- 12 de novembro de 2018
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Gestão, Notícias
A passagem de plantão médico é um ponto delicado no cuidado e exige atenção, boa comunicação e compromisso dos colaboradores, uma vez que coloca em risco a segurança do paciente. Visando minimizar os riscos de eventos adversos, o Seattle Children’s Hospital adotou o modelo “cascata”, o qual prevê a sobreposição dos profissionais para a passagem de plantão com maior segurança.
A partir dessa iniciativa é possível reduzir números alarmantes, como os apontados em pesquisas anteriores:
- 74% dos pacientes não possuem a comunicação sobre sinais vitais durante a transferência;
- 58% dos casos tiveram erros ou omissões dos colaboradores durante a transferência.
O MODELO ORIGINAL
Anteriormente, haviam turnos médicos variando de 7 a 9 horas. Quando havia uma mudança de turno, o médico de entrada assinava toda a lista de pacientes. O modelo original apresentava várias deficiências: vários pacientes foram transferidos para o médico assistente, criando múltiplas oportunidades para erros e omissões de comunicação.
Como estagiários e enfermeiros esperavam para rever os pacientes com o médico assistente, o atendimento ao paciente ficava sempre atrasado. A saída de cada médico era estressante durante os horários de pico e quando os pacientes chegavam durante o processo de transferência.
O NOVO MODELO
Na chegada ao pronto-socorro, um médico assistente assume um papel primário. O próximo médico chega de 3 a 5 horas depois, assume o papel principal e imediatamente começa a tratar novos pacientes. O primeiro médico, então, atende a um papel secundário e completa o trabalho em pacientes existentes enquanto trata pacientes novos, menos complexos, com a intenção de tratá-los e/ou liberá-los antes do final do turno. Com médicos iniciando o tratamento de pacientes em vez de gastar tempo recebendo as transferências, o atendimento ao paciente não é atrasado.
A tomada de decisão é focada no início do turno, quando os médicos têm melhor capacidade de decisão. Isso também pode levar a uma menor fadiga na tomada de decisões mais assertivas ao longo do turno. O modelo em cascata garante que um médico descansado e revigorado esteja chegando em horários escalonados, o que proporciona alívio para a equipe que já esteve no departamento por várias horas.
Além disso, observaram-se mais oportunidades para colaborar e interagir com outros médicos durante os turnos, em vez de apenas um curto período de tempo durante as transferências de fim de turno.
No caso do Seattle Children’s Hospital, a implementação do modelo “cascata” reduziu em 25% a transferência de pacientes. Com esta mudança surgiram os seguintes benefícios:
- Melhoria da segurança do paciente
- Aumento da eficiência do cuidado
- Melhoria e aumento do tempo de comunicação entre colaboradores e com paciente
- Maior pontualidade e fluidez no cuidado
- Maior capacitação dos profissionais
- Redução do burnout dos colaboradores
- Redução da carga de trabalho
- Aumento da capacidade de tomada de decisão
- Aumento da credibilidade da instituição
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Para obter esses resultados, é necessário que o modelo siga os 3 princípios de implementação:
- Envolvimento de todas as partes + mudanças na cultura organizacional
- Incentivo e apoio da liderança na implementação do modelo
- Estrutura adequada e espaçosa para atender a demanda necessária
A partir destas medidas, é possível construir um cuidado que preza pela segurança de todos os agentes envolvidos nele, de modo a também melhorar a experiência do paciente e colaboradores no processo.
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Neste episódio, Aléxia Costa comenta a eficiência do i-SBAR nas transferências de plantão na UTI:
Referência:
Christopher Cheney. ‘WATERFALL’ SHIFTS IN ER IMPROVE FLOW OF PATIENTS. Health Leaders. Outubro de 2018.