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Desafios e Oportunidades na Assistência de Longa Permanência de Idosos

A responsabilidade dos cuidados recai majoritariamente sobre as famílias, com um peso ainda maior sobre as mulheres

O cenário dos cuidados de longa permanência (LTC), como o das ILPIs (Instituições de Longa Permanência de Idosos) apresenta desafios significativos e oportunidades de transformação, refletindo a complexidade dos sistemas de saúde e assistência social em diversos países. A ausência de políticas integradas e sustentáveis evidencia a urgência de repensar modelos de cuidado que atendam às necessidades dos idosos e dos seus cuidadores.
A carência de sistemas estruturados de LTC impõe um fardo desproporcional sobre as famílias, principalmente em contextos de baixa e média renda. A falta de políticas nacionais e subnacionais robustas compromete a capacidade de oferecer um suporte adequado aos idosos, deixando muitos sem o amparo necessário para uma qualidade de vida digna.

 

Leia também: Como Escolher uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI)?

 

A responsabilidade dos cuidados recai majoritariamente sobre as famílias, com um peso ainda maior sobre as mulheres. Muitas vezes, essas mulheres assumem o papel de cuidadoras não por escolha, mas devido à escassez de alternativas acessíveis de cuidado formal, sacrificando oportunidades pessoais e profissionais.

Essa realidade evidencia a importância de priorizar as necessidades dos cuidadores. Investir em apoio e suporte para esses indivíduos não só garante um cuidado mais efetivo aos idosos, como também protege a saúde e o bem-estar dos próprios cuidadores, aliviando o impacto social e econômico do cuidado informal.

Outro desafio central é a insuficiência e a desvalorização da força de trabalho no setor. Muitos dos trabalhadores são mulheres que atuam sem a devida qualificação formal e, frequentemente, em condições informais ou como trabalhadores domésticos, reflexo da falta de reconhecimento e formalização do setor.

 

 

A dependência excessiva do cuidado não remunerado torna o sistema insustentável, especialmente diante das mudanças nas dinâmicas familiares e das maiores oportunidades de inserção das mulheres no mercado de trabalho. A previsão de escassez tanto de cuidadores informais quanto de profissionais remunerados acentua a necessidade urgente de reformas estruturais.
Mesmo os trabalhadores remunerados enfrentam condições precárias, com salários baixos, insegurança no emprego e riscos relacionados a cargas horárias excessivas, problemas de saúde mental e assédio. Essas condições adversas comprometem a qualidade dos serviços prestados e prejudicam a própria saúde dos profissionais.
Além dos desafios na oferta de mão de obra, a discriminação e o abuso contra os idosos e seus cuidadores configuram um grave problema. O preconceito etário pode resultar em negligência e tratamentos inadequados, tornando imprescindível a promoção de uma cultura de respeito e de proteção à dignidade dos idosos.
Capacitar os profissionais de saúde e assistência social em comunicação empática e atitudes respeitosas é fundamental para combater o estigma associado ao cuidado, sobretudo em ambientes residenciais, onde a vulnerabilidade dos idosos se torna ainda mais acentuada.
Por fim, a fragmentação dos serviços de LTC evidencia a falta de integração entre diferentes unidades, programas e plataformas de cuidado. Essa desarticulação resulta na interrupção dos serviços e na dificuldade de oferecer uma atenção contínua, reforçando a necessidade de políticas coordenadas e investimentos que promovam uma rede integrada e sustentável de cuidados para toda a população.

 

Fonte da imagem: Envato

Fonte: Long-term care for older people: package for universal health coverage. Geneva: World Health Organization; 2023. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.



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