- 3 de maio de 2018
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Por Aléxia Costa
A estimativa da prevalência de erros de medicação é difícil devido à variação nas definições sobre o que é erro de medicação, nos sistemas de classificação destes erros, nos denominadores utilizado nos indicadores de monitoramento (por exemplo, paciente, prescrição ou um medicamento específico), nas variações na organização do sistema de saúde e na disponibilidade e utilização de sistemas de notificação de incidentes.
De qualquer forma, sabe-se que os erros de medicação são uma questão global. Problemas são observados na interface entre cuidados primários e secundários, bem como discrepâncias durante as transições de cuidados.
Em geral, parece que a proporção de erros graves de medicação nos cuidados primários pode ser razoavelmente baixa. Contudo, dado o elevado número de prescrições na atenção primária, existe o potencial de se causar danos consideráveis em pacientes. Os resultados indesejáveis incluem reações adversas a medicamentos, interações medicamentosas, falta de eficácia, adesão pequena do paciente à prescrição, entre outros, além das consequências sanitárias e econômicas significativas (aumento do uso de serviços de saúde, internações hospitalares e morte).
Estima-se que em alguns países, cerca de 6-7% das admissões hospitalares parecem estar relacionadas com medicamentos usados fora do hospital. O problema é provavelmente mais pronunciado nos pacientes idosos, por causa de múltiplos fatores de risco, dentre os quais a polifarmácia (uso de muitos medicamentos).
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A prestação de cuidados primários deve ser segura e de alta qualidade, a fim de reduzir a dependência de cuidados hospitalares. Resolver erros de medicação é um componente chave para melhorar a segurança da atenção primária.
Uma série de fatores podem contribuir para erros na atenção primária, relacionados aos profissionais de saúde, ao paciente, ao ambiente de trabalho, ao produto, às tarefas, aos sistemas informatizados e à capacitação de pessoas, representando uma gama de oportunidades para intervenções. A Organização Mundial de Saúde pede que países e organizações priorizem as seguintes estratégias para reduzir os erros de medicação nos cuidados primários:
1. Educar os prestadores de cuidados de saúde e os pacientes
• Educar os prestadores de atenção primária sobre causas comuns de erros de medicação
• Fornecer ferramentas simples para auxiliar os prestadores de cuidados primários em uso seguro de medicamentos
• Considerar ações simples para que os pacientes possam estar ativamente envolvidos no gerenciamento do uso de seus medicamentos.
• Fornecer ferramentas de engajamento do paciente para abordar a não adesão.
2. Implementação de revisões de medicamentos e reconciliação
• Assegurar que os farmacêuticos revisem ativamente as prescrições
• Encorajar e apoiar o uso da reconciliação de medicamentos pelos profissionais
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3. Utilização de sistemas informatizados
• Reforçar os sistemas eletrônicos de prescrição e alerta
• Reduzir o número de alertas de sistema, concentrando-se em alertas clinicamente relevantes.
4. Priorizar áreas para vitórias rápidas
• Utilização de injeções endovenosas como fonte chave de erros;
• Intervenções-alvo relacionadas ao cuidado de crianças e idosos;
• Intervenções multicomponentes com uma combinação de educação, informática, revisão de medicamentos e envolvimento de farmacêuticos comunitários;
• Ambulatórios especializados para a prescrição de medicamentos que requerem monitorização de rotina, como a varfarina;
• Pesquisas adicionais sobre erros de medicação para desenvolver um melhor entendimento das causas, e gerar evidências para intervenções que possam ajudar a preencher lacunas de conhecimento em organizações de renda baixa e média.
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Neste episódio Alexia Costa aborda sobre o aumento da segurança no uso do medicamento através da acreditação.
Este estudo, realizado na Coréia do Sul, comparou as percepções do clima de segurança e atitude em relação às notificações de erros de medicação pela enfermagem, antes e depois de um programa de acreditação hospitalar.
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Aléxia Costa – Diretora de Ensino e Capacitação do IBES
Farmacêutica pela Universidade Católica de Santos. Mestre em Genética e Genomas pela UNIVAP. MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade pela Escola Politécnica da USP. Monitora de Pesquisa Clínica pela Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica. Avaliadora de Sistemas de Saúde, através da metodologia ONA e Accreditation Canada. Docente da disciplina Gerenciamento de Riscos aplicado à Gestão da Qualidade, no MBA da Escola Politécnica da USP. Experiência em Gerenciamento de Farmácia Hospitalar e Oncológica em instituições de saúde. Fellow ISQua.
REFERÊNCIA:
Medication Errors: Technical Series on Safer Primary Care. Geneva: World Health Organization; 2016. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.