- 7 de janeiro de 2020
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Cuidado para não acreditar ou compartilhar Fake News na saúde!
Estamos na era da tecnologia, das informações e da busca rápida. Talvez isso devesse ser algo completamente positivo, não é mesmo? O mundo digital realmente tornou o nosso dia-a-dia muito mais fácil. Mas, ao mesmo tempo, também abriu a porta para a manipulação de documentos, imagens e dados.
Toda essa facilidade encontra nas redes sociais o ambiente favorável e potente para se espalhar e, claro, sem a necessidade de embasamento ou pesquisas para comprovar a veracidade das informações. Nesse ambiente, pouco se checa, apenas acreditam nos responsáveis que ali publicaram.
Aí é que mora o perigo! Principalmente se as notícias envolvem a saúde! Porque o impacto não é só na pessoa que recebe e passa a informação, mas sim em toda a população.
Quer um exemplo? Não é muito difícil escutar áudios, ler, ver fotos e vídeos falando que vacinas causam fazem mal, que causam autismo, e até que a vacina contra gripe, especificamente, causa um buraco em braço. Mentiras, colocam em dúvidas a eficácia da vacina, permitindo a volta de doenças que até já não circulavam no país. Como é o caso do sarampo!
Mas como identificar quando uma notícia é falsa? Não é uma tarefa fácil e não é à toa que a maior parte das notícias falsas não cita a fonte, o que dificulta a pesquisa. Além disso, algumas pessoas realmente ficam convencidas que aquilo é verdade ou até acham mais fácil acreditar do que pesquisar.
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Para lutar com tantos ambientes favoráveis à disseminação de Fake News, que em bom português significa notícias falsas, o Ministério da Saúde criou, no ano passado, o canal de WhatsApp Saúde Sem Fake News. Pelo telefone (61) 99289-4640, a população pode enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando.
Antes de sair por aí espalhando as notícias que recebe, é preciso checar se elas são verdadeiras! E, para comemorar 1 ano do Canal, o Blog da Saúde selecionou as 10 principais Fake News sobre saúde ao longo desse ano. Confira:
Vacinas causam autismo
Fake News! Um estudo apresentado em 1998, que levantou preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e o autismo, foi posteriormente considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que o publicou. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico que levou à queda das coberturas de vacinação e subsequentes surtos dessas doenças. Não há evidência de uma ligação entre essa vacina e o autismo/transtornos autistas.
Vacina gripe causa buraco em braço
Fake News! A mensagem contém características de Fake News, como erro de gramática, alarmista, informações vagas, não há datas e fontes confiáveis e além disso pede compartilhamento. A Secretaria de Saúde de São Vicente realizou uma busca em suas unidades de saúde e não encontrou nenhum fato relacionado ao texto que viralizou.
Portanto, trata-se de Fake News! Não compartilhe. Ressaltamos que com respaldo técnico de equipes especializadas, o Ministério da Saúde garante que a vacinação é segura, sendo que seu resultado não se resume a evitar doenças. Vacinas salvam vidas. A recomendação é: não dê ouvidos às notícias falsas e vacine-se. Só entra no calendário nacional as vacinas com garantia de segurança e eficácia. Além do controle de segurança para o registro da vacina, amostras de lotes desses imunibiológicos passam por teste de qualidade no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). A rede de frio garante que as doses sejam armazenadas dentro da temperatura determinada pelos laboratórios.
Cadastro Brasil sorridente
Fake News! Não compartilhe essa mensagem, pois ela é falsa! Esse viral está divulgando um site falso que funciona como “phising”, isto é, roubo de dados. Para ser atendido pelo programa não é necessário envio de informações pessoais. O Sistema Único de Saúde (SUS) é gratuito e universal. Isso quer dizer que toda a população em território nacional tem direito à assistência em saúde bucal, portanto não é necessário fazer cadastro por telefone, por aplicativo ou link enviado por Whatsapp e não há pré-requisitos para atendimento no programa. Caso receba essa solicitação de cadastro, não forneça seus dados e procure denunciar às autoridades competentes. Para saber do programa Brasil Sorridente, acesse o site oficial do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/politica-nacional-de-saude-bucal
Água gelada faz mal
Fake News! Não compartilhe. Além de atribuir o texto ao Dr. Dráuzio Varella com uma especialidade diferente da dele, o texto contém diversas informações falsas e alarmistas. Essa mensagem já foi desmentida pelo portal Boatos.org, parceiro do Ministério da Saúde no combate às Fake News. O portal esclarece que essa mensagem circula há algum tempo, com pequenas modificações. Saiba mais: https://www.boatos.org/saude/drauzio-varella-agua-gelada-cancer.html
Nova gripe fatal e cura de gripe com chá de erva doce
Fake News! O Hospital das Clínicas de São Paulo esclareceu que não realizou alertas à população sobre um suposto vírus da gripe que se espalha.
