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A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde lançou nesta quarta-feira (16) a publicação “Rastreamento e Diagnóstico do Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil”. O documento é resultado de consenso entre profissionais especializados do Ministério da Saúde do Brasil, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Sociedade Brasileira de Diabetes e OPAS/OMS.
diabetes
“É uma publicação muito importante, que contribui para alcançar as metas globais de redução da mortalidade materna e infantil”, afirmou o Representante Adjunto da OPAS/OMS, Luis Codina, durante a cerimônia de lançamento.
O documento apresenta critérios simples e práticos para diagnóstico da Diabetes Mellitus Gestacional, considerando as diferenças de acesso aos serviços de saúde existentes no país. Conforme dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), aproximadamente 415 milhões de adultos apresentam Diabetes Mellitus, hoje, em todo o mundo e 318 milhões de adultos possuem intolerância à glicose, com risco elevado de desenvolver a doença no futuro. A Diabetes Mellitus e suas complicações estão entre as principais causas de morte na maioria dos países.
De acordo com Rossana Pulcineli Vieira Francisco, que coordenou pela FEBRASGO o grupo técnico responsável pela publicação, uma criança gerada por uma mãe com diabetes não controlada apresentará risco elevado de ter diabetes e obesidade no futuro. Além disso, uma mulher que desenvolve essa doença na gravidez tem risco 40% maior de apresentar diabetes tipo 2 ao longo da vida. “Há mais de dez anos, estamos discutindo o tema da diabetes na gestação. Mas, se não fosse o poder catalisador da OPAS/OMS e a abertura do Ministério da Saúde, não conseguiríamos finalizar esse documento e propor um diagnóstico factível para o Brasil”.
Para o coordenador de Doenças Crônicas da SAS, Sandro Martins, a publicação ajuda a melhorar a assistência a pessoas com essa doença no Brasil. “Com esse documento, temos a possibilidade de trazer um marco normativo para orientar as equipes de saúde no sentido de identificar mais precocemente a diabetes na gestante”.
Durante o evento, a diretora do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba), Reine Marie Chaves Fonseca, apresentou os trabalhos realizados pela instituição no Brasil, em Moçambique e em Guiné-Bissau para implantar e fortalecer ações de manejo e diagnóstico de diabetes. “Temos muito a agradecer à OPAS/OMS e à World Diabetes Foundation pela incansável luta para que pudéssemos viabilizar esse projeto”, disse Reine. Segundo ela, também participaram das iniciativas o Ministério da Saúde brasileiro e a Secretaria de Saúde da Bahia.
O diretor executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Jurandir Frutuoso, também destacou o papel de apoio e articulador de diferentes instituições. “Estamos efetuando em alguns estados trabalhos de atenção primária junto com a atenção especializada, visando a maior eficiência do sistema. Queria agradecer a OPAS/OMS e todos os parceiros pela atenção e apoio nessas incursões que estamos fazendo em todos os estados”.
O coordenador de programas da World Diabetes Foundation, Bent Lautrup-Nielsen, apresentou alguns exemplos de projetos de prevenção e controle de diabetes financiados por sua instituição em países de baixa e média renda, incluindo o Brasil. “De 2002 a 2015, foram financiados investimentos de 130 milhões de dólares para mais de 400 projetos em mais de 100 países”, afirmou.
Diabetes cresce no mundo
De acordo com o primeiro Informe Mundial sobre Diabetes da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em abril deste ano, A doença está crescendo em todo o mundo e é agora mais comum nos países em desenvolvimento. O número de pessoas vivendo com diabetes quase quadruplicou em 24 anos. Estima-se que 422 milhões de adultos no mundo (8,5% da população) viviam com diabetes em 2014. Em 1980, havia 108 milhões (4,7%).
As principais complicações que podem estar relacionadas à diabetes são cegueira, insuficiência renal, amputação de membros inferiores e outras consequências em longo prazo que impactam significativamente na qualidade de vida.
Acesse o Informe Mundial sobre Diabetes da Organização Mundial da Saúde (em inglês): http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/204871/1/9789241565257_eng.pdf
Avanços
Com apoio da OPAS/OMS, o Brasil conseguiu, entre 2000 e 2011, um declínio médio de 2,5% ao ano na mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, conforme estudo divulgado em 2015. A organização também assessorou o país na elaboração e implantação do Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis 2011-2022.
A OPAS/OMS em parceria com a World Diabetes Foundation e a Secretaria de Estado da Saúde da Bahia tem desenvolvido desde 2013 o Projeto de Capacitação e Educação em Diabetes. Como resultados, o número de diagnósticos de diabetes aumentou 5,7 vezes e a obtenção de hemoglobinas glicadas (exame para avaliar comportamento da glicemia) cresceu 6,6 vezes entre 2013 e 2015. Além disso, foram adotadas medidas para ampliar a prevenção de complicações decorrentes de diabetes, como amputações, principalmente em regiões carentes economicamente, onde o trabalho rural agrícola é um dos principais meios de subsistência e o acesso aos serviços de saúde ainda é restrito.
Com os resultados alcançados, a World Diabetes Foundation com a colaboração técnica e administrativa da OPAS/OMS decidiu financiar a expansão dessa estratégia para outros municípios da Bahia e para os Estados do Ceará e Maranhão.
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FONTE: OPAS/OMS