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O Conselho Federal de Farmácia (CFF) participou de reunião do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (MS) para avaliação e definição de prioridades e estratégias compartilhadas para o controle da sífilis no Brasil. O encontro visou, em particular, o levantamento de propostas para a elaboração de estratégias para o enfrentamento da sífilis congênita (transmissão vertical da sífilis, da mãe para o bebê).

A farmacêutica da Coordenação Técnica do CFF, Alessandra Russo, e a assessora da Presidência do CFF, Josélia Frade, representaram a instituição na reunião e descreveram alguns contextos e problemas com os quais pode-se contar com a participação dos farmacêuticos, além de ações que já estão em andamento.

Alessandra Russo falou sobre a participação dos farmacêuticos no SUS, em particular, na atenção primária em saúde, em relação ao acompanhamento farmacoterapêutico, no que se refere mais especificamente às questões do monitoramento da adesão da gestante ao tratamento para a sífilis, sensibilização dos parceiros sexuais (uma vez que o parceiro não tratado resulta em reinfecção), falta de registro nos prontuários da administração da penicilina benzatina etc.

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Experiência realizadas por farmacêuticos em unidades básicas de saúde (USB) também foram citadas como exemplos. Alessandra ressaltou também, que algumas farmácias da rede privada já realizam o teste para identificação de reações alérgicas à penicilina, não treponêmico, para rastreamento de casos de sífilis na população, com posterior encaminhamento à rede de saúde para atendimento médico e diagnóstico. E mencionou a publicação de artigos no Boletim Farmacoterapêutica do CFF, desde 2014, que procuram desmistificar o receio que existe de se administrar a penicilina, tanto na rede pública, como na rede privada. “De fato, reações adversas de anafilaxia ao se administrar a penicilina, são de baixa incidência (ainda que não se deva negligenciar os cuidados e protocolo para atendimento em caso de anafilaxia)”, ressaltou a farmacêutica.

Sobre a importância do farmacêutico na prevenção à sífilis, tanto nas farmácias públicas quanto privadas, ressaltou-se que este profissional pode reforçar a importância do uso de preservativos, principalmente na faixa etária de 15 a 29 anos, na qual é crescente o aumento de casos de infeção por doença sexualmente transmissível, devido ao não uso de preservativos nessa população. Alessandra também mencionou o desabastecimento, em escala mundial, da penicilina, medicamento de primeira escolha para o tratamento da sífilis, em virtude de ser um insumo farmacêutico ativo barato, cujas indústrias não têm tido mais interesse em fabricar.

Josélia descreveu a importância da articulação das diferentes entidades para o enfrentamento conjunto da sífilis. Relatou sobre a epidemia silenciosa relacionada a medicamentos que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a lançar o último desafio global pela segurança do uso de medicamentos. “Esses problemas tem levado o farmacêutico a assumir um papel assistencial que não pode ser mais subutilizado pelo sistema de saúde diante de tantos desafios, como os apresentados durante essa reunião”, ressaltou.

A assessora da Presidência do CFF descreveu pesquisa recente realizada pela autarquia e a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), junto aos laboratórios oficiais, e descreveu que dentre esses laboratórios a Fundação para o Remédio Popular (Furp), é o único laboratório que, atualmente, produz penicilina, e eles precisam ser envolvidos, neste debate. “As farmácias privadas também estão enfrentando dificuldades para aquisição de penicilina. Além disso, a forma como foi veiculada a proibição do teste da penicilina em farmácias, a falta de protocolos que autorize a aplicação de adrenalina pelos farmacêuticos em farmácia podem ter impactado no cenário atual de dificuldade de encontrar farmácias que aplicam penicilina”, alertou Josélia Frade.

Ela destacou a necessidade de Agência Nacional de Saúde (ANS) também participar da busca de soluções. De acordo com Josélia, será necessária a utilização de diferentes ferramentas tecnológicas para integração de dados, inclusive os gerados em farmácias e laboratórios de análises clínicas do país. “A tecnologia ainda pode colaborar na integração dos protocolos já existentes para ajudar o profissional na seleção de melhores condutas no momento dos atendimentos”.

Ao final, Josélia solicitou das diferentes entidades presentes o envolvimento dos farmacêuticos nas diversas ações e projetos, inclusive no processo de construção de protocolos, ações assistenciais etc. Ela colocou a profissão à disposição para apoiar as estratégias que serão incorporadas ao plano nacional que está em fase de revisão e atualização.

A reunião, coordenada pela Dr.ª Angélica Miranda, da Coordenação Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI/SVS/MS), foi pautada em resposta aos desafios para o controle da epidemia de sífilis.

O Ministério da Saúde (MS), por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e de seu Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), elaborou coletivamente, junto ao Conass, Conasems, outros conselhos e entidades parceiras, a construção da Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis no Brasil.

Lançamentos

Durante a reunião, foi lançado o Boletim Epidemiológico Sífilis 2019, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do MS, produzido com o propósito de promover a disponibilidade de dados básicos, indicadores e análises sobre as tendências da sífilis no país.

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e o Ministério da Saúde lançaram, no dia 1º de novembro, chamamento a estudantes de comunicação de universidades públicas a produzirem materiais para rádio sobre prevenção da sífilis.

Dia 31 de outubro, foi lançada pelo Ministério da Saúde a campanha inédita abordando as Infecções Sexualmente transmissíveis (ISTs).

 

FONTE: Conselho Federal de Farmácia

 

 

 



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