- 17 de outubro de 2024
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Gestão de Indicadores: essencial para a melhoria contínua das organizações de saúde
Segundo Kaplan (2014), o uso de indicadores é chave para otimizar custos sem comprometer a qualidade do cuidado
Profissionais que compreendem e sabem fazer a gestão de indicadores são capazes de impulsionar melhorias na qualidade do atendimento, segurança do paciente e eficiência operacional. Os indicadores funcionam como ferramentas que possibilitam a mensuração do desempenho de serviços, identificando áreas de melhoria e ajudando a corrigir falhas antes que estas se tornem críticas. Segundo Donabedian (1988), a utilização de indicadores de qualidade em saúde é fundamental para garantir que os processos estão alinhados com os melhores padrões de cuidado.
A implementação de indicadores eficazes permite uma visão clara dos resultados em saúde, englobando aspectos como segurança do paciente, qualidade assistencial e custos operacionais. Para que um sistema de saúde seja sustentável e eficaz, é necessário monitorar constantemente esses fatores. Um estudo conduzido por Bisognano e Kenney (2012) destacou que a utilização de indicadores é fundamental para a inovação nos cuidados de saúde, já que permite uma abordagem baseada em evidências para a tomada de decisão.
Leia mais: A importância da análise de indicadores para alcançar a acreditação
O papel dos profissionais de saúde, em especial os gestores, é central nesse processo. Eles devem estar capacitados a interpretar corretamente os dados gerados pelos indicadores e a implementar mudanças que melhorem a qualidade dos serviços. Um exemplo disso é o uso de indicadores para reduzir infecções hospitalares. Ao monitorar continuamente taxas de infecção e identificar pontos críticos nos processos, é possível aplicar intervenções precisas e eficazes, resultando na redução de eventos adversos e aumento da segurança do paciente (Pronovost et al., 2006).
Além disso, o gerenciamento de indicadores auxilia no controle de custos. Em um cenário de recursos limitados e aumento da demanda por serviços de saúde, otimizar processos por meio de indicadores pode trazer maior eficiência e sustentabilidade ao sistema. A melhoria contínua com base em dados objetivos reduz desperdícios e aumenta a capacidade de atender mais pacientes com os mesmos recursos. Segundo Kaplan et al. (2014), o uso de indicadores é chave para a otimização dos custos sem comprometer a qualidade do cuidado.
Outro aspecto importante é a promoção de uma cultura organizacional focada em melhoria contínua. O uso de indicadores promove uma cultura de responsabilidade e transparência, onde todos os envolvidos nos processos de saúde têm consciência do impacto de suas ações. Profissionais que dominam a gestão de indicadores são capazes de liderar mudanças e engajar suas equipes em busca de melhorias. Segundo Berwick (1989), a transparência nos processos de medição é um fator motivador para a excelência em saúde.
Entretanto, o sucesso do uso de indicadores está intimamente ligado à escolha correta e à definição clara desses parâmetros. Não basta monitorar dados; é necessário que os indicadores selecionados estejam alinhados aos objetivos estratégicos da organização e reflitam os aspectos mais críticos para o cuidado do paciente. Um estudo de Lloyd (2017) reforça que indicadores mal definidos ou mal utilizados podem levar a falsas interpretações e, consequentemente, a decisões inadequadas que não melhoram os resultados esperados.
Portanto, a gestão de indicadores é mais do que um processo técnico; é uma ferramenta estratégica para alcançar a excelência em saúde. Os profissionais de saúde que dominam essa prática estão em posição de liderar mudanças positivas e impactar diretamente a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes. A coleta, análise e interpretação adequada de dados podem transformar a forma como os serviços de saúde são planejados e executados, resultando em melhorias significativas para os pacientes e para toda a cadeia de saúde.
Em conclusão, saber gerenciar indicadores é uma competência fundamental para o profissional de saúde no mundo atual. Isso não apenas permite melhorar os processos internos, mas também contribui para a sustentabilidade e inovação nos cuidados de saúde. À medida que os desafios na saúde continuam a crescer, o uso estratégico de indicadores será cada vez mais relevante para garantir um cuidado de qualidade, eficiente e seguro.
Fonte da imagem: Envato
Referências:
– Berwick, D.M. (1989). Continuous improvement as an ideal in health care. *New England Journal of Medicine*, 320(1), 53-56.
– Bisognano, M., & Kenney, C. (2012). *Pursuing the Triple Aim: Seven Innovators Show the Way to Better Care, Better Health, and Lower Costs*. John Wiley & Sons.
– Donabedian, A. (1988). The quality of care: How can it be assessed? *JAMA*, 260(12), 1743-1748.
– Kaplan, R.S., Porter, M.E. (2014). How to solve the cost crisis in health care. *Harvard Business Review*, 92(9), 46-52.
– Lloyd, R. (2017). *Quality Health Care: A Guide to Developing and Using Indicators*. Jones & Bartlett Learning.
– Pronovost, P., Needham, D., Berenholtz, S., Sinopoli, D., Chu, H., Cosgrove, S., Sexton, B., Hyzy, R., Welsh, R., Roth, G., Bander, J., Kepros, J., & Goeschel, C. (2006). An intervention to decrease catheter-related bloodstream infections in the ICU. *New England Journal of Medicine*, 355(26), 2725-2732.