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patient-advocateO paciente deve ser o ponto central da preocupação dos profissionais e da alta direção, com a segurança nos serviços de saúde. Foi justamente por isso, que a Anvisa lançou uma série de documentos sobre a Segurança do Paciente

As publicações da Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde – GGTES/ANVISA foram apresentadas no V Seminário Internacional: Redução do Risco para a Segurança do Paciente e Qualidade em Serviço de Saúde, que se inicia na noite de hoje (07/08/17) e termina no dia 10/08/17.

Dentre os materiais disponibilizados está o Guia Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacientes, familiares e acompanhantes que se divide em 3 partes:

I. Antes do atendimento/internação do paciente

II. Durante o atendimento/internação do paciente

III. Após o atendimento/internação do paciente

 

Antes do atendimento/internação do paciente

1. Segurança do Paciente

A segurança do paciente deve começar neste momento. Algumas dicas do guia para implantar a segurança do paciente em instituições são:

  • Criação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP): o Núcleo é responsável pelas questões relacionadas à Segurança do Paciente nos serviços de saúde, além de elaborar e acompanhar o Plano de Segurança do Paciente (PSP). Ainda, deve notificar, mensalmente, os incidentes de segurança ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
  • Estabelecimento de protocolos pelos serviços de saúde: são exemplos, os protocolos de Identificação do Paciente, Prática de Higiene das Mãos, Segurança Cirúrgica, Prevenção de Quedas e de Lesão por Pressão e Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos.
  • Notificação de incidentes: a notificação permite conhecer os incidentes que ocorrem nos serviços de saúde e propor medidas para prevenir que ocorram incidentes semelhantes, melhorando a qualidade dos serviços de saúde.
  • Envolvimento do cidadão em sua segurança: um paciente mais comprometido com sua saúde é um paciente que ajuda a prevenir incidentes relacionados à assistência à saúde.
  • Inclusão do tema segurança do paciente no ensino: sua inclusão no ensino técnico, de graduação, pós-graduação e educação dos profissionais de saúde pode ajudar a conscientizar a população sobre a importância do tema da segurança do paciente.
  • Incremento de pesquisa em segurança do paciente: as pesquisas podem aumentar o conhecimento sobre o tema e dar apoio à tomada de decisões (nacional e localmente) para a segurança do paciente.

Saiba mais sobre o assunto lendo os textos Afinal, o que é Segurança do Paciente e quais os protocolos básicos? e Quem são os envolvidos na segurança do paciente?

 

2. Vigilância Sanitária

O guia também cita a importância da Vigilância Sanitária de serviços de saúde e segurança do paciente. A ANVISA publicou a RDC n° 36/2013, que institui as ações de segurança do paciente em serviços de saúde, na qual consta a obrigatoriedade destes serviços instituírem em sua estrutura, o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP).

Algumas dicas para que você possa contribuir com a vigilância sanitária de serviços de saúde para sua segurança:

  • Antes da internação, procure saber se o serviço de saúde está regularizado junto à Vigilância Sanitária.
  • No caso de consulta, faça perguntas ao profissional e certifique-se de que foram respondidas e compreendidas.
  • Se qualquer incidente ocorrido durante o atendimento em hospitais, postos ou outras unidades de saúde tiver lhe causado dano, comunique ao SNVS (ver o tópico Notificação de incidentes relacionados à assistência à saúde por pacientes e familiares deste guia).

 

3. Direitos do Paciente

São direitos básicos que devem ser conhecidos pelos usuários dos serviços de saúde para o ingresso digno, atendimento seguro e de qualidade nos sistemas de saúde, sejam eles públicos, filantrópicos ou privados.

Como fazer:

Todo usuário do serviço de saúde tem direito:

  • ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.
  • a tratamento apropriado e efetivo para seu problema.
  • ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação.
  • a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos.
  • ao comprometimento dos gestores da saúde para que os direitos anteriormente citados sejam cumpridos.

