- 31 de agosto de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
O contato precoce de adolescentes com o álcool, as drogas e a sexualização precoce é um problema grave, que exige ações articuladas no âmbito das famílias, da escola e do Estado, por meio da proposição de políticas públicas que ajudem no combate desses problemas. Esse é o entendimento da presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, dra Luciana Rodrigues Silva, diante dos resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015, divulgada dia 26 (sexta-feira).
De acordo com o estudo, organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos cerca de 2,6 milhões de estudantes que cursavam o 9º ano do ensino fundamental em 2015, 55,5% (1,5 milhão) já havia consumido uma dose de bebida alcoólica alguma vez, percentual superior ao observado em 2012 (50,3% ou 1,6 milhão).
Para ter acesso à integra do estudo do IBGE, acesso o link abaixo:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pense/2015/default.shtm
A proporção dos que já experimentaram drogas ilícitas subiu de 7,3% (230,2 mil) para 9,0% (236,8 mil), no mesmo período. Em relação ao consumo atual de álcool e drogas ilícitas, respectivamente, 23,8% (626,1 mil) e 4,2% (110,5 mil) dos estudantes tinham feito uso dessas substâncias nos últimos 30 dias antes da pesquisa. Já o percentual de estudantes que já haviam experimentado cigarro caiu de 19,6% em 2012 para 18,4% em 2015.
“Trata-se de um desafio que não é exclusivo do Brasil. Situações semelhantes acontecem em inúmeros outros países. O que está em jogo são as novas gerações. Por isso, é fundamental, buscarmos, juntos, respostas urgentes para esse cenário”, disse a presidente da SBP. Para ela, tratar com indiferença tais temas abre brechas para um futuro sombrio nos campos da saúde e das relações sociais.
A PeNSE verificou ainda que, em 2015, a iniciação sexual já tinha ocorrido para 27,5% dos alunos do 9º ano (cerca de 723,5 mil). Das meninas que haviam tido relação sexual, 9,0% disseram já ter engravidado. Essas situações ocorrem com mais frequência entre as estudantes de escolas públicas (9,4%) do que entre as da rede privada (3,5%). “Um aspecto grave é a forma como o sexo entra na vida desses jovens, muitas vezes sem o uso do preservativo, o que significa exposição à doenças sexualmente transmissíveis e ao risco de gravidez”, alertou dra Luciana Rodrigues.
Outra questão avaliada foi o crescimento da percepção do bullyng entre os alunos entrevistados pelo IBGE. Segundo o relatório, quase 195 mil alunos do 9º ano (7,4%) afirmaram ter sofrido algum tipo zombaria ou intimidação por parte de colegas de escola, na maior parte do tempo ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Entre os alunos que se sentiram humilhados alguma vez, os principais motivos foram a aparência do corpo (15,6% ou 30,4 mil) e do rosto (10,9% ou 21,2 mil).
Por outro lado, cerca de 520,9 mil alunos (19,8%) disseram já ter praticado bullying. Dentre os meninos, esse percentual foi de 24,2%. Entre as meninas, 15,6%. A pesquisa revelou ainda que 72,0% dos estudantes estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o próprio corpo (1,9 milhão). Contudo, 18,3% (481,4 mil) consideravam-se gordos ou muitos gordos. Enquanto 11,6% dos meninos se sentiam insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o próprio corpo. O dobro das meninas tinha o mesmo sentimento (23,3%).
Além disso, 7,0% dos estudantes do 9º ano (184,2 mil) haviam induzido o vômito ou tomado laxantes nos últimos 30 dias, como meio de emagrecer ou de evitar ganho de peso. O percentual de estudantes que acumulou 300 minutos ou mais com atividades físicas praticadas por semana (considerados fisicamente ativos) passou de 30,1% em 2012 para 34,4% em 2015. “Esses dados demonstram as consequência da ditadura da estética, do corpo, em detrimento dos valores da saúde e do bem-estar. São questões que devem ser discutidas e enfrentadas com as contribuições das famílias e das escolas”, finalizou a presidente da SBP. (Com informações da Assessoria do IBGE).
FONTE: Sociedade Brasileira de Pediatria