- 21 de agosto de 2018
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias, Segurança do Paciente
Os sistemas de saúde têm debatido sobre os desafios em identificar, enfrentar e prevenir a baixa qualidade e segurança. A dificuldade em atender aos pacientes está no fato de cada um apresentar particularidades culturais, psicológicas e sociais.
Desta forma, a fim de melhorar o serviço prestado, é fundamental a participação dos profissionais da saúde, constatando os problemas rotineiramente enfrentados e entendendo as demandas e necessidades humanas do cuidado.
Um estudo publicado no British Medical Journal, neste mês de agosto com 165 colaboradores dos mais variados cargos identificou 5 cinco seções que necessitam atenção. Descubra as perspectivas dos participantes sobre cada uma deles:
1. Valorização da voz:
“Eu digo a todos os empregados durante a orientação que eles sempre devem se sentir confortáveis para me procurar quando tiverem alguma questão que queiram compartilhar”.
“As pessoas costumam manter as questões para si mesmas, ou compartilham com um colega de trabalho, assim o problema não será compartilhado por ser encarado como apenas uma fofoca. Não chegando ao núcleo que pode de fato fazer algo para solucionar o problema”.
2. A lógica dos sistemas formais:
“Se um recepcionista diz ‘Isso aconteceu com essa pessoa e eu temo que acontecerá novamente’ – a resposta universal para ele é ‘Sim, isto é uma preocupação; preencha um relatório de incidente”.
“Eu geralmente entrevisto toda a equipe, eu coleto toda a informação e explico ao gestor que farei isso para entender quais são os problemas, porque eu sei que sempre há dois lados da história: eu quero escutar a perspectiva do gestor e de cada membro da equipe sobre o problema”.
3. Guardar segredos:
“Dependendo da circunstância, eu não quero ser responsável pela demissão de alguém ou algo catastrófico acontecer”.
“O próximo passo para mim foi começar a documentar comportamentos específicos, exemplo ‘Em 8 de dezembro, esta pessoa fez isso às 10 horas’, assim eu teria evidências sobre o que aconteceu”.
Confira também: O Núcleo de Segurança do Paciente e suas 16 funções essenciais
4. Validação informal das preocupações:
“Eu falarei sobre meus problemas com amigos, no almoço ou algo assim, a não ser que o tema seja confidencial. E eu aceito a opinião dos outros sobre como lidar com as coisas. Eu acredito que quanto mais conhecimento melhor quando você está tentando solucionar algo que realmente precisa ser solucionado”.
“Um co-residente e eu fomos enviados uma clínica de gastroenterologia e tivémos muita certeza que o atendente estava bêbado. Nós passamos três dias conversando sobre o que deveríamos fazer. Por fim, nós falamos com o diretor do programa”.
5. Acesso ao conhecimento simples:
“Há colegas que vem até mim e dizem ‘Você sabia que isto está acontecendo com esta pessoa’. Eu não quero chamá-los de informantes, mas há várias formas da equipe se sentir confortável para nos contar as coisas”.
“Ela não está dizendo ‘Bem, isto é completamente estúpido’ ou ‘Você perdeu o juízo?’ ou algo do gênero. Ela disse ‘Vamos olhar isso de forma objetiva’, e depois caso torne-se algo que precise ir para um departamento diferente ou a diretoria, ela será a pessoa que levará até eles e ela dirá ‘Minha equipe identificou isso como um problema”.
O lado humano encontra barreiras no lado tecnológico do cuidado. Portanto, os esforços para coletar insights dos profissionais sobre os riscos a qualidade e segurança podem ser frustrados pelos mecanismos que, teoricamente, facilitam o processo.
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Referência:
Graham P Martin; Emma-Louise Aveling; Anne Campbell; etc. Making soft intelligence hard: a multi-site qualitative study of challenges relating to voice about safety concerns. BMJ Journals. 2018.