- 12 de setembro de 2024
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
A Importância da Governança Clínica nos Desfechos de Saúde
Hospitais que implementaram Governança Clínica reduziram em 25% o tempo de internação e em 30% a taxa de reinternação.
A Governança Clínica tem se consolidado como uma das mais importantes ferramentas para a melhoria dos desfechos de saúde ao redor do mundo. Trata-se de um sistema estruturado de gestão que visa garantir a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde, promovendo uma cultura de transparência, aprendizado contínuo e responsabilidade profissional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adoção de práticas robustas de governança clínica é essencial para a redução de erros médicos e para o fortalecimento da confiança dos pacientes nas instituições de saúde.
Dados da OMS revelam que cerca de 10% dos pacientes hospitalizados em países de alta renda sofrem algum tipo de evento adverso evitável durante o atendimento médico, com taxas ainda mais altas em países de baixa e média renda. Esses eventos adversos, muitas vezes decorrentes de falhas nos processos de cuidado, resultam em milhões de mortes anualmente. A implementação de uma estrutura de Governança Clínica pode reduzir substancialmente esses números, aumentando a segurança dos pacientes e melhorando os resultados de saúde.
A Governança Clínica também desempenha um papel crucial na redução de custos associados a eventos adversos. De acordo com um estudo publicado pelo “Journal of Patient Safety”, cerca de 15% dos custos hospitalares em países desenvolvidos estão diretamente relacionados a eventos adversos evitáveis, como infecções hospitalares, erros de medicação e falhas em procedimentos cirúrgicos. Instituições que adotaram práticas eficazes de Governança Clínica conseguiram reduzir esses custos em até 20%, ao melhorar a gestão de riscos e promover a segurança no ambiente de cuidado.
Leia mais: O que é Governança Clínica?
No Brasil, o cenário não é diferente. Segundo o Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, mais de 300 mil pacientes morrem anualmente em decorrência de falhas evitáveis no sistema de saúde. A aplicação de princípios de Governança Clínica tem o potencial de reduzir significativamente esses números, ao assegurar que protocolos de segurança sejam seguidos rigorosamente e que práticas baseadas em evidências sejam implementadas de forma consistente.
A Governança Clínica também melhora os desfechos de saúde ao promover uma cultura de qualidade e segurança. Um estudo realizado pela Joint Commission International (JCI) indicou que hospitais que adotam modelos de Governança Clínica estruturados apresentam uma redução de até 50% nas taxas de infecção hospitalar e um aumento de 35% na satisfação dos pacientes. Esses dados demonstram que uma abordagem sistemática e integrada para a gestão da qualidade pode gerar impactos significativos nos resultados assistenciais e na percepção dos pacientes.
Além de melhorar a segurança, a Governança Clínica facilita a adoção de práticas baseadas em evidências. De acordo com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), hospitais que implementaram práticas de Governança Clínica reduziram em 25% o tempo de internação e em 30% a taxa de reinternação hospitalar. Essa melhoria é atribuída à padronização dos processos de cuidado, ao uso de protocolos clínicos bem definidos e ao monitoramento contínuo dos resultados de saúde.
Outro impacto importante da Governança Clínica é a promoção da transparência e da prestação de contas. Em um estudo da Deloitte, 78% dos CEOs de hospitais consideram que a Governança Clínica é fundamental para garantir a transparência na comunicação de resultados e para assegurar a responsabilidade dos profissionais de saúde. A transparência, por sua vez, melhora a confiança dos pacientes e reduz o risco de litígios, promovendo um ambiente de cuidado mais seguro e ético.
A importância da Governança Clínica também se reflete na melhoria contínua da qualidade assistencial. Instituições que implementaram com sucesso a Governança Clínica relataram uma redução de 40% nos eventos adversos e um aumento de 50% na adesão a práticas seguras, como a administração correta de medicamentos e a prevenção de quedas. Isso demonstra que a Governança Clínica não é apenas uma ferramenta de gestão, mas um motor para a transformação cultural dentro das organizações de saúde.
Com o envelhecimento da população e o aumento das doenças crônicas, a necessidade de desfechos de saúde positivos se torna ainda mais evidente. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destaca que os países que investem na Governança Clínica conseguem alcançar melhores resultados em termos de expectativa de vida e controle de doenças crônicas. Esses países apresentam taxas mais baixas de mortalidade por condições tratáveis e um uso mais eficiente dos recursos de saúde.
A Governança Clínica também desempenha um papel essencial na prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), 1 em cada 31 pacientes hospitalizados desenvolve pelo menos uma infecção associada ao cuidado de saúde. Instituições que adotam práticas rigorosas de Governança Clínica conseguiram reduzir em até 70% a incidência de infecções, utilizando protocolos baseados em evidências e promovendo a adesão a medidas de controle de infecção.
Em um cenário de saúde cada vez mais complexo e desafiador, a Governança Clínica se destaca como uma estratégia indispensável para garantir desfechos positivos e sustentáveis. A aplicação de práticas robustas de governança não apenas melhora a segurança e a qualidade do atendimento, mas também contribui para a sustentabilidade financeira das instituições e para a confiança dos pacientes. À medida que o mercado de saúde continua a evoluir, a Governança Clínica se torna uma prioridade essencial para todos os profissionais e gestores que desejam alcançar a excelência em saúde.
Referências:
- Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Journal of Patient Safety.
- Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil.
- Joint Commission International (JCI).
- Institute for Healthcare Improvement (IHI).
- Deloitte – Healthcare Governance Landscape.
- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
Fonte da imagem: Envato