- 15 de março de 2017
- Posted by: Grupo IBES
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Em outubro de 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) publicou um alerta epidemiológico em função dos relatos de surtos de Candida auris em serviços de saúde da América Latina, recomendando aos Estados-membros a adoção de medidas de prevenção e controle de surtos decorrentes deste patógeno.
Candida auris (C. auris) é um fungo emergente que representa grave ameaça à saúde global e foi identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, após seu isolamento em um paciente japonês . Desde então, infecções por C. auris ocorreram em vários países, incluindo Japão, Coréia do Sul, Índia, Paquistão, África do Sul, Quênia, Kuwait, Israel, Venezuela, Colômbia, Reino Unido e mais recentemente nos Estados Unidos e Canadá . A pouco tempo, foi descrito em Londres (UK) o maior surto, envolvendo 22 pacientes adultos de clínica cardíaca-torácica, com infecções de corrente sanguínea, ferida cirúrgica e urinária, bem como 28 outros pacientes colonizados.
A sobrevivência de C. auris por semanas, e até meses, em fontes bióticas e abióticas dentro do hospital, comprovou a importância da transmissão hospitalar deste novo agente. O modo preciso de transmissão dentro do ambiente de saúde não é conhecido. Evidências iniciais sugerem que o organismo pode se disseminar em ambientes médicos por contato com superfícies ou equipamentos contaminados, ou de pessoa para pessoa. No entanto, a experiência durante estes surtos sugere que C. auris pode contaminar substancialmente o ambiente de quartos de doentes colonizados ou infectados.
A transmissão diretamente de artigos e equipamentos de assistência ao paciente (tais como estetoscópios, termômetro, esfigmomanômetro entre outros) é um risco particular, porém isso não impede a transmissão através das mãos dos profissionais de saúde e as necessidades de higiene devem ser rigorosamente respeitadas.
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São considerados pacientes de risco para infecção por C. auris aqueles internados em unidades de terapia intensiva por longos períodos, utilizando cateter venoso central e uso prévio de antibióticos ou antifúngicos. No Brasil ainda não foi notificado nenhum caso de infecção por C. auris, mas isso não significa que não tenha ocorrido, pois, como a detecção desse fungo requer métodos laboratoriais especializados, é possível que a ocorrência dessa infecção não tenha sido identificada.
Como outras infecções por Candida, as infecções por C. auris são geralmente diagnosticadas por cultura de sangue ou outros fluidos corporais. No entanto, sua identificação requer métodos laboratoriais específicos uma vez que C. auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae.
Como os métodos de detecção de rotina não conseguem identificar C. auris, suas taxas de incidência e prevalência não são bem conhecidas, sendo, provavelmente, uma causa de candidíase mais comum do que é considerada. Algumas cepas de Candida auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas).
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O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC/Atlanta/EUA) demonstrou que dos surtos globais que tem investigado, quase todos os isolados são altamente resistentes ao fluconazol. Em sua análise, mais da metade dos isolados de C. auris eram resistentes ao voriconazol, um terço eram resistentes à anfotericina B (MIC ≥ 2 mg / L) e alguns resistentes às equinocandinas, indicando que as opções de tratamento são limitadas. Este tipo de multirresistência não foi visto antes em outras espécies de Candida. Diante do exposto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária destaca algumas orientações importantes.
Acesse o documento: COMUNICADO DE RISCO Nº 01/2017 – GVIMS/GGTES/ANVISA COMUNICADO DE RISCO Nº 01/2017 – GVIMS/GGTES/ANVISA
FONTE: ANVISA