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Por Aléxia Costa

Com o envelhecimento da população e o consequente aumento da incidência de doenças crônicas, uma parte considerável da prestação de cuidados continuará a mudar do setor secundário para a atenção primária, bem como para a atenção domiciliar. Pelo menos é esse o movimento atualmente verificado nos países desenvolvidos.

Problemas tais como a transferência de informações precisas (sobre diagnóstico ou tratamento), complicações não monitoradas, consultas postergadas, testes pendentes na alta, referência do paciente na alta, podem ter importantes implicações para a continuidade dos cuidados na atenção primária.

Um estudo publicado há poucos dias na revista International Journal for Quality in Health Care afirmou que, apesar da crescente importância dos cuidados primários, as preocupações com a segurança dos pacientes têm sido mais centrada nos hospitais (na condução de pesquisas, por exemplo). O estudo procurou explorar as percepções e experiências dos pacientes sobre a segurança dos cuidados crônicos na atenção primária.

Os participantes foram recrutados na Flemish Patients’ Platform, uma organização independente que defende os direitos dos pacientes e busca mais qualidade de atendimento. Através de um estudo observacional, um questionário on-line foi concebido para avaliar:

1. características sociodemográficas,

2. utilização dos serviços médicos e

3. perspectivas dos pacientes sobre a qualidade e segurança dos cuidados crônicos.

 

Os 339 pacientes entrevistados tiveram percepções positivas sobre a segurança dos cuidados crônicos primários. Por outro lado, quase 1 em cada 4 pacientes entrevistados experimentou um incidente, principalmente relacionado a:

• incidentes de queda relatados pelos próprios pacientes (50,4%),

• diagnósticos ou tratamentos errados (37,8%) e

• eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos (11,8%).

Mais de metade dos pacientes entrevistados que sofreram um incidente (64,9%) indicaram que a principal causa foi a falta de comunicação entre eles e seus profissionais de saúde.

O estudo concluiu que a informação sobre as experiências dos pacientes é fundamental para identificar os incidentes de segurança e, em última análise, reduzir o dano do paciente. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente a segurança do paciente em cuidados crônicos primários para melhorar ainda mais a segurança do paciente.

É papel de todos os profissionais de saúde que atuam na atenção primária estarem atentos para as principais causas de incidentes, propondo ações específicas para a prevenção dos mesmos nos seus locais de trabalho.

Você pode acompanhar mais sobre atenção primária no Canal de Excelência em Saúde do Youtube.

No vídeo CEES #094 – Como melhorar a segurança na atenção primária?, eu comento um estudo sobre estratégias para a melhoria da segurança do paciente. Clique na imagem e assista!

Aléxia Costa – Diretora de Ensino e Capacitação do IBES
Farmacêutica pela Universidade Católica de Santos. Mestre em Genética e Genomas pela UNIVAP. MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade pela Escola Politécnica da USP. Monitora de Pesquisa Clínica pela Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica. Avaliadora de Sistemas de Saúde, através da metodologia ONA e Accreditation Canada. Docente da disciplina Gerenciamento de Riscos aplicado à Gestão da Qualidade, no MBA da Escola Politécnica da USP. Experiência em Gerenciamento de Farmácia Hospitalar e Oncológica em instituições de saúde. Fellow ISQua.

FONTE: Desmedt, M. et al. Seen through the patients’ eyes: Safety of chronic illness care. International Journal for Quality in Health Care. 25 October 2017