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Estudos sugerem que somente 50% dos pacientes conseguem explicar, após terem tido alta hospitalar e voltar para casa, qual foi o plano de tratamento realizado pela equipe multiprofissional.

E os pacientes, em geral, conseguem lembrar apenas 20% de tudo o que foi falado e orientado na última consulta.

Esses dados demonstram a falha na comunicação entre pacientes e profissionais da saúde, a qual resulta em:
• Menos conhecimento da sua doença e de seu tratamento, pelo paciente
• Habilidades de autocuidado inferiores às necessárias
• Piores resultados clínicos
• Maiores taxas de mortalidade e reinternação

Mas como podemos melhorar essa comunicação? Segundo um estudo do NEJM Catalyst, os colaboradores precisam entender as motivações, comportamentos, fatores culturais e preocupações dos pacientes. Para se obter tais informações é necessário que o profissional use a prática da Literacia.

Literacia não é apenas a habilidade de ler, mas a capacidade do paciente ou familiares ouvirem/lerem a informação, processá-la e agir da melhor forma de acordo com os dados obtidos.

Para ser posta em prática, a literacia exige que o colaborador:
• Faça perguntas ao paciente
• Explique as questões de forma clara e prática (podendo utilizar analogias)
• Mostre-se aberto para tirar dúvidas
• Engaje pacientes e familiares: discutindo sobre todas as opções clínicas para se chegar em uma decisão compartilhada por ambos
• Tenha feedback dos pacientes sobre o atendimento oferecido

O objetivo final dessa ação é melhorar o serviço de saúde. Melhorar a comunicação e construir um diálogo em que ambos se sintam confortáveis em compartilhar suas expectativas e conhecimentos caminhará em direção a um Cuidado Centrado no Paciente, com resultados mais satisfatórios à instituição.

Como disse o médico canadense William Osler (1849-1919): “Um bom médico trata a doença. Um ótimo médico trata o paciente que tem a doença”.

Referência: Do the Match: Improving Healthcare Literacy. NEJM Catalyst, 2018.



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