- 26 de novembro de 2019
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) repudia veementemente a manifestação pública da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) que, a pretexto de “lutar por condições justas para pacientes renais”, se posiciona contrariamente à Resolução nº 672/2019, do Conselho Federal de Farmácia (CFF). A referida resolução dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no âmbito de serviços de diálise.
A resolução do CFF não trata, em momento algum, da proporcionalidade de farmacêuticos por clínica, mas ressalta a importância da atuação desse profissional nos serviços de diálise. Portanto, ao regulamentar a atuação do farmacêutico nos serviços de diálise, o CFF não “inviabiliza a atuação das clínicas” e “nem agrava” a situação de assistência aos 123 mil pacientes que sofrem de doença renal crônica no Brasil, como acusa a ABCDT.
Numa interpretação equivocada, fruto de total desconhecimento sobre o papel do farmacêutico nos serviços de diálise, ou simplesmente na intenção de confundir o poder público e a sociedade, a ABCDT, critica a resolução do CFF ao afirmar que “esses pacientes dependem única e exclusivamente das sessões de hemodiálise para sobreviverem e quanto mais oneroso for para a clínica, menos vagas elas terão condições de ofertar”.
Em defesa da qualidade dos serviços de diálise no Brasil, o CFF esclarece que:
1 – O farmacêutico, atualmente, assume um importante papel no cuidado integral e humanizado ao paciente, que vai desde ações voltadas à promoção da saúde, prevenção de doenças, rastreamento em saúde, até o acompanhamento da farmacoterapia.
2 – Nos serviços de diálise, o farmacêutico contribui para a garantia dos requisitos técnicos e legais no tratamento da água, na fabricação e no controle da qualidade do concentrado polieletrolítico. Além disso, desempenha ações clínicas e gerenciais, bem como colabora com as atividades voltadas ao ensino e à pesquisa.
3 – O farmacêutico coopera com o paciente e com outros profissionais da saúde, no delineamento, na execução e no monitoramento do plano terapêutico que inclui metas com vistas ao alcance dos melhores resultados possíveis do tratamento com os menores riscos.
4 – Entre as principais causas da doença renal crônica estão condições crônicas como hipertensão e diabetes. O desenvolvimento da doença renal crônica muitas vezes leva o paciente a apresentar complicações cardiovasculares, anemia, distúrbios do metabolismo mineral e ósseo. Desta forma, a grande maioria desses pacientes utiliza muitos medicamentos e necessita do cuidado farmacêutico para garantir segurança e otimização da farmacoterapia.
5 – A presença do farmacêutico contribui para a garantia da qualidade, segurança e efetividade na utilização de medicamentos dialisáveis, administrados antes e durante as sessões de hemodiálise, nos serviços de nefrologia da rede pública ou privada.
6 – Manter uma clínica de hemodiálise com uma equipe restrita é garantir um tratamento focado tão somente na disfunção renal e não no paciente como um todo.
Vários estudos revelam impactos positivos da atuação farmacêutica, com diminuição da mortalidade e dos custos econômicos associados à má utilização dos medicamentos nos serviços de diálise.
A atuação clínica do farmacêutico junto à pessoa com doença renal crônica tem se consolidado em vários países _ e em todas as fases da doença _ desde a prevenção até a terapia renal substitutiva. A inclusão desse profissional em tal contexto tem como objetivo contribuir para a melhoria do processo de uso dos medicamentos, a redução dos riscos, a qualificação da gestão e o aprimoramento da qualidade dos serviços prestados aos pacientes.
O CFF se coloca à disposição para esclarecimentos sobre o decisivo papel do farmacêutico nos serviços de diálise. Acesse a Resolução CFF nº 672/2019.