- 15 de janeiro de 2017
- Posted by: Grupo IBES
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Inúmeros trabalhos científicos baseados em evidências, bem como a experiência da aviação no uso de check-lists, tem respaldado o uso dos mesmos em práticas de segurança para a prevenção de incidentes.
Mas à medida que listas de verificação (check-lists) proliferaram na saúde, os resultados tendem a se tornar inconsistentes, muitas vezes porque os praticantes da linha de frente os rejeitam ou adotam sem entusiasmo. Atul Gawande, cirurgião e colaborador do jornal The New Yorker, disse que o alto valor que os médicos atribuem à autonomia e à independência faz com que eles se tornem relutantes em se submeter às listas de verificação.
Assim, a grande questão é: como os sistemas de saúde podem ser tornados mais seguros quando o sucesso significa mudar as atitudes e os hábitos dos profissionais de saúde, num momento em que muitos estão sobrecarregados e profundamente frustrados por todas as exigências que lhes são feitas? O que é preciso para que eles adotem, com urgência, novas maneiras de trabalhar?
Muitos hospitais ou centros de saúde individuais têm avançado na melhoria da segurança. Nos EUA, uma grande iniciativa federal chamada de Parceria para Pacientes, que foi criada em 2011 pelos Centros de Medicare e Medicaid, traçou objetivos ambiciosos: uma redução de 40% em danos evitáveis para uma gama de condições e uma redução de 20% em readmissões hospitalares, através da implementação de práticas baseadas em evidências, para a segurança do paciente e o gerenciamento de indicadores relacionados.
Em dezembro/2015, o Medicare e Medicaid dos EUA lançaram um relatório encorajador. Com base principalmente em dados de uma amostra aleatória nacional de pacientes hospitalares, eles estimaram que entre 2011 e 2014, os pacientes experimentaram 2,1 milhões menos incidentes com dano em comparação com o ano de 2010. Aplicando as taxas esperadas de mortalidade e os custos, eles estimaram que esses ganhos podem ser traduzidos para 87.000 mortes evitadas e cerca de US$ 20 bilhões economizados.
FONTE: Bornstein, D. Reducing Preventable Harm in Hospitals, January 26, 2016