- 12 de junho de 2021
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Como a inovação está ajudando as organizações em meio à pandemia
O que é inovação para você? Se perguntarmos para 100 pessoas, provavelmente teremos 100 respostas diferentes. Quando usamos a palavra “Inovação”, provavelmente pensamos em grandes invenções que mudam a nossa vida.
Desmistificando um pouco essa imagem, e trazendo para mais perto do nosso dia a dia, quero dizer que, na verdade, a inovação é mais parecida com o que fazemos quando precisamos de uma solução simples para entregarmos alguns trabalhos, ou fazer algo mais rápido. Basicamente é sobre utilizar os recursos que temos, dentro do limite de tempo que temos, executando uma tarefa de forma diferente e que tenha um resultado ótimo. Por exemplo, quem nunca inovou em uma receita, ou buscando um caminho diferente mediante um trânsito à frente ou revendo algum processo?
Claro que poderíamos abordar nesse artigo diversas tecnologias que estão mudando o mercado como um todo, por exemplo como o uso da Inteligência Artificial está sendo utilizada para diagnósticos, sobre as evoluções de Estudos Farmacêuticos e genéticos, aplicação de Impressora 3D em emergências médicas, Cirurgias à distancia, Telemedicina, etc.
Mas Inovação não está relacionado apenas à grandes ideias, e quando ficamos presos nesse pensamento, na verdade ficamos estagnados porque passamos à aguardar grandes soluções que podem não chegar. Inovação, no core do seu propósito, está mais relacionada com colocar em prática pequenas ideias, testar o resultado e ir corrigindo ao longo do percurso. Quem nunca se identificou com uma ideia que teve muito sucesso e lembrou que pensou em algo parecido e se arrependeu de não ir adiante? Por isso hoje quero abordar o Mindset e cultura de inovação.
Somo seres inquietos e curiosos por natureza. Sempre buscando novos horizontes e formas de ir além. Hoje chamamos essa “faísca”, inerente a todos nós, de Inovação. Isso nos impulsionou a buscar mundos além do nosso e buscar explicação para aquilo que não conseguimos enxergar a “olho nu”. E como essa característica pode nos ajudar e tem ajudado mediante à essa batalha que estamos vivendo em meio à pandemia?
Leia também: O que é inovação em saúde?
Após a pandemia da COVID-19 ser decretada instituições precisaram se reinventar, passaram a digitalizar soluções para poder atender melhor o paciente. Algumas soluções como telemedicina ainda não estavam regulamentadas. Tanto instituições de saúde como provedores de serviços tiveram que se reinventar e se reestruturar para buscaram uma melhor experiência para o usuário. Principalmente na saúde essa experiência, é fundamental. O usuário está cada vez mais exigente.
Mas o ponto de partida de uma inovação é quando percebemos que algo não nos atende mais, ou que algo muda em nossa rotina e percebemos que precisa ser melhorado. É essa autoanálise, essa percepção que nos faz buscar algo.
Quando falamos de forma institucional sobre inovação, isso gera nas empresas um olhar para o que pode ser melhorado. Saímos de uma posição reativa para uma postura proativa e passamos a buscar oportunidades, nos conhecer mais e antecipar oportunidades e necessidades do cliente. Como as oportunidades têm sido estruturadas e organizadas na sua instituição? Existem pessoas, área ou comitê que prioriza, acompanha essas oportunidades e apoia a colocá-las em prática?
Essa percepção também precisa recair sobre as mudanças que vem ocorrendo no mercado e principalmente a velocidade com que vem surgindo novas tecnologias. Hoje, soluções que fazem parte do nosso dia a dia como Waze e WhatsApp, não existiam a 10 anos. Hoje já existem mais smartphones do que pessoas no mundo todo, sendo que eles surgiram em 2007 com o primeiro Iphone.
No mundo corporativo, é fato que quanto mais previsibilidade e controle sobre os resultados melhor, e para isso as empresas sempre endereçaram muito esforço nesse sentido. Já passamos um ano desde que foi decretado a pandemia, e quando somamos toda a incerteza que se abateu sobre todo o mundo com esse cenário de novas tecnologias passamos a entender algumas lições que tem total relação com os movimentos de inovação: (1) é que não temos controle sobre tudo, (2) que as mudanças que têm acontecido não vão voltar ao “normal” e (3) que previsibilidade é algo efêmero.