 

Durante o atendimento/internação do paciente

4. Identificação do Paciente

Dicas para que você, familiar e acompanhante participem na prevenção de erros de identificação do paciente:

  • Antes de colocar a pulseira de identificação, verifique se as informações estão corretas, sem erros de ortografia, de números e letras. Até mesmo os sistemas informatizados podem produzir erros.
  • Contribua no processo de sua identificação, falando seu nome e sobrenome, antes da realização de um cuidado.
  • Verifique se constam pelo menos dois identificadores (ex. nome e data de nascimento) na pulseira ou outra identificação fornecida pelo serviço de saúde.
  • Solicite que os profissionais de saúde lhe expliquem a respeito dos dois identificadores. A conferência da identificação é obrigatória antes do cuidado.
  • Verifique como os profissionais de saúde conferem sua identificação antes do cuidado, como, por exemplo, no momento da administração do medicamento.
  • A identificação do frasco de coleta de exames deve ser, preferencialmente, feita na presença do paciente, acompanhante ou familiar. Confira os seus dados nos tubos de coleta e se a verificação desses dados é realizada no momento da coleta.
  • No caso de identificação de recém-nascidos (RN), confira se consta na pulseira de identificação do bebê minimamente, o nome da mãe e o número do prontuário do RN.
  • Pergunte se há um protocolo de identificação dos pacientes na instituição.

Se você ainda não conhece o protocolo de identificação do paciente, leia o texto Você já conhece o Protocolo de Identificação do Paciente?

 

5. Prevenção de Infecção relacionada à Assistência à Saúde

As principais medidas de prevenção das IRAS são higiene das mãos, Técnica correta de inserção e manutenção de dispositivos invasivos, Limpeza do ambiente, Precaução de contato e Uso correto de antimicrobianos.

 

6. Higiene das mãos

A higiene das mãos pode ser feita com água e sabonete líquido ou com preparação alcoólica (gel, líquido e espuma) para as mãos.

Precaução

Para saber mais, conheça o Protocolo de Prática de Higiene das mãos

 

7. Cirurgia Segura

Para evitar falhas durante o procedimento anestésico-cirúrgico é utilizada uma lista de verificação de segurança cirúrgica (checklist de cirurgia segura) na sala operatória.

verificação

Leia o texto Qual a importância do Protocolo de Cirurgia Segura? para saber mais

 

8. Erros de medicação

Você pode ajudar a prevenir erro de medicação e contribuir com o uso seguro de medicamentos por meio das seguintes medidas:

  • Proporcionando informação importante ao médico e outros profissionais: informe-os sobre todos os medicamentos que está usando; se tem alergia a algum medicamento; se está grávida ou amentando; se tem outra doença, como diabetes, hipertensão e outras. Lembre-se que vitaminas, anticoncepcionais, analgésicos também são medicamentos e devem ser reportados.
  • Pedindo informações sobre seu medicamento: retire todas suas dúvidas, como a via de administração, modo de usar, efeitos colaterais e reações adversas, tempo de uso, interações com outros medicamentos e exames laboratoriais etc); quando o profissional prescrever a mão, verifique se consegue ler a prescrição.
  • Seguindo a prescrição médica ou odontológica e empenhando-se para o sucesso de seu tratamento: use todo o antibiótico que foi prescrito; avise o profissional se tiver alguma reação adversa ou outro problema; pergunte se há necessidade de realizar exames de sangue, radiografias ou outros exames para verificar se o medicamento está tendo o efeito desejado ou se necessitará de usar outro medicamento; peça ao profissional que lhe explique os resultados dos exames.
  • Ao consultar um médico ou dentista leve uma anotação contendo os medicamentos em uso: anote todos os medicamentos prescritos (comprimidos, gotas, líquidos, pomadas ou outra formulação prescrita) e os livres de prescrição médica, tais como antiácidos, analgésicos, vitaminas, fitoterápicos, entre outros.

Os 9 certo da administração de medicamentos devem ser observados para garantir a segurança do paciente

9 certos

Conheça os 9 certos através do texto Os 9 Certos na administração segura de medicamentos pela enfermagem

 

9. Prevenção de Lesões por pressão

Para prevenir as lesões por pressão, são recomendadas as seguintes medidas: avaliação cuidadosa da pele pelo menos uma vez por dia, priorizando as regiões de proeminências ósseas (joelhos, cotovelos e calcanhares); uso de colchão especial e de coxins, como colchão de espuma do tipo caixa de ovo ou colchão d’água; uso de apoio (travesseiros, coxins ou espumas) na altura da panturrilha, a fim de erguer os pés e proteger os calcanhares; hidratação da pele do paciente com hidratantes; manutenção da higiene corporal e de uma nutrição adequada para favorecer a cicatrização dos tecidos; uso de barreiras protetoras da umidade excessiva, quando necessário (ex. película semipermeável, hidrocoloides, espuma de poliuretano, sacos retais e/ou substâncias oleosas); orientação do paciente e da família na prevenção e tratamento das lesões por pressão; mudança de posição para reduzir o tempo e pressão aos quais os indivíduos estão expostos.

