- 15 de dezembro de 2015
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias, Segurança do Paciente
Você sabia que 2.1 milhões de visitas anuais aos serviços de Emergência americanos são por motivo de dor de cabeça intensa? A dor crônica afeta cerca de 100 milhões de adultos americanos, mais do que o total de pessoas afetadas por doenças cardíacas, câncer e diabetes juntos. A dor também custa até U$ 635 bilhões a cada ano (contabilizando tratamento médico e perda de produtividade), segundo dados governamentais dos EUA. A dor representa um desafio mundial. Uma transformação cultural é necessária para melhor prevenir, avaliar, tratar e entender as dores de todos os tipos.
Agências governamentais, profissionais de saúde, agentes de cuidados de saúde, associações profissionais, educadores e financiadores públicos e privados de cuidados de saúde devem tomar a liderança nesta transformação, segundo o IOM – Institute of Medicine preconiza desde 2011.
Pessoas com dor recebem cuidados de vários modos, incluindo a assistência com o auto-cuidado, cuidados primários, cuidados clínicos e de especialidades, entre outros. Os tratamentos podem incluir medicamentos, cirurgia, intervenções comportamentais, aconselhamento psicológico, reabilitação e fisioterapia, bem como e terapias complementares e alternativas. Para muitas pessoas, no entanto, a prevenção da dor, a avaliação e o tratamento são inadequados.
Entre os passos para a melhoria dos cuidados, o IOM preconiza:
1) os profissionais de saúde devem cada vez mais ter por objetivo adaptar os cuidados com a dor com a experiência de cada pessoa;
2) o auto-cuidado do paciente com a dor deve ser promovido;
3) os médicos de cuidados primários – que lidam com a dor na linha de frente junto ao paciente – devem colaborar e contar com especialistas em dor nos casos em que a dor persistir.
4) seguradoras de saúde públicas e privadas podem ajudar, oferecendo incentivos para apoiar a prestação de cuidados primários de forma coordenada, baseada em evidências, de maneira interdisciplinar (avaliação da dor e cuidados para pessoas com dores complexas).
Uma série de barreiras, incluindo regulação, legislação, aspectos institucionais, financeiros e geográficos limitam a disponibilidade de cuidados para a dor e contribuem para as disparidades encontradas entre alguns grupos. Agências governamentais, profissionais de saúde, e financiadores públicos e privados de cuidados de saúde devem adotar uma abordagem abrangente e estratégica para reduzir ou eliminar essas barreiras.
Para aumentar o entendimento entre profissionais de saúde que lidam com a dor, graduação e programas de treinamento de pós-graduação devem ser implementados e oferecer informações padronizadas sobre dor, incluindo experiência em cuidar da dor de forma interprofissional. Melhorar a educação é especialmente importante para os prestadores de cuidados de saúde primários, dado o seu papel fundamental no tratamento da dor. Além disso, todos os prestadores de cuidados devem manter os seus conhecimentos atualizados e se envolver em programas de educação continuada.
O Relatório do IOM consensa 3 grandes recomendações para o tratamento da dor:
Recomendação 1. Expandir e reformular os programas de educação para transformar a compreensão da dor. As agências federais e outras partes interessadas devem expandir programas de educação para transformar a compreensão pública da dor. As partes interessadas devem desenvolver programas de educação para os pacientes, o público e os prestadores de cuidados de saúde que são projetados para promover uma transformação em suas expectativas, crenças, e compreensão sobre a dor, as suas consequências, a sua gestão, e sua prevenção. Os programas devem:
– ser respaldados por especialistas em dor;
– esforçar-se para aumentar a consciência da importância da dor, sua prevenção, a necessidade de tratar a dor aguda e crônica no tempo adequado e de forma eficaz, os aspectos biológicos e psicossociais da dor e a necessidade de uma avaliação abrangente da dor, bem como incutir uma compreensão equilibrada de tratamentos disponíveis;
– incorporar materiais como fichas técnicas e informações que podem ser amplamente disponíveis, incluindo a Internet; e
– ser adequados aos pacientes, direcionados ao público e provedores para garantir a compreensão dos conceitos que estão sendo transmitidos.
Recomendação 2. Melhorar o currículo e a educação sobre dor para os profissionais de saúde.
Recomendação 3. Aumentar o número de profissionais de saúde com experiência avançada em cuidados de dor. Programas educacionais para uso em medicina, odontologia, enfermagem, saúde mental, fisioterapia, farmácia e para outros profissionais de saúde que irão participar na prestação de cuidados de dor devem ter maior capacidade para treinar provedores que podem oferecer cuidados avançados para a dor.
FONTE: IOM (Institute of Medicine). 2011. Relieving Pain in America: A Blueprint for Transforming Prevention, Care, Education, and Research. Washington, DC: The National Academies Press.