- 23 de novembro de 2018
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
As notícias e mídias sociais têm dificultado a diferenciação entre ciência e ficção científica. Dessa forma, os pacientes podem ser afetados tanto pela falta de informação quanto pela distorção da mesma. Os fatores que contribuem para promoção do quadro são:
- Redução do custo para publicar informação: quando o custo era alto, a comunicação apenas era produzida por governos e instituições privadas, sendo concentradas e facilitando a identificação de inverdades. Agora, qualquer indivíduo pode publicar no Twitter ou Facebook. A democratização da comunicação dá espaço para promover notícias confiáveis e infiltrar fake news;
- Aumento da habilidade de selecionar qual informação absorver: quando a população estava restrita a jornais locais, todos escutavam as mesmas coisas. O aumento da quantidade de informações exige filtros individuais os quais guiam a mídia contemporânea;
- A disseminação da desinformação criou ferramentas que perpetuam o processo: pessoas que discordam das mensagens veiculadas podem apenas alegar serem “fake news” para desmoralizar o conteúdo. A ausência de restrições da desinformação aumentam a facilidade de promovê-la e a capacidade de acreditarem na mesma.
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Por essa razão, os pesquisadores que produzem notícias científicas não podem focar simplesmente na disseminação da mensagem, mas devem defender as evidências que validam o que está sendo colocado, para que essas informações não sejam confundidas ou falsamente classificadas como fake news.
As contramedidas elencadas para antecipar ou responder a essas ameaças segundo uma pesquisa pela JAMA Network neste mês são:
- Proveniência: habilidade de creditar informações de jornais científicos e, em troca, desacreditar informações que não provém dessas fontes;
- Engajamento: criação de uma campanha engajando as plataformas de utilização do paciente;
- Transparência: estabelecimento de um novo foco no acesso dos pacientes a informação e na forma como essas pessoas podem distorcer sua visão de mundo;
- Narrativa: investir em histórias sugestivas, que são mais persuasivas emocionalmente em comparação a múltiplas tabelas com conteúdos sistêmicos;
- Reputação: as mídias sociais fizeram com que os profissionais se preocupem mais com as respostas no Twitter do que o índice de citação. Cientistas não devem ser populares e adentrar nessas competições.
Tanto a informação científica quanto a desinformação são aumentadas com o auxílio das mídias sociais. Deve-se explorá-las de forma a expandir cada vez mais as notícias verídicas e com embasamento técnico e tentar derrubar as inverdades por meio das contramedidas citadas acima.
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Neste episódio, Aléxia Costa comenta o artigo publicado na Revista JAMA sobre a importância do consentimento informado com o paciente no centro do cuidado:
Referência:
Raina Merchant; David Asch. Protecting the Value of Medical Science in the Age of Social Media and “Fake News”. JAMA Network. Novembro de 2018.