Além disso, as orientações que o chá de erva-doce tem a mesma substância do medicamento Tamiflu é falsa! O chá de erva-doce não possui o princípio ativo do Tamiflu (fosfato de oseltamivir). Mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, uma unidade de saúde. O médico é que vai avaliar a necessidade de prescrever uso do antiviral fosfato de oseltamivir. De acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza 2015, do Ministério da Saúde, o uso do antiviral fosfato de oseltamivir está indicado para todos os casos de síndrome respiratória aguda grave e casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para complicações. O remédio é prescrito em receituário simples e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O início do tratamento deve ser preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. O antiviral apresenta benefícios mesmo se administrado após 48 horas do início dos sintomas.
Maculopatia causada por smartphone é verdade?
Fake News! O texto intitulado USO DO CELULAR NO ESCURO está repleto de informações equivocadas e sem comprovação científica.
Não existem estudos científicos mostrando que o uso do celular, seja a noite ou durante o dia provoque maculopatia (que o texto erroneamente classifica como câncer no olho), catarata, olho seco, degeneração macular ou perda de visão. É certo que o impacto do uso excessivo dos smartphones está sendo estudado por pesquisadores mas as graves alterações citadas no texto não tem a menor comprovação científica, são portanto, FAKE NEWS. A leitura de smartphones no escuro, pode estar associada a astenopia, ou seja, fadiga ocular, cefaleia, ardências e dor ocular; conforme o trabalho de ANTONA, B da Universidade de Madrid publicado na revista Applied Ergonomics 68 (2018) 12-17.
Cura do câncer por alimentos milagrosos
Fake News! O conteúdo da mensagem é falso. Apesar da redução do consumo de açúcar ser benéfica para a saúde e para a prevenção do câncer, uma vez que a doença está instalada, não há alimentos ou medidas milagrosas capazes de eliminá-la. O paciente de câncer deve buscar orientação médica, seguir o tratamento proposto pelo especialista e evitar buscar soluções milagrosas divulgadas de forma imprudente nas mídias sociais.
Sobre o açúcar: O consumo excessivo de açúcar está relacionado a processos metabólicos que podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer. A recomendação atual da Organização Mundial da Saúde é de que o consumo diário não ultrapasse 10% das calorias ingeridas, em uma dieta saudável. Maiores benefícios à saúde podem ser alcançados se o consumo diário de açúcar for reduzido para 5% das calorias ingeridas (ou cerca de 25g de açúcar por dia). Portanto, é recomendável a redução do consumo de açúcar para a prevenção do câncer.
Sobre a recomendação de misturar limão com uma xícara de água quente para as células cancerígenas desaparecerem: não há evidência científica a este respeito. Os profissionais da oncologia conhecem os melhores tratamentos para cada tipo de doença e suas orientações devem ser seguidas.
Sobre beber óleo de coco orgânico para o câncer desaparecer: trata-se de uma informação sem base científica.
Há grandes riscos envolvidos no abandono de tratamentos convencionais recomendados por médicos e profissionais de saúde experientes e qualificados, em substituição por terapias alternativas sem comprovação científica.
Dipirona importado da Venezuela com vírus
Fake News! A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que a notícia que está circulando nas redes sociais sobre a dipirona importada da Venezuela conter o vírus “Marbug” é falsa. Por favor, não compartilhe esta informação.
Vacina do câncer
Fake News! Não existe vacina anticâncer. O próprio Hospital Sírio-Libanês citado na mensagem já desmentiu essa Fake News, que circula desde 2008. A Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, também atestou como Fake News essa notícia.
MPF proíbe vacina contra HPV
Não existe e nunca existiu a proibição da vacina HPV (Papilomavírus Humano) mencionada na imagem. O Ministério da Saúde esclarece que essa vacina é segura e eficaz e, assim como todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), passa por um rígido processo de validação e possui os devidos registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, como qualquer medicamento, pode causar Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV), embora sejam raros.
A vacina HPV é utilizada em mais de 80 países no mundo e não há, até o momento, qualquer evidencia na literatura mundial que relacione o uso da vacina HPV com quadros graves e neurológicos. Inclusive a Comissão de Segurança de Vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017 lançou um documento reafirmando a segurança dessa vacina.
Os EAPV são possíveis reações após a vacinação contra o HPV. Segundo estudos, a maioria são reações locais leves (dor no local de aplicação, edema e eritema com intensidade leve) e podem também causar manifestações sistêmicas (febre em 4% a 9% dos vacinados, cefaleia e gastroenterite). Em adolescentes e adultos jovens, pela carga emocional de receber a dose de vacina, foram registrados desmaios.
Por isso, a orientação é que a população siga rigorosamente as orientações do Calendário Nacional de Vacinação e mantenha o cartão de vacinação atualizado e guardado junto aos demais documentos pessoais, já que é o documento que comprova a situação vacinal do indivíduo.
O objetivo da vacinação contra HPV no Brasil é prevenir o câncer de colo do útero, de pênis, de boca, de garganta, de ânus, refletindo na redução da incidência e da mortalidade por estas enfermidades. No Brasil, são estimados 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil óbitos de mulheres devido à doença. Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV.
Fonte: Blog da Saúde-Ministério da Saúde