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“O conhecimento científico sobre o acesso e a qualidade em serviços de saúde é essencial para a tomada de decis ão política ágil, eficiente e efetiva”, apresentou o Prof. Luiz Augusto Facchini da Universidade de Pelotas (UFPel). A fala do pesquisador exemplifica o objetivo do encontro: ouvir o que as linhas de pesquisa em saúde revelam do cenário da Atenção Básica brasileira.
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No primeiro dia do Seminário: desafios e perspectivas para a Atenção Básica brasileira para a próxima década, professores, pesquisadores e técnicos da saúde realizaram extenso debate sobre os rumos da PNAB.
Durante a manhã, foi discutido o tema: Gestão da Atenção Básica. O professor Marco Akerman, da Universidade de São Paulo (USP), abriu os trabalhos do dia junto com Julio Suárez, consultor da OPAS. Já à tarde, participaram da mesa os professores Luciano Gomes, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Luiz Facchini, da UFPel, Júlio Schweickardt, da Fiocruz/Amazônias, e Matthew Harris, do Imperial College London/Inglaterra, debatendo o tema: Acesso e Qualidade na Atenção Básica.
As contribuições
Marco Akerman defendeu que “é preciso ampliar as redes, promovendo a integração entre a promoção e o cuidado, deixando de lado o olhar setorial que acompanha a Atenção Básica”. Para o professor, é fundamental desenvolver novos arranjos das redes para produção de saúde, além das redes de atenção à saúde, considerando gestores, profissionais, instituições diversas e usuários dos serviços, atores fundamentais nessa construção.
Já o consultor da OPAS Julio Suárez apontou que o Brasil falha na organização de serviços da AB. “Atenção primária é uma visão política da saúde. É uma estratégia sanitária de intervenções populacionais e individuais. E é também coordenação do cuidado. É nesse ponto que há erros. A rede de serviços continua sendo uma esperança, um sonho bom, mas precária. E o problema é a fragmentação dos serviços”, disse o especialista que defende uma governança da saúde única e uma gestão integrada.
Para o professor Luiz Facchini, as desigualdades sociais, independente do território, interferem nas respostas do serviços de saúde oferecidos à população. “As políticas de saúde são capazes de minimizar essas diferenças de âmbito nacional. Por meio das políticas, podemos implementar estudos estratégicos no sistema de saúde, mobilizando financiamento, investindo em força de trabalho, tanto em quantidade quanto qualidade, e desenvolvendo sistemas de informação, avaliação e monitoramento. Com isso, podemos melhorar a oferta da Atenção Básica. Acesso e qualidade dos cuidados são indicadores do desempenho”, explicou o pesquisador.
Segundo o Luciano Gomes, é preciso propor arranjos mais flexíveis na AB. “Efetivamente, precisamos manter investimento e estrutura na Atenção Básica, propiciando ambiente adequado de acolhimento e cuidado. Também é necessário pensar novos arranjos de equipes para adequar o atendimento às diferentes realidades”, afirmou.
Outro ponto levantado pelo pesquisador foi o vínculo dos profissionais. “Se não encararmos a desprecarização dos vínculos na AB como questão chave para a qualificação do serviço, continuaremos com dificuldades”, ressaltou. O professor defendeu que os usuários participem mais da construção da AB, principalmente com relação ao PMAQ.
O evento é uma iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), ocorre em Brasília, e faz parte de um conjunto de ações que visam propor a revisão da PNAB.
Confira as fotos do primeiro dia no link: http://bit.ly/SeminarioOPAS
 
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FONTE: Ministério da Saúde