- 9 de novembro de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Especialistas das Américas estão reunidos na Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) para o Dia Mundial da Radiologia, com o objetivo de discutir o papel crucial da ecografia obstétrica para detectar e monitorar anormalidades em mulheres grávidas associadas à infecção pelo vírus zika confirmada.
O painel de especialistas sobre radiologia conta com a participação de Andrea Poretti e Thierry A.G.M. Huisman, especialistas em anomalias cerebrais congênitas da Johns Hopkins University; Jonel Di Muro, do Hospital Luis Razzetti, na Venezuela; Priscilla Butler, do American College of Radiology; e Adriano Hazin, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira no Recife, Brasil.
A doença do vírus zika é causada por um vírus transmitido primariamente pelo mosquito Aedes e seus sintomas incluem febre, erupções na pele, conjuntivite, dores musculares e articulares, mal-estar ou dor de cabeça. Existe consenso científico que o vírus zika é uma causa da microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré. A ligação com outras complicações neurológicas também está sendo investigada. Até o momento, 47 países e territórios das Américas confirmaram a transmissão autóctone por vetor do vírus zika desde 2015 e cinco países do continente notificaram casos de transmissão sexual.
A ecografia obstétrica é a principal ferramenta recomendada pela OPAS para a detecção e monitoramento de anormalidades cerebrais fetais ou neonatais associadas ao vírus zika. Apesar da ultrassonografia ser uma tecnologia segura, depende do usuário e requer um amplo conhecimento de anatomia materno-fetal, aquisição e interpretação de imagens.
Mulheres grávidas podem ser infectadas pelo vírus zika em qualquer trimestre, o que tem causado uma crescente preocupação sobre a transmissão materna-fetal. Anomalias cerebrais estruturais – como microcefalia, calcificações intracranianas, ventriculomegalia e malformação do desenvolvimento cortical – têm sido reportadas em muitos bebês com infecção congênita pelo zika.
Os painelistas estão se concentrando no espectro de achados de neuroimagem que podem ser observados em crianças com infecção congênita do vírus zika, no papel crucial e no uso da ultrassonografia para detecção e monitoramento de anormalidades associadas ao vírus e na adequação do uso de outras técnicas de neuroimagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada.
Em alguns casos, outras tecnologias como a ressonância magnética têm sido utilizadas junto à ecografia obstétrica. Este exame proporciona informações mais detalhadas sobre a anatomia do cérebro que a ultrassonografia e pode esclarecer os resultados da ecografia e também é usado quando são necessários mais informações sobre a anatomia cerebral fetal ou neonatal. A ressonância magnética pode não ser tão prontamente disponível quanto a ultrassonografia, no entanto, tende a ser dispendiosa.
A América Latina e Caribe enfrentam uma lacuna nos serviços de radiologia, de acordo com especialistas da OPAS. A disponibilidade e a qualidade dos serviços são frequentemente mínimas ou inexistentes e alguns serviços contam com equipes não funcionais, que não praticam o controle e a garantia de qualidade ou necessitam de mais capacitação profissional.
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