- 24 de maio de 2021
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Quanto mais horas de trabalho, maior o risco de morte por doença cardíaca e AVC
Jornadas de trabalho longas acarretaram 745 mil mortes por AVC (acidente vascular cerebral) e doença isquêmica do coração em 2016 (aumento de 29% desde o ano 2000), de acordo com a (OMS – Organização Mundial da Saúde) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), conforme artigo publicado na revista Environment International.
Estima-se que, em 2016, 398 mil pessoas morreram por acidente vascular cerebral e 347 mil por doenças cardíacas como resultado de ao menos 55 horas de trabalho por semana. Entre os anos 2000 e 2016, o número de mortes por doenças cardíacas (por longas jornadas de trabalho) aumentou 42% e, por AVC, 19%.
Essa carga de doenças relacionadas a longas jornadas de trabalho é mais significativa entre homens (72% das mortes), pessoas que vivem nas regiões do Pacífico Ocidental e do Sudeste Asiático e trabalhadores de meia-idade ou mais velhos. A maioria das mortes ocorreu entre pessoas com 60-79 anos, que trabalhavam 55 horas ou mais por semana entre as idades de 45 e 74 anos.
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Longas jornadas de trabalho são sabidamente responsáveis por cerca de 30% da carga total estimada de doenças relacionadas ao trabalho, estabelecidas como fator de risco com a maior carga de doenças ocupacionais. Trabalhar 55 horas ou + por semana está associado a um risco estimado 35% maior de AVC e um risco 17% maior de morte por doença isquêmica do coração, em comparação com trabalhar 35-40 horas por semana.
O número de pessoas que trabalham muitas horas é de 9% da população total no mundo. O estudo surge no momento em que a pandemia (COVID-19) destaca o gerenciamento das horas de trabalho (tendência de aumento do tempo de trabalho). Trabalhar 55 horas ou mais por semana é um sério risco para a saúde.
Tedros A. Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirma: O teletrabalho tornou-se a norma em muitos setores, muitas vezes confundindo os limites entre casa e trabalho. Muitas empresas foram forçadas a reduzir ou encerrar operações para economizar dinheiro, e as pessoas que ainda estão na folha de pagamento acabam trabalhando por mais tempo.
Nenhum trabalho compensa o risco de acidente vascular cerebral ou doença cardíaca. Governos, empregadores e empregados precisam atuar juntos para chegar a um acordo sobre limites para proteger a saúde dos trabalhadores.
As seguintes medidas podem ser tomadas para proteger a saúde dos trabalhadores:
- governos podem introduzir, implementar e fazer cumprir as leis, regulamentos e políticas que proíbem as horas extras obrigatórias e garantem limites máximos de tempo de trabalho;
- acordos bipartidos ou coletivos de trabalho entre empregadores e associações de trabalhadores podem fazer com que o horário de trabalho seja mais flexível, ao mesmo tempo que estabelece um número máximo de horas de trabalho;
- os funcionários poderiam compartilhar as horas de trabalho para garantir que o número de horas trabalhadas não passe de 55 ou mais por semana.
Fonte da imagem: Freepik
Fonte da notícia: OMS/OIT/OPAS