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Fonte: prostooleh em freepik

 

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, disse que as medidas de distanciamento social estão dando às sociedades a oportunidade de se preparar e responder a pandemia da COVID-19 e que qualquer tentativa posterior de fazer a transição para medidas mais flexíveis deve ser tomada com extrema cautela.

“O distanciamento social deve ser acompanhado de medidas integrais de apoio social para garantir que os mais vulneráveis possam cumpri-lo sem riscos graves para seus meios de subsistência”, afirmou Etienne nesta terça-feira (14), durante uma entrevista coletiva semanal.

Ela também alertou que “a COVID-19 ainda não atingiu com toda força a nossa região, principalmente na América Latina e no Caribe, e esperamos que se intensifique nas próximas semanas. Certamente, o aumento de hospitalizações e mortes que vemos em alguns países destaca a velocidade com que a situação pode mudar em outros países”.

Até 13 de abril, houve 644.986 casos confirmados de COVID-19 nas Américas e 25.551 mortes. A diretor da OPAS observou que a transmissão comunitária está sendo reportada por um número crescente de países na América do Norte, América Central, América do Sul e Caribe.

Melhor aposta para reduzir a transmissão
As medidas de distanciamento social “continuam sendo nossa melhor aposta para reduzir a transmissão e retardar a propagação do vírus em nossas comunidades”, disse Etienne. Nesta terça-feira (14), a OPAS emitiu recomendações sobre esse assunto para frear a disseminação da COVD-19.

Muitos dos países da região têm implementado medidas de distanciamento social em toda a comunidade que permitem que os serviços de saúde operem dentro de sua capacidade. Segundo a diretora da OPAS, isso é encorajador, mas as medidas devem ser mantidas por um período de tempo para serem eficazes.

“Após um período de distanciamento social, qualquer tentativa de transição para medidas mais flexíveis deve ser tomada com extrema cautela. Tais decisões devem ser sempre tomadas com base em informações sobre padrões de transmissão de doenças, capacidade dos testes para COVID-19 e seguimento de contatos, disponibilidade de leitos em hospitais e outros critérios objetivos”, alertou.

Etienne disse que medidas de apoio social para garantir que os mais vulneráveis possam cumprir o distanciamento social sem riscos sérios à sobrevivência econômica exigirão “uma capacidade logística nacional e local adequada para garantir a entrega de medicamentos, exames, alimentos e outros suprimentos para nossas populações”.

“Implementar medidas necessárias para interromper a COVID-19 pode ser perturbador, mas não fazer isso aumenta o risco de prolongar a crise. Interromper o distanciamento social recomendado muito cedo pode ter o efeito oposto e levar a uma segunda onda de casos COVID-19, estendendo o sofrimento e a incerteza socioeconômica a longo prazo na Região das Américas”, afirmou.

Necessidade de acelerar os testes e expandir a capacidade das UTI
“Mas sabemos que o quadro não está completo: há uma necessidade urgente de os países acelerarem e expandirem os testes para um entendimento mais preciso da pandemia nas Américas”, disse Etienne. “Precisamos agir com urgência antes que a tempestade atinja a maioria dos países, para proteger a nós mesmos, nossas famílias e nossas comunidades”.

Uma das necessidades mais importantes a curto prazo é a expansão da capacidade das unidades de terapia intensiva na região. A OPAS está compartilhando experiências no fornecimento e manejo de cuidados intensivos com os países, usando as lições aprendidas da China, da Espanha e de outros países, disse a diretora da OPAS. “A longo prazo, precisamos planejar agora para garantir que os medicamentos e as vacinas que estão sendo desenvolvidas sejam acessíveis a todos em nossa região, especialmente nas comunidades mais vulneráveis”, afirmou.

“Somente com a implementação das intervenções necessárias para cada ambiente, guiadas pela ciência e pela solidariedade, podemos parar e, finalmente, quebrar a propagação da COVID-19 em nossa região. E, juntos, em todos os nossos países e dentro deles, podemos nos reerguer com segurança”, concluiu a diretora da OPAS.

FONTE: OPAS/OMS

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