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A edição do treinamento de instrutores da estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia no Brasil tem formado cada vez mais profissionais capacitados. O evento foi organizado no município de São Paulo pelo Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Essa capacitação estimula a formação de equipes multidisciplinares, qualificadas e organizadas para o enfrentamento às emergências obstétricas, incentiva a adoção de protocolos para prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia pós-parto, motiva mudanças nos processos de trabalho e fluxos assistenciais, além de discutir a situação das emergências obstétricas, dos óbitos maternos e da organização da rede materno-infantil em cada estado.

O treinamento também junta teoria e prática, para fixar a proposta de utilização de sequenciamento na abordagem da hemorragia pós-parto, ao usar tecnologias para enfrentamento ao choque hemorrágico – traje antichoque não pneumático (TAN), balões de tamponamento intrauterino, suturas hemostáticas e código vermelho –, inclusive com estações de simulação realística.

Confira abaixo um resumo de cada uma delas:

A primeira é uma dinâmica de grupo em que instrutores formados nas duas capacitações anteriores fazem uma demonstração de como lidar com um caso de perda de sangue por rompimento de vasos sanguíneos após uma cesariana e acalmar tanto a mãe quanto a(o) sua(seu) acompanhante.

 

 

 

Um importante instrumento para apoiar o controle do choque hemorrágico é o traje antichoque não pneumático (TAN). No treinamento, a equipe de instrutores da OPAS e do Ministério da Saúde apresentam como colocar e retirar o TAN de maneira segura, bem como em quais situações é benéfico utilizá-lo. Esses procedimentos podem ser feitos por médicas(os), enfermeiras(os).

 

 

 

Na segunda dinâmica de grupo, é feita uma simulação de trabalho em equipe. Um(a) participante apresenta uma “coreografia” própria enquanto canta a música “Escravos de Jó” e os (as) demais devem acompanhá-lo(a). Essa atividade busca simular o que seria uma equipe seguindo pela primeira vez o protocolo de atendimento de outra unidade de saúde e os problemas de comunicação que podem surgem disso.

 

 

Em outro exercício, é apresentado o passo a passo da confecção do balão de tamponamento intrauterino (usado, por exemplo, para casos de atonia uterina). São ensinadas diferentes técnicas – como a montagem de balões artesanais a partir de um preservativo e uma sonda de Foley, inseridos em uma garrafa plástica que simula o útero –, bem como estratégias para redução de riscos.

 

 

 

 

Há situações em que a cirurgia é necessária para evitar que o sangramento tire a vida da paciente. Nesses casos, um dos procedimentos que podem ser adotados antes de uma histerectomia (retirada do útero) é a sutura hemostática. No treinamento, as(os) participantes aprendem e compartilham experiências, por exemplo, sobre técnicas de ligaduras vasculares, suturas compressivas, assim como em quais momentos aplicá-las e o que deve ser observado. As lições são praticadas em úteros de pano.

 

 

Na Estação Prática Código Vermelho, que costuma ser a mais complexa do ponto de vista emocional, uma equipe multidisciplinar precisa organizar rapidamente fluxos assistenciais e utilizar um protocolo específico e o kit de hemorragia pós-parto, em uma paciente cujo sangramento piora a cada minuto.

 

 

 

Para a realização da cirurgia de controle de danos, são apresentadas as técnicas de empacotamento pélvico (curativo a vácuo fechado) e de compressão da artéria aorta – bem como em quais casos esses procedimentos são indicados. São usados materiais para simular uma pélvis feminina, pinças anatômicas de dissecção, folhas de plástico fino, unidades de compressas cirúrgicas, entre outros.

 

 

 

Na aula de reconhecimento de fatores de risco do acretismo placentário, há uma discussão e compartilhamento de experiências entre os participantes sobre possibilidades de manejo e programação dos partos, fatores de risco (em especial placenta prévia e cesarianas anteriores), diagnóstico por imagem, suspeitas durante o pré-natal, entre outros.

 

 

 

Treinamento
A estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia é desenvolvida pela OPAS em conjunto com as autoridades nacionais e subnacionais de saúde de seis países – Bolívia, Guatemala, Haiti, Peru e República Dominicana. Por meio dessa iniciativa, a Organização Pan-Americana da Saúde e seu Centro Latino-Americano de Perinatologia – Saúde das Mulheres e Reprodutiva (CLAP/SMR) mobilizam governos, sociedade civil e comunidades para realizarem conjuntamente ações que acelerem a redução da morbimortalidade materna grave, tendo como linhas de ação o acesso e cobertura de saúde; sistemas de informação; comunicação e intervenções para equipes de saúde.

O primeiro treinamento de instrutores da estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia no Brasil foi promovido em 2016 pelo Ministério da Saúde e a OPAS, com apoio do CLAP/SMR, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e Federação Latino-Americana de Sociedades de Obstetrícia e Ginecologia (FLASOG).

O objetivo desse treinamento é qualificar médicas(os) e enfermeiras(os), com perfil diferenciado, que deverão apoiar tecnicamente a implementação do Zero Morte Materna por Hemorragia nos estados brasileiros. Além de palestras e debates, os profissionais participam de estações de simulação realísticas com cenários de hemorragia pós-parto.

Esses treinamentos têm ajudado a salvar a vida de várias mães e bebês, conforme mostrado no vídeo abaixo:

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Essas ações se relacionam diretamente com a meta 3.1 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): “Até 2030, reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos”.

 

FONTE: OPAS/OMS Brasil



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