Conheça o Protocolo para prevenção de Úlcera por Pressão

10. Prevenção de quedas

As quedas podem ser prevenidas por meio da implantação das seguintes medidas: avaliar o risco de o paciente sofrer quedas; assegurar ao paciente um cuidado multiprofissional em um ambiente seguro e conscientizar paciente, familiares e profissionais quanto ao risco de quedas.

Dicas para que você, familiar e acompanhante possam participar na prevenção de queda de paciente em serviços de saúde:

  • Pergunte se há, na instituição, algum folheto ou panfleto sobre prevenção do risco de queda de paciente.
  • Observe se a avaliação do risco de quedas foi realizada na sua admissão e se é repetida diariamente.
  • Se existe risco de queda, verifique se há alguma sinalização indicando que você é suscetível de sofrer quedas.
  • Siga as devidas orientações para prevenção do risco de queda de paciente

Leia o texto Por que o Protocolo de Prevenção de Quedas é tão importante?

 

11. Prevenção de erros de diálise

O primeiro passo é conversar com os diversos profissionais da clínica sobre o seu tratamento e perguntar quais são as principais etapas do tratamento e quais são os riscos envolvidos em cada etapa. É importante que o paciente de diálise participe de grupos de apoio e associações de pacientes em diálise, neles é possível compreender melhor sua doença e como um bom tratamento influencia na qualidade de vida.

 

Após o atendimento/internação do paciente

12. Orientações aos usuários dos serviços de saúde

Após internação/atendimento, devem ser feitas minimamente as seguintes orientações ao usuário do serviço de saúde para o autocuidado (ou para ser cuidado pela família/cuidador):

  • Esclarecer e informar sobre o diagnóstico e continuidade do plano de tratamento.
  • Revisar os principais cuidados: higiene oral e corporal, entendimento da dor, alimentação apropriada para a convalescença, cuidados com sondas, curativos, vestuário, cuidados posturais, cuidados em casa para evitar as quedas, atividades físicas, retorno ao trabalho, entre outros.
  • Se fez cirurgia, assegure-se que recebeu toda orientação no pós-operatório (cuidados com a ferida operatória e drenos, curativos, uso de medicamentos, etc). E se foi orientado a reconhecer os sinais e sintomas de infecção, como dor ou sensibilidade, secreção e vermelhidão no local, que devem comunicados imediatamente a seu médico ou serviço de saúde.
  • Se recebeu alguma prescrição (receita), assegure-se que foi orientado quanto aos medicamentos de uso diário (horários, dosagens, tempo de tratamento, etc). Se necessário, pode ser orientado a realizar a autoadministração (por ex., aplicação de insulina). Nesse caso, deve reconhecer os efeitos adversos e as providências a serem tomadas.
  • Certifique-se que compreendeu todas as orientações recebidas.
  • Se desejar, peça as informações por escrito.
  • Entregue as informações aos familiares ou acompanhante que lhe ajudará em seus cuidados.
  • Certifique-se que seu retorno ambulatorial foi marcado.

 

13. Notificações de incidentes relacionados à Assistência à Saúde por pacientes e familiares

Os pacientes, familiares e acompanhantes podem notificar os incidentes de segurança que possam ter ocorridos durante ou após o atendimento ou internação no serviço de saúde por meio do Sistema Nacional de Notificações em Vigilância Sanitária (NOTIVISA), módulo Cidadão, acessando: http://www20.anvisa.gov.br/ segurancadopaciente/ Não é necessário preencher cadastro no sistema de informação e os dados de quem notifica são confidenciais, sendo que não é necessária a identificação do paciente que sofreu o EA no formulário de notificação. Lembre-se que nenhuma notificação é analisada individualmente, evitando-se motivar punições dos envolvidos. No entanto, o conjunto das informações é utilizado para instituir medidas gerais de prevenção e redução de danos futuros aos pacientes.

 

Você pode ler o guia completo em Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacientes, familiares e acompanhantes