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“Estresse no trabalho: um desafio coletivo” foi o tema do Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho deste ano e o título de um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho. O estudo observa que dados globais sobre a prevalência e o impacto do estresse no local de trabalho não estão disponíveis. Entretanto, estudos das Américas e outras regiões indicam que se trata de um problema relevante. Em pesquisa realizada em 2012 sobre as condições de saúde e trabalho na América Central, por exemplo, mais de 10% dos entrevistados relataram se sentir constantemente pressionados e estressados no trabalho, tristes ou deprimidos, com problemas de insônia devido às preocupações sobre suas condições de trabalho.
estresse
Da mesma forma, pesquisa argentina de 2009 mostrou que 26,7% dos profissionais relataram estresse mental relacionado às cargas excessivas de trabalho. No Brasil, um estudo sobre afastamento devido a acidentes e doenças ocupacionais descobriu que 14% dos benefícios anuais de saúde foram relacionados a transtornos mentais. Por último, pesquisa de 2011 feita pelo Chile revelou que 27,9¨% dos trabalhadores e 13,8% dos empregadores relataram casos de estresse e depressão em suas empresas.
Riscos psicossociais
As causas mais comuns de estresse no trabalho são riscos psicossociais relacionados à organização do trabalho, projetos de trabalho, trabalho e suas condições, bem como as condições externas que podem influenciar o desempenho do trabalhador, satisfação na ocupação e saúde.
Embora o impacto do estresse no local de trabalho varie de um indivíduo para o outro, ele é conhecido por trazer consequências para a saúde que variam de transtornos mentais a doenças cardiovasculares, músculo esqueléticas e reprodutivas.  O estresse no trabalho também pode levar a problemas comportamentais, incluindo abuso de álcool e drogas, aumento do tabagismo e distúrbios do sono.
“Todos esses problemas são associados à falta de motivação, satisfação, comprometimento e desempenho no trabalho, também às faltas e rotatividade de funcionários e aposentadoria antecipada – tudo isso pode levar à diminuição da produtividade, competitividade e arranhar a reputação das organizações”, afirmou Julietta Rodriguez, da área de saúde do trabalho da OPAS/OMS.

Em busca de soluções

A OIT e a OMS emitiram diretrizes e recomendações para sanar estes problemas, entre elas a promoção do empoderamento do trabalhador, participação e satisfação, assim como a adoção do conceito da OIT de “trabalho decente”, cujos elementos incluem emprego justo, respeito pelos direitos humanos, regras laborais, proteção ao meio ambiente, transparência e diálogo social. A OIT também recomenda que os países incluam em suas listas de doenças ocupacionais o estresse e os transtornos mentais, garantindo assim que esses possam ser identificados, quantificados e posteriormente tratados.
Por sua vez, a OPAS/OMS também emitiu recomendações, orientações e intervenções para a prevenção de problemas de saúde mental devido a riscos psicossociais e publicou a série “Protecting workers’ health”, que promove medidas e políticas para minimizar a exposição a esses problemas. De acordo com as recomendações da OMS, a política de trabalho apropriada deve ser baseada nos seguintes princípios éticos:
• Cobrir todas as exposições perigosas dentro do ambiente de trabalho
• Aplicar normas de bom comportamento, atenção e responsabilidade
• Incluir abordagens que impeçam comportamentos antiéticos, agindo sobre eles, caso ocorram
• Promover a responsabilidade e prestação de contas de todos no local de trabalho
 


A carga de estresse no trabalho e os transtornos mentais dentro desse ambiente sinalizam para a necessidade urgente que criar e promover locais de trabalho saudáveis em que a saúde física, segurança e bem estar são protegidos, não prejudicados”, alegou Kira Fortune, chefe do programa Desenvolvimento Sustentável e Igualdade na Saúde, da OPAS/OMS.


 
 
FONTE: OMS (Organização Mundial de Saúde) / OPAS ( Organização Panamericana de Saúde)