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As 5 principais medidas de prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)

Prevenir infecções faz parte das inúmeras estratégias de gerenciamento de riscos clínicos das organizações de saúde. O termo infecção hospitalar foi definido no Brasil pela Portaria GM MS nº 2116, de 12 de maio de 1998, como “aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares” vem cada vez mais sendo substituído pelo termo Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), pois essas infecções podem ser adquiridas em qualquer serviço de saúde e estão associadas ao tipo de assistência prestada. As principais medidas de prevenção das IRAS são:

  • Higiene das mãos

A maioria das infecções é transmitida pelas mãos. Assim, a higiene das mãos com água e sabonete ou com preparação alcoólica (líquido, espuma ou gel) é uma das medidas mais importantes que o paciente, familiar, acompanhante e visitante pode fazer para aumentar a segurança do paciente e prevenir a infecção relacionada à assistência. Os profissionais de saúde, acompanhantes e visitantes devem higienizar as mãos (com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica) nos 5 momentos.

  • Técnica correta de inserção e manutenção de dispositivos invasivos

As técnicas para inserção e manutenção de dispositivos invasivos (cateteres, sondas, drenos, etc.) bem como a adoção dos pacotes de intervenção estabelecidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) devem ser seguidas pela equipe assistencial para a prevenção dos principais tipos de IRAS (infecção da corrente sanguínea associada a cateter venoso central, pneumonia, infecção urinária e infecção cirúrgica). A técnica bem-feita sempre deverá ser precedida pela realização da higiene das mãos do profissional.

 

  • Limpeza do ambiente

Os microrganismos, multirresistentes ou não, podem contaminar as superfícies e equipamentos (mesas de cabeceira, bombas de infusão, grades das camas, estetoscópio e outros) mais frequentemente manuseados pelos profissionais e pacientes. Os processos de limpeza e desinfecção previnem a disseminação e a transferência de microrganismos nos ambientes dos serviços de saúde, contribuindo para a segurança dos pacientes e dos profissionais que atuam nesses serviços. Como descrito anteriormente, as mãos possuem um papel fundamental na transmissão de doenças. Se tocar os equipamentos e as superfícies próximas ao paciente, higienize suas mãos.

 

  • Precaução de contato

Os pacientes transferidos de outros hospitais ou que estejam com algum microrganismo que possa ser propagado pelo serviço de saúde ou a outros pacientes (colonização ou infecção) devem ser colocados em “precaução de contato”. As precauções de contato são instituídas pela equipe de saúde para evitar que a infecção seja transmitida para outros pacientes ou colonize outras pessoas. Essa precaução inclui o uso de capotes e luvas descartáveis pelos profissionais e acompanhantes sempre que for entrar em contato com o paciente. Os pacientes com esse tipo de precaução são identificados com pulseiras de cor diferente e/ou com uma placa próxima ao leito ou na porta do quarto.

 

  • Uso correto de antimicrobianos

O número crescente de microrganismos resistentes aos antimicrobianos, em especial dos antibióticos, tem constituído grande preocupação em todo o mundo, seja pelo aumento do tempo de internação, pelo custo do tratamento, pela redução das opções terapêuticas para o tratamento da infecção, e ainda pelo risco associado ao óbito dos pacientes.

O uso correto de antibióticos e a higiene das mãos previne as IRAS causadas por microrganismos multirresistentes (ex: Enterococos resistente à Vancomicina – ERV, Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos – KPC, Staphylococcus aureus resistente a meticilina – MRSA e outros).

O uso correto de antimicrobianos não se limita ao consumo dentro do serviço de saúde, mas em casa. Converse sempre com os profissionais para obter informações sobre o tipo de medicamento, com que deve ser tomado (um copo cheio de água), o intervalo de administração, a dose correta e o tempo de duração do tratamento.

O paciente deve ser orientado a:

  • Nunca deve fazer uso de antimicrobianos sem a prescrição do médico ou dentista e deve seguir sempre o tratamento conforme foi prescrito por esses profissionais. Existem várias doenças virais (ex.: gripe) que não precisam de antibióticos para sua resolução e o uso equivocado desses medicamentos pode desenvolver resistência desse paciente a essa medicação.
  • Não aceitar orientações ou medicamentos que são recomendados por um vizinho ou parente que já tomou aquela medicação e “deu certo” para ele. Cada doença e cada pessoa tem características diferentes e assim nem tudo que funcionou para o seu amigo será a solução do seu problema.
  • Não utilizar restos de medicamentos que sobraram de algum tratamento que você ou outro familiar/amigo tenha feito. Os dois ou três antibióticos que sobraram na cartela provavelmente não resolverão a sua doença e ainda se tornarão um problema para você já que poderão fazer com que os microrganismos se tornem resistentes a esse medicamentos.

 

Para prevenir as IRAS, o serviço de saúde deve estabelecer normas a serem implementadas:

  • Para a internação: atentar para a brevidade do período de internação. Quanto menos tempo dentro do ambiente hospitalar menos o paciente terá chance de desenvolver uma infecção, principalmente por microrganismos multirresistentes;
  • Para as cirurgias: orientações nos períodos pré, intra e pós-operatório. Caso sejam prescritos medicamentos antimicrobianos, o paciente deverá seguir todas as recomendações do médico, principalmente em relação aos horários e tempo de uso da medicação;
  • Para a prevenção dos principais tipos de IRAS: infecção da corrente sanguínea associada a cateter venoso central, pneumonia, infecção urinária e infecção cirúrgica;
  • Para controlar doença de base, ministrando apropriada nutrição ao paciente. Pacientes com uma boa nutrição tem menos chance de desenvolver algum tipo de infecção.

