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Aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave é preocupante

A síndrome respiratória aguda grave, conhecida também pela sigla SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome), apresenta-se como uma enfermidade altamente contagiosa, transmitida pelo coronavírus. A Fiocruz alertou em seu recente Boletim que muitos estados brasileiros que tiveram diminuição do número de casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) nas semanas anteriores, apresentam tendência de reversão ou aumento. Esta análise é referente ao período de 9 a 15 de maio. Mesmo com redução ou estabilidade, os números de casos ainda permaneciam muito altos, demonstrando a pressão intensa sobre o sistema de saúde.

A incidência de doenças respiratórias, que em casos graves, demanda hospitalização ou até mesmo óbitos, se deve, em grande parte, devido a infecções por Sars-CoV-2, sendo que 8 das 27 unidades da Federação apresentam sinal de crescimento (Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Tocantins, Distrito Federal e Rio de Janeiro). Entre os demais, observam-se indícios de interrupção da tendência de queda na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, e São Paulo. Também foi verificada tendência de estabilização em Minas Gerais e Piauí, embora nesses dois estados os indícios não sejam tão claros.

Muitos desses estados ainda estão com valores semelhantes ou superiores aos picos observados em 2020, o que reforça a importância da cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão de Covid-19, enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos.

Leia também: Novas variantes do SARS-CoV-2 causam preocupação

Como os valores atingidos em diversos estados durante a fase de crescimento observada em 2021 foram extremamente elevados (em diversos estados o pico de 2021 foi superior aos picos de 2020), a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança, mantendo o número de hospitalizações e óbitos em níveis preocupantes, impactando todos os atendimentos, não apenas aqueles relacionados às síndromes respiratórias e Covid-19.

O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz (28 de fevereiro a 6 de março) deste ano − quando o cenário epidemiológico se desenhava à beira do colapso, com quase todos os estados em níveis críticos de ocupação de leitos − indica que a incidência média de SRAG era de 15,5 casos por 100 mil habitantes. No momento, este indicador encontra-se em 11,4 casos por 100 mil habitantes, valor extremamente elevado.

17 das 27 unidades da Federação têm ao menos uma macrorregião de saúde com sinal de crescimento, na tendência de longo prazo ou curto prazo: Amazonas, e Tocantins, no Norte; Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Piauí no Nordeste; Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo no Sudeste; Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Centro-Oeste; e Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina no Sul.

No Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, mais da metade das macrorregiões de saúde apresentam tendência de crescimento. No Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins mais da metade das suas macrorregiões estão em situação de crescimento ou interrupção de queda.

Os óbitos SRAG encontram-se na zona de risco, com ocorrências de casos muito altas. Desde 2020 até foram registrados 306.079 óbitos. Destes, 126.874 são referentes a casos do ano 2021, sendo 86% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 6,3% negativos e 2,5% aguardando resultado laboratorial. Entre os positivos, 0,1% vírus sincicial respiratório (VSR) e 99,0% Sars-CoV-2 (Covid-19). Estima-se que já ocorreram 315.654 casos de SRAG desde 2020, podendo variar entre 312.654 e 319.326 até o término da semana 19 de 2021.

Fonte da imagem: Freepik

Fonte: Fiocruz

 



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