema vão desde o agravamento de enfermidades, prolongamento de internações e a necessidade de se utilizar mais medicamentosaumentando o risco de efeitos adversos, até óbitos, em casos extremos. 

Leia também: Resistência microbiana representará 10 milhões de óbitos por ano até 2050! 

O problema já tem impacto conhecido no tratamento de doenças como infecções urinárias, respiratórias e sexualmente transmissíveis (ISTs), além de pneumonias e tuberculose, além de várias outras. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência microbiana causa 700 mil mortes todos os anos, exigindo esforço global no seu enfrentamento.  

Agravante 

De acordo com a avaliação da OMS, o principal fator que impulsiona o desenvolvimento de infecções resistentes a medicamentos é justamente o uso indevido e excessivo de antimicrobianos. E, atualmente, há ainda outro sério agravante: o uso indevido de antibióticos durante a pandemia de Covid-19, que pode levar à aceleração do surgimento e disseminação da resistência microbiana.  

Campanha global 

Todos os anos a OMS realiza a Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos, sempre entre os dias 18 e 24 de novembro. O objetivo da ação é aumentar a conscientização global sobre a resistência microbiana, além de incentivar as melhores práticas entre o público em geral, trabalhadores da saúde e formuladores de políticas para prevenir o desenvolvimento e a propagação de infecções resistentes a antimicrobianos 

Em 2020, o tema escolhido para o setor de saúde humana é “Unidos para preservar os antimicrobianos”. De acordo com a OMS, se não forem tomadas ações em relação a esse problemaestima-se que até 2050 ele causará, anualmente, a perda de 10 milhões de vidas em todo o mundo, além de um prejuízo econômico de 100 trilhões de dólares.  

Para finalizar esta matéria, colocamos abaixo fatos importantes considerados pela OMS em relação à resistência microbiana e orientações para a população. Confira! 

Fatos importantes para a OMS 

  • A resistência aos antibióticos é uma das maiores ameaças à saúde global, à segurança alimentar e ao desenvolvimento. 
  • resistência aos antibióticos pode afetar qualquer pessoa, de qualquer idade, em qualquer país. 
  • resistência aos antibióticos ocorre naturalmente, mas o uso indevido de antibióticos em humanos e animais está acelerando o processo. 
  • Um número crescente de infecções  como pneumonia, tuberculose, gonorreia e salmonelose  está se tornando mais difícil de tratar, pois os antibióticos usados ​​em seus tratamentos vão ficando menos eficazes. 
  • resistência aos antibióticos leva a hospitalizações mais longas, maiores custos médicos e aumento da mortalidade. 

Orientações para a população 

Para prevenir e controlar a propagação da resistência aos antibióticos, as pessoas podem seguir as seguintes recomendações da OMS:

  • use antibióticos apenas quando prescritos por um profissional de saúde; 
  • nunca exija antibióticos se o seu profissional de saúde disser que você não precisa deles; 
  • sempre siga as orientações do profissional de saúde ao usar antibióticos; 
  • nunca compartilhe ou use sobras de antibióticos; 
  • prepare os alimentos de forma higiênica, seguindo as Cinco Chaves da OMS (manter limpos, separar os crus e cozidos, cozinhar bem, manter os alimentos em temperaturas seguras, usar água e matérias-primas seguras), e escolha aqueles produzidos sem o uso de antibióticos para promoção do crescimento ou prevenção de doenças em animais saudáveis. 

Fonte da imagem: Freepik
Fonte da notícia: ANVISA



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