- 23 de novembro de 2020
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
As farmácias se tornaram importantes pontos de apoio à saúde durante a pandemia. Após liberação da realização dos testes rápidos de Covid-19, pela Anvisa, em abril deste ano, grandes redes desses estabelecimentos já fizeram cerca de um milhão de testes. Os dados são da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Desse total de exames, 14% deram resultados positivos e 86%, negativos. No Estado do Paraná, por exemplo, existe uma legislação regulamentando esse serviço. Em outubro, passou a vigorar a Lei nº 20.347/2020, que regulamenta a oferta dos testes de Covid-19 nas farmácias.
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A Lei prevê que os resultados dos exames sejam entregues aos pacientes com interpretação dos profissionais de saúde capacitados para sanar eventuais dúvidas. O texto da norma também discorre sobre a preferência de realização dos testes na modalidade drive-thru, ou em espaço externo às farmácias, com o propósito de manter a segurança dos usuários presentes no local. A farmacêutica Priscila Strapassom é diretora da Rede Unipreço, em Curitiba e região metropolitana. Ela relata como tem sido a nova experiência. De março a outubro, o estabelecimento realizou cerca de 1800 testes.
“Decidimos trabalhar com exames de covid no final de março. A princípio era para a realização nos nossos colaboradores, mas, após, diante da necessidade da população, começamos a trabalhar com esse serviço para clientes. Nós desenvolvemos rigorosos procedimentos de segurança e utilizamos o drive-thru para a realização dos testes de covid. Montamos uma estrutura externa à loja com os equipamentos de segurança e os materiais necessários onde o cliente para o carro e o material é coletado sem precisar sair do veículo. O resultado normalmente sai em 30 minutos, por isso, a pessoa que positiva pra Covid já começa a tomar as medidas protetivas necessárias”, relatou Priscila.
A farmacêutica Aline Venturini Colonhezi conta que a Rede Vale Verde, de Londrina, interior do Paraná, na qual ela é coordenadora de serviços farmacêuticos, começou a fazer os testes de covid em 12 das suas 28 lojas, também por meio do sistema de drive-thru. De maio a setembro deste ano, foram realizados mais de 6 mil testes. “Fomos os primeiros a começar com testes rápidos aqui. A princípio, de anticorpo, e depois, também, com teste de antígeno. Os testes são realizados por agendamento. A pessoa recebe o lembrete pelo e-mail e nós fazemos uma triagem antes de qualquer testagem. Esse é o nosso grande diferencial. Fazemos algumas perguntas de sinais e sintomas e também verificamos a pressão arterial, a oximetria e a temperatura corporal. Todos os nossos farmacêuticos foram treinados e capacitados para realizar esse sistema e disponibilizamos os melhores equipamentos de proteção individual. Foi um grande avanço para o farmacêutico, para farmácia como estabelecimento de saúde e para a Vale Verde contribuir com a população neste acesso”.
Nova farmácia
Para o farmacêutico Cassyano Correr, coordenador de Assistência Farmacêutica Avançada na Abrafarma e CEO da Clinicarx – plataforma de serviços de saúde para farmácias-, a realização dos testes de Covid-19 nas farmácias é só mais um exemplo da capacidade que elas têm de prestarem serviços de assistência à saúde da população. “Esse movimento de teste de Covid-19 na farmácia é só a ponta do iceberg porque existem mais de 20 exames diferentes com tecnologia pra dar resultados em minutos, que se faz com uma gotinha ou duas na ponta do dedo, e que permite que se faça vários tipos de exames e até pequenos check-ups na farmácia com o farmacêutico. É um momento em que isso está muito ativo nas farmácias, no Brasil todo, e a expectativa é que o menu de testes realizados amplie pós-covid”.
Cassyano Correr lembra que a Anvisa estuda uma legislação a ser publicada que vai ampliar a quantidade de exames rápidos que a farmácia pode fazer. Especialistas do setor já falam do surgimento de uma nova farmácia no pós-covid, mais ativa e próxima da prestação de serviços à população, mais focada na prevenção e na manutenção da saúde, em vez de apenas um ponto de venda de produtos. Esse cenário teve o pontapé com a aprovação da Lei 13.021, de 2014, que já considera as farmácias estabelecimentos de saúde. “Então, a farmácia se apresenta, cada vez mais, com a característica de um hub de saúde, onde a pessoa encontra não só medicamentos e outros itens de higiene e beleza, dermocosméticos e até produtos de conveniência, mas onde ela pode contar com atendimentos clínicos e serviços de saúde prestados por profissionais farmacêuticos que podem fazer exames, aplicar vacinas, acompanhar a saúde e o tratamento de pessoas que tomam muitos medicamentos e, inclusive, prestar consultas e prescrever tratamentos para problemas de baixa gravidade. Essa é uma tendência que veio pra ficar.”
De acordo com o conselheiro federal de Farmácia pelo Paraná, Gustavo Pires, entre tantos bons exemplos da profissão durante a pandemia, mais uma vez o farmacêutico tem o seu papel e responsabilidade enaltecidos pela prova de sua competência. “Fico feliz em saber que o farmacêutico está na linha de frente do começo ao fim. Enquanto começa a transparecer a ideia de que as coisas estão voltando ao normal, nossa classe profissional está ativa no cuidado à saúde e segurança da população”.
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Fonte da notícia: Conselho Federal de Fármacia