Leia mais: Certificação de Prevenção e Controle de Infecção.

Você sabia?

  • Que a maioria das IRAS são causadas por microrganismos do próprio paciente? E que isto pode ocorrer por fatores do próprio paciente (ex: diabetes, tabagismo, obesidade, baixa imunidade, alcoolismo e outros) ou pelo fato de, durante a internação, o paciente ser submetido a vários procedimentos invasivos (cirurgias, cateteres vasculares, sondas vesicais, ventilação mecânica, etc)?
  • Que as IRAS também podem ser transmitidas pelas mãos dos profissionais de saúde, materiais ou outras pessoas que entram em contato com o paciente (familiares, acompanhantes, visitantes) e até o próprio paciente pode se contaminar? E que este tipo de infecção é chamada de infecção cruzada dentro dos serviços de saúde?
  • Que os microrganismos multirresistentes são aqueles que não respondem ao tratamento com diferentes classes de antimicrobianos (antibióticos, antivirais, antifúngicos)?
  • Que as principais medidas para controlar a resistência microbiana no serviço de saúde são: uso do antibiótico mais indicado, de acordo com os resultados de cultura (feita no laboratório de microbiologia); a auditoria da prescrição de antimicrobianos por profissionais capacitados para esta função e a restrição do uso de alguns antimicrobianos.
  • Ao entrar em um serviço de saúde, pergunte como você pode ajudar a prevenir as IRAS.

 

Dicas para o paciente, familiar e acompanhante participem na prevenção de IRAS

  1. Faça perguntas e tire todas suas dúvidas sobre IRAS com o profissional de saúde que cuida de você.
  2. Se você estiver usando algum tipo de cateter (na veia, urinário, etc.) ou dreno, pergunte até que dia será necessário; quanto antes eles puderem ser retirados, menores as chances de desenvolvimento de infecções.
  3. Se for realizar um procedimento cirúrgico, pergunte como você pode se preparar para a cirurgia para reduzir o risco de infecção.
  4. Se for receber algum procedimento invasivo (inserção de cateter venoso central, sondagem vesical, etc.) questione à equipe se eles seguem as boas práticas de inserção e manutenção dos dispositivos para evitar que ocorram infecções.
  5. Se estiver em uso de antibiótico, pergunte até quando ele deverá ser usado.

 

Dicas para familiar e acompanhante:

  • Se o paciente estiver sob uso de respirador (ventilação mecânica – VM), observar se estão sendo adotadas as principais medidas para evitar o desenvolvimento de Pneumonia: se a cabeceira do leito está sempre elevada (30º a 45º); se é feita a higiene dentro da boca do paciente com algum produto antisséptico; se é feita a avaliação diária para verificar se é possível a suspensão da sedação e retirada do ventilador mecânico, porque quanto menos tempo o paciente estiver sob ventilação mecânica, menor a chance de desenvolver uma infecção dentro dos serviços de saúde.
  • Verifique se a preparação alcoólica (nas formas líquida, gel, espuma ou outra) está disponível em seu quarto ou próximo ao leito do paciente.
  • Higienize suas mãos sempre que necessário (ver tópico “Higiene das Mãos” desta publicação).
  • Observe se todos os profissionais de saúde e acompanhantes higienizam suas mãos (com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica) antes de tocá-lo.
  • Pergunte se o antibiótico correto foi aquele prescrito para você.
  • Se fez uma cirurgia e está apresentando sintomas, tais como febre, vermelhidão, dor ou saída de pus no local do cateter ou local da cirurgia, comunique imediatamente ao seu médico ou retorne ao serviço de saúde (caso você já esteja em casa).
  • Todos os profissionais, (acompanhantes e visitantes devem respeitar a indicação de pacientes em precauções, se for o caso, seguindo as orientações afixadas na porta do quarto. Ao sair do quarto, devem retirar o capote/avental, jogar as luvas no lixo e higienizar as mãos pela técnica correta
  • Toda pessoa que for visitar pacientes deve higienizar suas mãos (com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica) antes e depois da visita.
  • Toda pessoa que estiver com alguma doença infectocontagiosa como gripe, tuberculose (forma bacilífera), conjuntivite, catapora e lesões abertas não deve fazer visitas a pacientes internados.
  • Não sente no leito do paciente.
  • Não toque em outros pacientes e nem nos pertences dele. • Evite tocar olhos, nariz e boca.
  • Cubra nariz e boca com papel descartável quando tossir ou espirrar, desprezando após o uso.
  • Mantenha atualizada sua carteira de vacinação. Vacine-se contra a influenza (gripe) e outras infecções para evitar complicações.
  • Informe-se junto à recepção da instituição como entrar em contato com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição no qual está internado ou sendo atendido. Conheça a CCIH e saiba como você pode ajudar a prevenir infecção hospitalar e aumentar a sua segurança!

 

Saiba mais!

Lei Federal n°. 9.431/1997: institui a obrigatoriedade da existência da CCIH e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) para reduzir ao máximo a incidência e a gravidade das infecções.

Portaria n°. 2.616/1998: regulamenta a criação das CCIH e define critérios para organização das CCIH e diagnóstico das infecções, orientações sobre a vigilância dessas infecções, recomendações sobre os temas: higiene das mãos, uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia.

Portaria n°. 158/2012: institui a Comissão Nacional de Prevenção e Controle de IRAS (CNCIRAS) com a finalidade de assessorar a Anvisa na elaboração do Programa Nacional de Prevenção e Controle das IRAS (PNPCIRAS).

Fonte da imagem: Freepik
Fonte: Anvisa



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