- 9 de agosto de 2017
- Posted by: Grupo IBES
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O paciente deve ser o ponto central da preocupação dos profissionais e da alta direção, com a segurança nos serviços de saúde. Foi justamente por isso, que a Anvisa lançou uma série de documentos sobre a Segurança do Paciente
As publicações da Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde – GGTES/ANVISA foram apresentadas no V Seminário Internacional: Redução do Risco para a Segurança do Paciente e Qualidade em Serviço de Saúde, que se inicia na noite de hoje (07/08/17) e termina no dia 10/08/17.
Dentre os materiais disponibilizados está o Guia Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacientes, familiares e acompanhantes que se divide em 3 partes:
I. Antes do atendimento/internação do paciente
II. Durante o atendimento/internação do paciente
III. Após o atendimento/internação do paciente
Antes do atendimento/internação do paciente
1. Segurança do Paciente
A segurança do paciente deve começar neste momento. Algumas dicas do guia para implantar a segurança do paciente em instituições são:
- Criação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP): o Núcleo é responsável pelas questões relacionadas à Segurança do Paciente nos serviços de saúde, além de elaborar e acompanhar o Plano de Segurança do Paciente (PSP). Ainda, deve notificar, mensalmente, os incidentes de segurança ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
- Estabelecimento de protocolos pelos serviços de saúde: são exemplos, os protocolos de Identificação do Paciente, Prática de Higiene das Mãos, Segurança Cirúrgica, Prevenção de Quedas e de Lesão por Pressão e Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos.
- Notificação de incidentes: a notificação permite conhecer os incidentes que ocorrem nos serviços de saúde e propor medidas para prevenir que ocorram incidentes semelhantes, melhorando a qualidade dos serviços de saúde.
- Envolvimento do cidadão em sua segurança: um paciente mais comprometido com sua saúde é um paciente que ajuda a prevenir incidentes relacionados à assistência à saúde.
- Inclusão do tema segurança do paciente no ensino: sua inclusão no ensino técnico, de graduação, pós-graduação e educação dos profissionais de saúde pode ajudar a conscientizar a população sobre a importância do tema da segurança do paciente.
- Incremento de pesquisa em segurança do paciente: as pesquisas podem aumentar o conhecimento sobre o tema e dar apoio à tomada de decisões (nacional e localmente) para a segurança do paciente.
Saiba mais sobre o assunto lendo os textos Afinal, o que é Segurança do Paciente e quais os protocolos básicos? e Quem são os envolvidos na segurança do paciente?
2. Vigilância Sanitária
O guia também cita a importância da Vigilância Sanitária de serviços de saúde e segurança do paciente. A ANVISA publicou a RDC n° 36/2013, que institui as ações de segurança do paciente em serviços de saúde, na qual consta a obrigatoriedade destes serviços instituírem em sua estrutura, o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP).
Algumas dicas para que você possa contribuir com a vigilância sanitária de serviços de saúde para sua segurança:
- Antes da internação, procure saber se o serviço de saúde está regularizado junto à Vigilância Sanitária.
- No caso de consulta, faça perguntas ao profissional e certifique-se de que foram respondidas e compreendidas.
- Se qualquer incidente ocorrido durante o atendimento em hospitais, postos ou outras unidades de saúde tiver lhe causado dano, comunique ao SNVS (ver o tópico Notificação de incidentes relacionados à assistência à saúde por pacientes e familiares deste guia).
3. Direitos do Paciente
São direitos básicos que devem ser conhecidos pelos usuários dos serviços de saúde para o ingresso digno, atendimento seguro e de qualidade nos sistemas de saúde, sejam eles públicos, filantrópicos ou privados.
Como fazer:
Todo usuário do serviço de saúde tem direito:
- ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.
- a tratamento apropriado e efetivo para seu problema.
- ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação.
- a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos.
- ao comprometimento dos gestores da saúde para que os direitos anteriormente citados sejam cumpridos.
Durante o atendimento/internação do paciente
4. Identificação do Paciente
Dicas para que você, familiar e acompanhante participem na prevenção de erros de identificação do paciente:
- Antes de colocar a pulseira de identificação, verifique se as informações estão corretas, sem erros de ortografia, de números e letras. Até mesmo os sistemas informatizados podem produzir erros.
- Contribua no processo de sua identificação, falando seu nome e sobrenome, antes da realização de um cuidado.
- Verifique se constam pelo menos dois identificadores (ex. nome e data de nascimento) na pulseira ou outra identificação fornecida pelo serviço de saúde.
- Solicite que os profissionais de saúde lhe expliquem a respeito dos dois identificadores. A conferência da identificação é obrigatória antes do cuidado.
- Verifique como os profissionais de saúde conferem sua identificação antes do cuidado, como, por exemplo, no momento da administração do medicamento.
- A identificação do frasco de coleta de exames deve ser, preferencialmente, feita na presença do paciente, acompanhante ou familiar. Confira os seus dados nos tubos de coleta e se a verificação desses dados é realizada no momento da coleta.
- No caso de identificação de recém-nascidos (RN), confira se consta na pulseira de identificação do bebê minimamente, o nome da mãe e o número do prontuário do RN.
- Pergunte se há um protocolo de identificação dos pacientes na instituição.
Se você ainda não conhece o protocolo de identificação do paciente, leia o texto Você já conhece o Protocolo de Identificação do Paciente?
5. Prevenção de Infecção relacionada à Assistência à Saúde
As principais medidas de prevenção das IRAS são higiene das mãos, Técnica correta de inserção e manutenção de dispositivos invasivos, Limpeza do ambiente, Precaução de contato e Uso correto de antimicrobianos.
6. Higiene das mãos
A higiene das mãos pode ser feita com água e sabonete líquido ou com preparação alcoólica (gel, líquido e espuma) para as mãos.
Para saber mais, conheça o Protocolo de Prática de Higiene das mãos
7. Cirurgia Segura
Para evitar falhas durante o procedimento anestésico-cirúrgico é utilizada uma lista de verificação de segurança cirúrgica (checklist de cirurgia segura) na sala operatória.
Leia o texto Qual a importância do Protocolo de Cirurgia Segura? para saber mais
8. Erros de medicação
Você pode ajudar a prevenir erro de medicação e contribuir com o uso seguro de medicamentos por meio das seguintes medidas:
- Proporcionando informação importante ao médico e outros profissionais: informe-os sobre todos os medicamentos que está usando; se tem alergia a algum medicamento; se está grávida ou amentando; se tem outra doença, como diabetes, hipertensão e outras. Lembre-se que vitaminas, anticoncepcionais, analgésicos também são medicamentos e devem ser reportados.
- Pedindo informações sobre seu medicamento: retire todas suas dúvidas, como a via de administração, modo de usar, efeitos colaterais e reações adversas, tempo de uso, interações com outros medicamentos e exames laboratoriais etc); quando o profissional prescrever a mão, verifique se consegue ler a prescrição.
- Seguindo a prescrição médica ou odontológica e empenhando-se para o sucesso de seu tratamento: use todo o antibiótico que foi prescrito; avise o profissional se tiver alguma reação adversa ou outro problema; pergunte se há necessidade de realizar exames de sangue, radiografias ou outros exames para verificar se o medicamento está tendo o efeito desejado ou se necessitará de usar outro medicamento; peça ao profissional que lhe explique os resultados dos exames.
- Ao consultar um médico ou dentista leve uma anotação contendo os medicamentos em uso: anote todos os medicamentos prescritos (comprimidos, gotas, líquidos, pomadas ou outra formulação prescrita) e os livres de prescrição médica, tais como antiácidos, analgésicos, vitaminas, fitoterápicos, entre outros.
Os 9 certo da administração de medicamentos devem ser observados para garantir a segurança do paciente
Conheça os 9 certos através do texto Os 9 Certos na administração segura de medicamentos pela enfermagem
9. Prevenção de Lesões por pressão
Para prevenir as lesões por pressão, são recomendadas as seguintes medidas: avaliação cuidadosa da pele pelo menos uma vez por dia, priorizando as regiões de proeminências ósseas (joelhos, cotovelos e calcanhares); uso de colchão especial e de coxins, como colchão de espuma do tipo caixa de ovo ou colchão d’água; uso de apoio (travesseiros, coxins ou espumas) na altura da panturrilha, a fim de erguer os pés e proteger os calcanhares; hidratação da pele do paciente com hidratantes; manutenção da higiene corporal e de uma nutrição adequada para favorecer a cicatrização dos tecidos; uso de barreiras protetoras da umidade excessiva, quando necessário (ex. película semipermeável, hidrocoloides, espuma de poliuretano, sacos retais e/ou substâncias oleosas); orientação do paciente e da família na prevenção e tratamento das lesões por pressão; mudança de posição para reduzir o tempo e pressão aos quais os indivíduos estão expostos.
Conheça o Protocolo para prevenção de Úlcera por Pressão
10. Prevenção de quedas
As quedas podem ser prevenidas por meio da implantação das seguintes medidas: avaliar o risco de o paciente sofrer quedas; assegurar ao paciente um cuidado multiprofissional em um ambiente seguro e conscientizar paciente, familiares e profissionais quanto ao risco de quedas.
Dicas para que você, familiar e acompanhante possam participar na prevenção de queda de paciente em serviços de saúde:
- Pergunte se há, na instituição, algum folheto ou panfleto sobre prevenção do risco de queda de paciente.
- Observe se a avaliação do risco de quedas foi realizada na sua admissão e se é repetida diariamente.
- Se existe risco de queda, verifique se há alguma sinalização indicando que você é suscetível de sofrer quedas.
- Siga as devidas orientações para prevenção do risco de queda de paciente
Leia o texto Por que o Protocolo de Prevenção de Quedas é tão importante?
11. Prevenção de erros de diálise
O primeiro passo é conversar com os diversos profissionais da clínica sobre o seu tratamento e perguntar quais são as principais etapas do tratamento e quais são os riscos envolvidos em cada etapa. É importante que o paciente de diálise participe de grupos de apoio e associações de pacientes em diálise, neles é possível compreender melhor sua doença e como um bom tratamento influencia na qualidade de vida.
Após o atendimento/internação do paciente
12. Orientações aos usuários dos serviços de saúde
Após internação/atendimento, devem ser feitas minimamente as seguintes orientações ao usuário do serviço de saúde para o autocuidado (ou para ser cuidado pela família/cuidador):
- Esclarecer e informar sobre o diagnóstico e continuidade do plano de tratamento.
- Revisar os principais cuidados: higiene oral e corporal, entendimento da dor, alimentação apropriada para a convalescença, cuidados com sondas, curativos, vestuário, cuidados posturais, cuidados em casa para evitar as quedas, atividades físicas, retorno ao trabalho, entre outros.
- Se fez cirurgia, assegure-se que recebeu toda orientação no pós-operatório (cuidados com a ferida operatória e drenos, curativos, uso de medicamentos, etc). E se foi orientado a reconhecer os sinais e sintomas de infecção, como dor ou sensibilidade, secreção e vermelhidão no local, que devem comunicados imediatamente a seu médico ou serviço de saúde.
- Se recebeu alguma prescrição (receita), assegure-se que foi orientado quanto aos medicamentos de uso diário (horários, dosagens, tempo de tratamento, etc). Se necessário, pode ser orientado a realizar a autoadministração (por ex., aplicação de insulina). Nesse caso, deve reconhecer os efeitos adversos e as providências a serem tomadas.
- Certifique-se que compreendeu todas as orientações recebidas.
- Se desejar, peça as informações por escrito.
- Entregue as informações aos familiares ou acompanhante que lhe ajudará em seus cuidados.
- Certifique-se que seu retorno ambulatorial foi marcado.
13. Notificações de incidentes relacionados à Assistência à Saúde por pacientes e familiares
Os pacientes, familiares e acompanhantes podem notificar os incidentes de segurança que possam ter ocorridos durante ou após o atendimento ou internação no serviço de saúde por meio do Sistema Nacional de Notificações em Vigilância Sanitária (NOTIVISA), módulo Cidadão, acessando: http://www20.anvisa.gov.br/ segurancadopaciente/ Não é necessário preencher cadastro no sistema de informação e os dados de quem notifica são confidenciais, sendo que não é necessária a identificação do paciente que sofreu o EA no formulário de notificação. Lembre-se que nenhuma notificação é analisada individualmente, evitando-se motivar punições dos envolvidos. No entanto, o conjunto das informações é utilizado para instituir medidas gerais de prevenção e redução de danos futuros aos pacientes.
Você pode ler o guia completo em Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacientes, familiares e acompanhantes