- 23 de junho de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Não há dados oficiais sobre os serviços de fitoterapia oferecidos na rede pública, mas diversos exemplos existentes no país que comprovam que a utilização de plantas medicinais gera grande economia para o sistema, podendo ser muito vantajosa financeiramente para o Estado. É o que afirma a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Fitoterapia do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Margarete Akemi Kishi, que presidirá, de 8 a 10 de novembro, em Gramado (RS), o V Simpósio de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Sistema Público de Saúde. O evento ocorre simultaneamente ao Congresso Internacional de Fitoterapia, ao I Congresso Brasileiro de Farmácia Estética e ao I Simpósio Farmacêutico de Nutracêuticos, durante o XII Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa.
Um exemplo de experiência bem-sucedida é o do município de Maracanaú, vizinho de Fortaleza (CE), que há mais de 20 anos possui a uma farmácia viva. A unidade produz xaropes, tinturas e cremes, dispensados em aproximadamente 30 unidades de saúde, o que garante a cobertura de 5% dos 210 mil habitantes. “A experiência de Maracanaú mostra que a farmácia viva é uma alternativa para ofertar tratamento gratuito à população a um custo operacional muito inferior ao de mercado”, explica Margareth Akemi Kishi.
Um estudo de viabilidade econômica, realizado em 2010, comparou o custo da produção de 12 itens na farmácia viva do município ao preço de atacado de medicamentos fitoterápicos com o mesmo efeito terapêutico. “O xarope de Chambá ou Justicia pectoralis L., rico em cumarina e umbelliferona e que tem efeito broncodilatador e expectorante, saiu por R$ 1,64, 600% mais barato do que o preço de atacado de um xarope com ação semelhante, que era R$12,00”, comenta Julio Peixe, coordenador da Farmácia Viva do município.
A unidade, que se encontra em reforma para adequação à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 18/13, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, respondia por 5% do fornecimento de medicamentos à população local até 2014, chegando a preparar 8 mil medicamentos ao mês para dispensação em 30 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). Atualmente, Maracanaú conta com 200 mil habitantes. O Chambá está sendo pesquisado por um laboratório europeu para ser utilizado em um medicamento para asma brônquica.
Já a Secretaria Municipal de Saúde de Toledo (PR) teve seu projeto de horto aprovado pelo Ministério da saúde duas vezes (2012 e 2015). A partir dele, a farmácia de manipulação do município recebeu melhorias na estrutura e equipamentos onde foi possível ampliar a produção de medicamentos fitoterápicos para atender a demanda da população o que resulta em economia bastante significativa para o Município – em torno de R$ 1,3 milhão por ano.
Política Nacional – Durante o simpósio, será realizada uma mesa-redonda sobre os dez anos da aprovação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O debate ocorrerá na tarde do dia 8 de novembro e será um espaço para troca de informações atualizadas sobre o tema, para estimular a participação dos agentes do SUS no processo de implementação das ações voltadas a essa prática no sistema público.
“A intenção é mostrar a eles a situação dos hortos oficiais – onde estão e como funcionam”, comenta Margarete Akemi Kishi. Para responder a essas perguntas, foram convidados a participar representantes de universidades, da usina Itaipu Binacional, que tem um horto oficial, e do Projeto Plantas Medicinais da Itaipu. Também participarão das discussões representantes da academia e do sistema público (Emater). Margarete Akemi Kishi conclama os gestores públicos a inscrever os farmacêuticos das redes de saúde que administram. “A Fitoterapia pode ser, sim, um excelente remédio para o SUS!”
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Para inscrições ao V Simpósio de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Sistema Público de Saúde e ao XII Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa, clique aqui.
FONTE: Conselho Federal de Farmácia