- 11 de dezembro de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Você provavelmente já deve ter ouvido falar da dengue, zika e chikungunya, e que é preciso se prevenir contra elas, eliminando o mosquito transmissor: o Aedes aegypti. Mas muitas vezes também é comum pensarmos que nunca vai acontecer conosco, que estamos imunes, ou que no nosso bairro não há esse tipo de problema. Mas nem sempre temos o controle disso. E só olhar para a nossa casa, ou bairro, não é o suficiente. Isso porque mesmo estando atento ao nosso espaço, outros ambientes também são propícios para a proliferação. Foi exatamente assim que começou a história de Luiz Henrique de Abreu, de Belo Horizonte, que há oito meses vive com chikungunya.
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Apesar de não se ouvir muitos relatos sobre essa doença, e ouvir muito mais sobre a dengue, é muito importante prestar atenção aos sintomas, que acabam debilitando o paciente, como relata Luiz. “Eu fazia atividades físicas, e tive que parar de fazer tudo. Não tinha condições, e não entendia exatamente o que estava acontecendo, porque as coisas estavam complicando. Eu não tinha condição e disposição porque a gente acaba fazendo tanto esforço para conseguir fazer as coisas que acaba ficando cansado e eu deitava para recuperar as energias e às vezes ficava horas deitado”.
Nos primeiros dias de sintomas, os sinais eram parecidos com os de uma gripe, como dor pelo corpo, cansaço e fraqueza, mas alguns dias depois, tudo se agravou. O braço ficou paralisado por conta de uma dor forte a cima do cotovelo, que foi se estendendo para o resto dos membros inferiores e superiores. As dores impossibilitavam até mesmo realizar o menor esforço, como beber uma água, ou tomar um banho. Os pés e as mãos ficaram inchados e dores muito fortes nas articulações comprometiam movimentos de apoio para levantar da cama, ou caminhar. “Meu mundo em quase cinco meses ficou resumido ao meu apartamento, e tinha dias eu achava que ia acabar ficando quase que resumida ao quarto”.
Inicialmente, o diagnóstico de Luiz era dengue, mas o vírus não era detectado em exames, o que intrigou os médicos de Belo Horizonte. “Eu tomava quase dois vidros de remédio para dor e simplesmente não resolvia nada. Não conseguia dormir, e as dores iam ficando cada vez mais fortes”. Foi somente dois meses depois que finalmente a doença se confirmou: era chikungunya. Atualmente o tratamento é feito com um reumatologista, por conta da semelhança de sintomas, mas Luiz chegou a ir a neurocirurgiões, ortopedistas, clínicos, infectologistas e oftalmologistas. “Eu penso que se fosse reumatismo eu já teria resultados melhores. Eu não posso dizer que não esta ajudando, tenho conseguido me mexer mais, e esses remédios tem me ajudado um pouco. Mas ainda são tentativas”, lembra Luiz.
Mas apesar de uma leve melhora no quadro, se engana quem pensa que a chikungunya não tem mais preocupado a cabeça dele. “Segundo a medicina o vírus pode permanecer aí por anos. Isso me preocupa. Apesar de eu estar melhorando, eu não estou normal, e ainda tem limitações que complica um pouco a minha vida normal. É uma coisa muito maluca”. Um dos fatores que podem ter ajudado Luiz na recuperação da doença é a vida ativa e saudável levada por ele antes de tudo acontecer. Aos 58 anos, praticava atividades físicas regularmente e se alimentava de maneira saudável. Não possuía diabetes e pressão alta.
No início do mês de dezembro, o mineiro completa nove meses com a doença, e lembra às pessoas que a chikungunya é uma doença grave, com sintomas debilitantes, e que a falta de preocupação das pessoas em relação a ela é uma das coisas que mais preocupa. “Todas as pessoas que eu encontro eu falo pra se cuidar ou se prevenir, cuidar do espaço, usar os repelentes, porque o que eu passei pode ser que você tenha e se recupere em duas semanas, mas pode ser que a coisa fique como ficou comigo.” E a mensagem final, é sempre de ajudar a evitar que isso aconteça com os outros. “Eu me preocupo com as pessoas, então queria que elas soubessem e se preocupassem”.
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE