[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]
[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]

Estratégias de Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico

O Global Guidelines for the Prevention of Surgical Site Infection (OMS) reúne recomendações para reduzir a incidência de ISC

A infecção de sítio cirúrgico (ISC) representa uma das complicações mais comuns e onerosas no cuidado perioperatório, sendo responsável por prolongar internações, aumentar os custos de tratamento e impactar negativamente os desfechos clínicos. Para enfrentar esse desafio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou as Global Guidelines for the Prevention of Surgical Site Infection, um documento que reúne recomendações baseadas em evidências para reduzir a incidência de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) em todo o mundo.

 

  1. Higiene Pré-operatória

A preparação do paciente antes da cirurgia é crucial. Segundo a OMS, o banho ou ducha com sabão antisséptico nas 24 horas anteriores à cirurgia reduz a carga microbiana na pele e diminui o risco de Infecção de Sítio Cirúrgico. Além disso, o uso de clorexidina é altamente recomendado como um agente antisséptico eficaz para higienização pré-operatória da pele (WHO, 2016).

  1. Antissepsia da Pele no Sítio Cirúrgico

A aplicação de antissépticos no local da incisão é uma medida essencial. A OMS recomenda o uso de preparações alcoólicas contendo clorexidina, que demonstraram ser mais eficazes do que outros agentes, como a iodopovidona, na redução do risco de ISC. Essa etapa deve ser realizada imediatamente antes da incisão cirúrgica, com técnicas apropriadas para cobrir toda a área envolvida (WHO, 2016).

 

Leia mais: Principais medidas de prevenção de infecções do sítio cirúrgico (ISC)

 

  1. Profilaxia Antibiótica

O uso adequado de antibióticos profiláticos é um dos pilares na prevenção de infecção de Sítio Cirúrgico. A OMS recomenda que esses medicamentos sejam administrados na hora ou até duas horas antes da incisão cirúrgica, dependendo da meia-vida do fármaco. Além disso, a administração profilática deve ser interrompida 24 horas após o procedimento para evitar o desenvolvimento de resistência antimicrobiana (WHO, 2016).

  1. Controle de Temperatura Corporal

A normotermia intraoperatória é fundamental para a prevenção da Infecção de Sítio Cirúrgico. Hipotermia leve durante a cirurgia pode comprometer a função imunológica e reduzir a perfusão tecidual, aumentando o risco de infecção. Técnicas de aquecimento ativo, como cobertores térmicos e fluidos aquecidos, devem ser empregadas para manter a temperatura corporal adequada (WHO, 2016).

  1. Controle de Glicemia

A hiperglicemia é um fator de risco conhecido para Infecção de Sítio Cirúrgico, mesmo em pacientes sem diabetes. A OMS recomenda o controle rigoroso dos níveis de glicose no período perioperatório, especialmente em cirurgias maiores ou em pacientes com histórico de diabetes, para promover a cicatrização e reduzir o risco de infecção (WHO, 2016).

 

 

  1. Uso Adequado de Materiais Estéreis

A esterilidade do ambiente cirúrgico e dos instrumentos é essencial. A OMS recomenda a utilização de aventais e campos cirúrgicos estéreis descartáveis ou reutilizáveis, desde que adequadamente esterilizados. Além disso, a troca de luvas após manipulações críticas, como o fechamento da parede abdominal, também é indicada para minimizar a contaminação (WHO, 2016).

  1. Ventilação Adequada do Centro Cirúrgico

Um sistema eficaz de ventilação, com controle da qualidade do ar e taxas adequadas de renovação, reduz a presença de micro-organismos no ambiente cirúrgico. A OMS recomenda o uso de filtros HEPA e a manutenção de pressão positiva nas salas cirúrgicas para prevenir a entrada de contaminantes externos (WHO, 2016).

  1. Redução do Uso de Drenos

Embora os drenos sejam frequentemente utilizados para evitar acúmulo de fluidos, seu uso deve ser limitado e criteriosamente avaliado. A OMS recomenda evitar o uso rotineiro de drenos, sempre que possível, e removê-los precocemente, pois sua presença prolongada pode aumentar o risco de ISC (WHO, 2016).

  1. Educação e Treinamento da Equipe

A capacitação contínua dos profissionais de saúde sobre as melhores práticas de prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico é indispensável. Programas de treinamento, protocolos bem definidos e auditorias regulares promovem a adesão às diretrizes e ajudam a criar uma cultura de segurança (WHO, 2016).

  1. Monitoramento e Feedback

Por fim, a OMS destaca a importância do monitoramento de Infecção de Sítio Cirúrgico e do feedback para as equipes cirúrgicas. Sistemas de vigilância, associados à análise regular de dados sobre infecções, permitem identificar áreas de melhoria e implementar estratégias baseadas em evidências para mitigar os riscos (WHO, 2016).

 

Conclusão

A prevenção de infecções de sítio cirúrgico exige um esforço coordenado, baseado em intervenções eficazes e adaptadas ao contexto local. As diretrizes globais da OMS fornecem um framework robusto para reduzir a incidência dessas complicações, promovendo melhores desfechos para os pacientes e otimização dos recursos em saúde.

 

Fonte da imagem: Envato

Referências:
1. World Health Organization (WHO). (2016). Global Guidelines for the Prevention of Surgical Site Infection. Geneva: WHO.
2. Mangram, A. J., et al. (1999). “Guideline for Prevention of Surgical Site Infection.” Infection Control and Hospital Epidemiology, 20(4), 250-278.
3. Allegranzi, B., & Pittet, D. (2008). “Role of Hand Hygiene in Healthcare-Associated Infection Prevention.” Journal of Hospital Infection, 68(3), 191-199.
4. Kirkland, K. B., et al. (1999). “Impact of Surgical Site Infections on Hospital Stays and Costs.” Infection Control & Hospital Epidemiology, 20(11), 725-730.



Deixe um comentário