- 3 de março de 2016
- Posted by: Grupo IBES
- Category: vigilância
As anomalias congênitas são a segunda principal causa de morte em recém-nascidos e crianças menores de cinco anos nas Américas — em primeiro lugar está a prematuridade. Estima-se que um em cada 33 bebês nasce com um defeito congênito no mundo. Apesar de nem todos serem fatais, muitas crianças que sobrevivem têm maior risco de apresentarem deficiências em longo prazo e requerem serviços de saúde, e outros serviços de apoio, para melhorar sua qualidade de vida.
“Os defeitos de nascimento têm um enorme impacto humano, social e econômico”, afirmou a diretora da OPAS/OMS, Carissa F. Etienne. “Ser capaz de detectá-los com precisão facilitará a realização de estudos epidemiológicos para identificar melhor as causas e padrões de população. Tais estudos poderiam proporcionar a base de provas para a tomada de decisões informadas em saúde pública, formulação de políticas apropriadas, elaboração de estratégias de prevenção e planejamento de serviços de saúde”, disse.
A OPAS/OMS tem trabalhado com ministérios da saúde para estabelecer sistemas de vigilância para defeitos no nascimento desde 2014, mas estes esforços adquiriram nova urgência em razão do surto de vírus zika e os possíveis vínculos com a microcefalia. Recentemente, a OPAS/OMS publicou orientações preliminares para vigilância de microcefalia em recém-nascidos em áreas de risco de circulação do vírus zika com o objetivo de ajudar os países a detectar e fazer acompanhamento de qualquer aumento não usual de casos de microcefalia e outras condições associadas. Apesar de as diretrizes focarem em microcefalia, também ajudarão os países a fortalecer suas respostas mais amplas a outros defeitos congênitos. A OPAS/OMS está prestando cooperação técnica para ajudar os países a aplicar essas orientações.
“Os defeitos de nascimento podem estar relacionados a causas ambientais, infecciosas, genéticas ou de comportamento. Portanto, muitos defeitos de nascimento podem ser prevenidos mediante a adoção de medidas adequadas antes e durante a gravidez, como tomar ácido fólico e se abster de consumir álcool e tabaco”, destacou o diretor do Departamento de Família, Gênero e Curso de Vida da OPAS/OMS, Andrés de Francisco.
Devido às preocupações atuais sobre o vírus zika, seu potencial vínculo com a microcefalia e a possibilidade de transmissão sexual do vírus, a OPAS/OMS está instando as mulheres que vivem ou viajem para áreas com circulação de zika a ter especial cuidado a fim de evitar picadas de mosquitos. Também está chamando tanto homens quanto mulheres nessas áreas a adotar práticas sexuais seguras, incluindo o uso correto e consistente de preservativos ou praticar a abstinência. A decisão de adiar a gravidez é um direito da mulher. A OPAS/OMS está instando os países a assegurar que as mulheres tenham informação completa sobre os riscos, acesso a serviços de saúde reprodutiva, incluindo contraceptivos, e informações sobre os serviços de apoio que podem esperar receber depois de dar a luz.
O Dia Mundial dos Defeitos de Nascimento foi estabelecido em 3 de março de 2015 para defender o aumento do apoio político e econômico relacionado a anomalias congênitas. Além da OPAS/OMS e do seu Centro Latino-americano de Perinatologia, Saúde da Mulher e Reprodutiva (CLAP), são patrocinadores os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos; o Estudo Colaborativo Latino-Americano de Malformações Congênitas (ECLAMC); o Centro Europeu de Referência e Informação sobre Dismelia (EDRIC); a Federação Internacional de Espinha Bífida e Hidrocefalia (IFSBH); o Centro de Informação Internacional de Defeitos de Nascimento de Vigilância e Investigação (ICBDSR); Fundação March of Dimes; Aliança Neonatal; Rede Nacional para a Prevenção de Defeitos Congênitos (NBDPN, na sigla em inglês); a Aliança para a Saúde da Mãe, do Recém-Nascido e da Criança; e o Escritório Regional da OMS para o Sudeste da Ásia.
FONTE: OMS (Organização Mundial de Saúde)