Planejamentos estratégicos de 5 anos precisaram ser revisados e agora cada vez mais com uma recorrência muito maior que antes, para algumas situações e metas deixou de fazer sentido olhar para prazo tão longo.
Então, ao contrário de se apegar à previsibilidade de cenário, tentando prever inclusive nos movimentos de concorrentes, novos entrantes, fornecedores e outras forças, a Inovação ajuda a entender como abraçar a incerteza e trabalhar com esse direcionador alinhado com os propósitos da organização e necessidades dos clientes. As tecnologias são um meio inclusive para reduzir a influências de algumas dessas forças e reduzir barreiras entre mercados. Por exemplo, hoje a Airbnb é a maior rede de Hospedagem do mundo sem ter sequer um hotel.
A inovação é o caminho para ajudar as organizações a aumentar a capacidade de se adaptarem às mudanças. Algumas características da inovação que suportam esse movimento são: o compartilhamento de conhecimento, diversidade cultural, digitalização dos processos, cultura de risco e experimentação.
É fato que a melhor forma de prever o futuro é inventá-lo. Por que não sermos nós os primeiros? Por que precisamos esperar alguém fazer primeiro? Existe uma curva padrão que representa o comportamento de adoção de tecnologias e ela é dividida em algumas classificações: pioneiros (Inovadores), primeiros adeptos (Visionários), maioria inicial (Pragmáticos), maioria tardia (conservadores) e retardatários (Céticos). Além desses papéis gostaria de fazer uma provocação para um perfil que não está nessa lista e que são os “Colonizadores”. Esse perfil representa aqueles pioneiros que realmente acreditam em seu propósito e buscam fazer o melhor com a “inovação”, aprimorando e vivenciando a inovação. Eles alcançam mais valor com isso do que simplesmente experimentando uma nova tecnologia primeiro, ou apenas lançando um produto que não tenha alinhamento com o seu propósito.
Para isso é importante que na empresa exista uma cultura de experimentação, onde o erro não seja intolerável, mas que se perceba o erro com oportunidade de crescimento, que se utilizem os dados coletados para ajustes e novas tentativas ou mesmo que se entenda que é o momento de parar de tentar, mesmo que momentaneamente.
A inovação também tem nos mostrado a importância de equilibrar nosso portfólio, entendendo e diversificando os projetos que fazem sentido para a nossa organização hoje e precisa ser mudado, o desenvolvimento de novos produtos ou serviços que podem nos trazer novas receitas, e até mesmo oportunidades de mais longo prazo que podem transformar e até “matar” nosso negócio e precisamos nos antecipar.
Com esse equilíbrio, a gestão da inovação, ajuda as empresas a alcançarem ambidestria através de projetos que possam ser disruptivos, mas ao mesmo tempo trabalhando os processos atuais com visão do cliente através de melhorias incrementais. Através desse ciclo contínuo, suportando as organizações através da cultura, resilientes a, falhas com rápido aprendizado as empresas podem alcançar um patamar de anti-fragilidade.
Não existe mais resposta certa, iremos continuar a enxergar muita complexidade e ambiguidade. A gestão da inovação nos ajuda a buscar uma posição de vantagem ao sair na frente ou nos adaptar rapidamente a uma tendência assim que identificada, trabalhando de forma ágil. Quando falo de forma ágil não é necessariamente mais rápido, mas pensando em ciclos curtos de desenvolvimento, com times multidisciplinares, autônomos, com aprendizado contínuo, métricas de velocidade e entregas de valor. É preciso estimular os times e os perfis intraempreendedores na organização. Isso aumenta a habilidade de criar produtos e escalar de forma rápida. Utilizar conceitos como MVP (Mínimo produto viável) e metodologias Lean e Scrum. Isso não é algo apenas de startups e pode ser aplicado em qualquer organização. Já é conhecido inclusive aplicações em modelos de atendimento médico em hospitais durante a pandemia. Dessa forma é possível acompanhar os resultados e direcionar o time de forma que tenha alta flexibilidade frente a mudanças de estratégia.
Espero que nesse artigo voce tenha refletido sobre como o mindset da inovação pode gerar impacto em sua organização e sua vida, e como você pode se utilizar das diversas ferramentas e caminhos que mencionamos aqui para ajudá-los a se transformar e se adaptar para um futuro incerto participando da sua construção!
Fonte da imagem: Freepik
Autor: André Pádua